Capítulo 2

16 2 0
                                    

Tayla

— Bom dia! — falo animadamente para aquela pessoa chamada Elizabeth que se arrastava até o balcão da cozinha, sentando-se no banco do mesmo. — Café?

— Vai me ajudar a vomitar e tirar essa ressaca? — ela diz de uma forma beeeem... Sei lá.

— Quer mesmo vomitar? — eu perguntei e virei pra pegar uma colher.

— Muito, mesmo. Só assim irei melhorar, mas não gosto de enfiar o dedo na goela. — ela disse e percebi que realmente estava com náuseas.

— Vamos no banheiro. — falei com a colher em uma mão e um vidro de óleo de cozinha na outra. Chegamos no banheiro e fiz ela se ajoelhar em frente ao vaso. Comecei a encher a colher de óleo e em seguida entreguei a ela, não demorou muito pra fazer cara de nojo. — Só assim amiga.

A contragosto ela pegou e entornou o conteúdo da colher goela a baixo, saí do banheiro correndo e ouvi ela vomitar enquanto eu andava pra cozinha. Quando voltou do banheiro ela já estava tomada banho e com um camisão meu.

— Melhor? — digo sorrindo enquanto ela se encaminha novamente pro banco.

— Total, mas ainda preciso de café. — ela responde. E em seguida começo a encher sua xícara. — O que foi amiga? — ela pergunta parecendo ler minha mente. — Eu sei que tem algo te incomodando, você sempre morde a boca quando está confusa, ou algo do tipo. — começo a rir, mas logo fico séria.

Estou desde ontem pensando no tal Juan, muito estranho. Ele falou de uma maneira que mostrava que era a primeira vez dele ali, mas não é... Já vi ele várias vezes por lá, na maioria das vezes me observando. E ele não me é estranho.

— Talvez te ache gata. — Lizy fala depois de eu compartilhar meu pensamento com ela. — Quer dizer isso é óbvio.

— Não é isso, tô dizendo que já vi ele no meu dia a dia. — falo e ela franzi o cenho pensando.

— Impressão sua, não? Ele é gato amiga, gatíssimo pra ser mais clara, mas existem vários caras com o semblante como o dele... Olha amiga, pra ser sincera, acho que você deveria parar de desconfiar tanto das pessoas que se aproximam de você. Relaxa.

— É, acho que você está certa.

— Claro que estou. — ela diz e atravessa o balcão ficando ao meu lado. — O certo agora é focar no nosso próximo compromisso. Aniversário da Déia!

— Ok, concordo. — falo rindo.

***

Estou terminando de me arrumar pra festa quando a Lizy me manda mensagem.

Amiga, vamos nos encontrar na festa, pois eu vou na frente com minha irmã, a chata insistiu em ir, e pior, ela conseguiu .

Rio da mensagem dela cancelando nosso plano de eu passar na casa dela. Olho no espelho e avalio meu visual, Saia preta curta, justa e cintura alta e pra completar um cropped largo na cor amarela de alcinha, os cabelos soltos, claro, e no pé um salto preto, e também não podia faltar a cinta liga. Pronta, pego meu dinheiro e minha identidade e ponho dentro do sutiã, meu celular eu ponho na minha cintura e saio porta a fora.

Decido ir à pé mesmo, são 21h e o lugar não é longe, não tem perigo, aliás, não importa a hora, as ruas de São Paulo sempre estão movimentadas.

Estou andando tranquilamente na rua escura e vazia que acabei de entrar quando sinto uma agitação estranha, e de repente um rapaz se encosta ao meu lado com uma faca ameaçando entrar na minha cintura. Ai merda!

Doce Sabor da VingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora