Dream Diary

Jennie

- Julie, é hoje que você vai no mercadão? Em dias como esse, não tem ninguém lá! - Grazi, minha amiga, conversava comigo no telefone.

- Ah, eu quero buscar inspiração. Dizem que se eu acessar uma parte secreta, eu encontro a sala de um artista independente com obras lindas. - eu disse, me preparando para sair, penteando meu cabelo - Também quero comprar algumas coisas lá, se possível. 

- Que ideia de louco, garota. Vai me dizer que você vai encontrar algum famoso lá - ela solta uma risadinha - tá bom, agora eu tenho que correr aqui. Beijoss.

- Será? Também estou saindo agora, tchau! - Peguei minha bolsa e me direcionei até a porta.

Saí de casa e senti algo diferente, um sentimento de que algo muito bom iria acontecer. Eu costumo ser muito positiva, mas dessa vez não era só positividade.

Fiz uma caminhada até o metrô e entrei. Lá eu procurei o trem no qual deveria embarcar e segui viagem. Quando me aproximei do centro da cidade, desci do trem, peguei a escada rolante e lá na saída da estação já estava o mercadão. 

Realmente muito visível, mas acontece que o centro está caindo aos pedaços, e todas as construções antigas que já foram bonitas, estão depredadas e sem manutenção alguma. Coisas da modernidade, porque investem em construções novas e esquecem de investir na preservação das antigas... Enfim, passei o caminho todo pensando nesse tipo de coisa.

Aquela construção estava realmente deprimente, com algumas luzes falhando, ninguém passando e uns dois vendedores posicionados. Realmente, terça-feira é um dia bem sem graça para um lugar assim. Mas depois disso, me lembrei do porquê eu estava lá.

Peguei meu celular e comecei a seguir o caminho que um site me indicava para achar a tal "sala secreta". Mas uma pessoa totalmente inesperada apareceu nas escadas com uma mulher... Jennie! Como assim???

Ela estava natural, com o cabelo solto, sem maquiagem, com roupas casuais e uma mochila de coelhinho nas costas. Ela irradiava uma felicidade que eu mal posso explicar, com um sorriso lindo. Ela estava sendo ela mesma. Dá pra acreditar que alguém como eu encontraria a Jennie, ainda mais nessa situação? Pois é.

Me aproximei dela cuidadosamente, sem querer parecer uma fã emocionada e cumprimentei ela. Daí em diante começamos a conversar e foi engraçado, porque o meu inglês estava falhando frequentemente, já que eu estava nervosa. 

Ela me explicou que estava sozinha no Brasil (sem as outras meninas do BlackPink) porque queria uma experiência completamente diferente, sem se sentir famosa. Por isso fez uma amiga brasileira que te mostrava os lugares menos frequentados, fora que a mulher realmente era uma amiga de verdade, alguém que ela realmente confiava para contar as coisas mais profundas.

Nós conversamos quase tudo em inglês e ela até falou algumas coisas em português comigo. Ouvir a voz dela falando a minha língua foi muito incrível. Foi perfeito.

Andamos juntas pelo mercadão, comemos frutas tipicamente brasileiras e fomos até a parte "secreta" com as obras de arte. Era tudo tão lindo. Ela tirou várias fotos com quadros que retratavam melhores amigas e muita felicidade.

 Eu sabia que eu nunca mais veria ela dessa forma, sabia que aquilo era um privilégio enorme, afinal, quem tem a chance de ver seu ídolo sendo ele mesmo? Sendo transparente, te enxergando como melhor amiga, rindo de verdade, usando sua voz real...

Quando nos despedimos, eu disse que a amava, que tinha amado conhecer ela e que ela era perfeita. Não como uma Idol, mas sim como pessoa.

Cheguei em casa depois de tudo isso e deitei na cama mais feliz do que nunca. As vezes é o destino. Fui mexer no celular naquela noite e vi no instagram, publicação nova da JennieRubyJane: uma foto das nossas mãos segurando as frutas que a gente comeu, e em seguida uma foto da pintura mais bonita daquela coleção secreta. Sem marcação de lugar, sem marcar pessoas, mas eu sabia. Aquela memória seria para sempre a mais especial da minha vida.