Roman Demidov afastou-se do cativeiro, seu humor mais obscuro que nunca. A empregada que o encontrou a caminho do escritório lhe olhou rapidamente e baixou a cabeça, como se esperando que ele não notasse. Mas Roman estava muito irritado e segurou o braço dela.
- Lena, não é? - Ele perguntou calmo, olhando seu cabelo loiro e corpo esguio.
Ela não era tão bonita, mas tinha lábios de aparência suave. Seus olhos pousaram sobre eles. Sua mandíbula se apertou.
- Sim. - ela disse humildemente, olhando para ele por um momento antes de baixar seu olhar.
Ele podia ver seu pulso acelerado na base delicada de seu pescoço. Ou ela estava com medo dele ou talvez animada. Provavelmente, ambos. Silenciosamente, ele abriu a porta do escritório e entrou. Sabia que seria seguido. E não estava errado. Raramente estava.
- Feche a porta. - ordenou.
A porta se fechou. Havia apenas o uivo do vento lá fora e um galho de árvore batendo no vidro. O quarto era quente, apesar do tempo congelante. - "Não tem aquecimento no quarto cinza" -, ele pensou, lembrando do corpo trêmulo do garoto. A falta de calor era estratégica: geralmente os "hóspedes" do quarto cinzento deveriam ser enfraquecidos pela fome e frio. Não deveriam ser mimados e alimentados adequadamente. Sua mandíbula se apertou novamente.
- Você pode sair agora. - disse ele. - Ou pode se despir.
Após uma breve pausa, houve o som de roupas caindo. Ele respirou fundo, tentando relaxar os ombros. Não queria ferir a moça. Ele até simpatizava com ela.
- Na minha mesa. - ele murmurou.
Ele não estava com disposição para preliminares. Ela estava molhada quando ele empurrou dentro dela. Ela soltou gemidos suaves enquanto ele a fodia vestido, só sua braguilha aberta, seus dedos segurando os quadris dela em um aperto punitivo, seus dentes cerrados e os olhos fixos na violenta tempestade de neve lá fora. Ele mal sentiu-se gozando. Foi apenas a liberação de seu mal humor. E nem isso lhe aliviou de fato.
- Obrigado, querida. - ele disse depois, puxando algumas notas do bolso e colocando-as sobre a mesa ao lado da ofegante garota.
Ela sorriu encabulada, pegou o dinheiro e as roupas e saiu rápida da sala. Roman tirou o preservativo, jogou no lixo, sentou em uma poltrona, acendeu um charuto fechando seus olhos. Mesmo após a foda, os cachos dourados do garoto e sua boca cor-de-rosa estava diante dele. Ela era o cruzamento entre a boca de um anjo e uma prostituta. Roman queria afundar nela. Ele queria isso a partir do momento em que a viu pela primeira vez no restaurante, seu dono todo engomado tentando os joguetes de adultos sem saber qualquer uma das regras.
Roman não estava acostumado a negar a si mesmo o que queria. Ele sempre conseguia satisfazer seus desejos. Só que ele não podia foder a boca do rapaz, não poderia dividir os lábios com seu pênis e vê-lo sufocando como queria. Ele não era gay. Não importava o quão bonita era a boca, essa atração não combinava com ele. Roman não gostava do que não podia entender ou controlar. Isso também era muito inconveniente. Ele devia estar pensando no melhor uso que tiraria do único herdeiro de Whitford. Ao invés disso, ele tinha passado minutos acariciando os cachos do garoto olhando para a sua boca. Inaceitável!
Era completamente inaceitável ordenar os guardas alimentarem melhor o cativo somente por ele pedir manso. Roman zombou, revoltado e irritado consigo mesmo. Deveria deixá-lo com fome, até seus belos lábios tornarem-se pálidos e rachados e as bochechas rosadas secarem de desnutrição, até ele ficar feio e patético. Como Richard Whitford tinha feito um filho tão belo? Roman jogou o seu charuto no cinzeiro e apertou um botão no interfone.
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LIBERTA<M3
Historia Corta"Lutamos todas as noites por algo, quando o sol se põe ainda somos os mesmos: metade nas sombras, metade ardendo em chamas. Não podemos voltar por nada. Pegue o que você precisa, diga adeus a todos. Eu te dei tudo. E isso é um belo crime." 🎶Bea...