LA, aí vou eu!

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   Meu nome é Olivy, mais especificamente Olivy Josefine, ou Livy para os mais chegados. Minha mãe — Gabriela — gostava muito desse nome, na verdade, Oliver, inclusive essa era a ideia inicial, independente do meu gênero, mas no cartório não deixaram por "ser nome de garoto", então ela se contentou com Olivy. O Josefine veio do meu pai, vindo direto da Itália.

    Eu cresci ouvindo a história incrivelmente romântica de como eles passaram de enemies para lovers em uma viagem que ambos fizeram a LA no verão de 75. Meus pais. Os principais causadores da mudança química do meu cérebro em relação ao amor.

  Nesses quase 23 anos de existência nunca de fato me interessei por alguém. Bem, não até esse momento. Meus pais morreram a três anos, e agora estou em um avião indo para LA, ficarei no mesmo lugar que meus pais estavam quando se conheceram. Verei as mesmas coisas e tentarei sentir o que eles sentiram.

Sei que não tem muito a ver, mas sei lá, queria extravasar o nervosismo de alguma forma.

  Assim que termino o post, desligo o celular e o guardo no bouço da calça, a tempo de ouvir as considerações finais do piloto que nos deseja uma boa viagem. LA, aí vou eu.

    Já era por volta da meia-noite quando o avião pousou. E passava da meia-noite quando finalmente consegui sair da imigração. Estava morta de cansaço após a bateria de papéis e as malas estavam pesadas para carregar sozinha por mais de cem metros. Felizmente  possuo carteira de motorista internacional e pude alugar um carro, que já estava me esperando no estacionamento do aeroporto.O clima estava bom, mesmo sendo começo de madrugada.

     O caminho até o hotel era relativamente longo, mas a cidade era simplesmente incrível de se ver, quase como se estivesse viva ao meu redor. Todas aquelas luzes e pessoas… conseguia entender porque meus pais eram tão apaixonados por aquele lugar, e isso fez meu coração se aquecer de saudade.

    Uma parte de mim queria ter tido tempo de ver todas essas coisas com eles, tenho certeza que seria bem mais divertido. Já no quarto apenas deixei as malas e meus sapatos em qualquer lugar e cai na cama.

    Quando acordei o quarto estava escuro, por causa das cortinas blackout, peguei meu celular e chequei o horário, 12:30. Me levantei e abri as cortinas, ainda sentindo meu corpo cansado, mas isso era mais jet lag que cansaço em si. O hotel ficava próximo do centro, então minha vista dava direto para prédios e lojas.

   Tomei um banho rápido, já me preparando para uma tarde animada. Depois de prender meus cabelos em duas tranças despojadas, pus um vestido fresco e meus sapatos de guerra.Como tinha feito um cronograma com antecedência apenas abri a lista de 5 tópicos em minha agenda. Hoje eu teria um café no parque, mas creio que terei que me contentar com o almoço e uma ida ao observatório Griffith.

   Primeira parada, almoço. Não andei mais que algumas ruas até achar meu destino. E de fato, lá estava. Lê Pettit.
Entro pela porta, ouvindo um sininho tocar.

— Bem vinda ao Lê Pettit. — Disse uma garçonete sorridente. — Meu nome e Milla, vou te acompanhar até suas mesa.— Diz me dando passagem. Milla tinha cabelos ruivos, finamente presos, grandes olhos verdes e muitas sardas que a faziam parecer uma verdadeira boneca.

— Me desculpe, mas se possível eu poderia ficar na mesma mesa que as pessoas dessa foto? — Digo lhe mostrando uma das fotos dos meus pais nesse restaurante, ambos lambuzados de molho, sorridentes. Ela sorri gentilmente, sigo seus olhos em direção à mesa, mas meu sorriso se escurece, havia um homem lá.

— Espere um segundo. — Diz estendendo a mão para que eu não me movesse e foi até o homem. Ela se inclinou e disse algo para ele,  — pude sentir minhas bochechas esquentando —  Milla olha animadamente para mim e, com um gesto positivo, assumo que seja lá o que ela queria, conseguiu.

Eu,Ele e Ele ( Irmãos Kaulitz)Onde histórias criam vida. Descubra agora