Não é um sonho, é realidade
Só deixe a caixa tocar, não faça a música parar
Pra que não vejam minha maldade
Só deixe a caixa tocar, não faça a música parar❍ᴥ❍
H
avia algo de diferente naquela sala. Talvez fossem as persianas fechadas deixando o ambiente mais recluso, ou a cor escura das novas cortinas que permaneciam abertas permitindo a passagem da luz solar. Fosse o aquário limpo ou o tapete felpudo, Hinata sabia que tinha alguma coisa fora do lugar ali, por isso permanecia em pé, se recusando a sentar na poltrona naquela sessão.
Desde que chegou no consultório, sua mente martelava nos acontecimentos daquela semana, isso incluía o xingamento discreto da sua colega de trabalho, o relacionamento fracassado de Kiba e a intromissão indesejada do novo morador do seu prédio.
Os remédios parecem estar se tornando cada vez mais ineficazes diante todas aquelas ocasiões, e mais uma vez, sua tentativa de viver uma vida sem se preocupar com outras questões foi por água abaixo completamente.
Hinata sentia que estava falhando como ser humano, em todos os sentidos possíveis
— Quer ficar em pé hoje? – a voz de Shizune inundou seus ouvidos, exalando a calmaria de sempre.
A doutora observava com atenção as atitudes da sua paciente desde que viu-a entrando ali. O fato de perceber logo de cara a inquietação da Hyuuga revelava tudo o que já se presumiu após as últimas visitas.
Em nenhum momento obrigou-a para que se sentasse, ou nem mesmo forçou-a dizer logo os novos obstáculos que surgiram durante o período que não se viram. A melhor parte do seu trabalho era saber lidar com o tempo de cada uma das pessoas que atendia, cada caso é um novo mistério o qual gostaria de ajudá-los a superar.
Contudo, em todos os seus anos atuando na área da psicologia, jamais encontrou uma situação tão complicada quanto a de Hinata.
Ao receber o prontuário dela em mãos, levou dias até realmente aceitá-la como paciente. Infelizmente, não poderia pedir a opinião do marido pois se tratava de algo particular. O que é dito no consultório fica no consultório, e mesmo que elas ainda não tivessem conversado na época, Shizune soube que haveria uma longa jornada pela frente.
E não estava errada.
Hinata já estava frequentando seu escritório há pelo menos sete anos. Faltavam apenas três para que se completasse uma década, é tempo demais! Mas, jurou após seu doutorado não negar nenhuma pessoa que precisasse de sua ajuda.
A morena em pé no meio da sua sala necessitava dela.
Existia uma larga diferença.
No seu ramo, teve certeza que estava propícia a atender casos bizarros, fora do comum que aos olhos de outros parecia não ter solução. Porém, Shizune escolheu fazer parte do processo de vida daquela adolescente que conheceu anos atrás, totalmente diferente da que se tornou atualmente. Que ainda precisava de auxílio.
Afinal de contas ela fez um juramento na sua formatura, e iria honrá-lo até o fim de seus dias.
— Não consigo ficar parada – e realmente era verdade. A todo instante trocava o peso de um pé para o outro, conseguindo apenas aquilo como modo de extravasar.
— Tudo bem, então – a doutora deixou sua prancheta de lado, na mesa que se encontrava rente a sua poltrona.
Com passos vagarosos, ficou observando o aquário que havia na sua sala, mantendo uma distância saudável de Hinata. Pelo visto, a consulta seria daquelas arrastadas, e por ela não existia problema nisso.
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Pequenos Pesadelos
FanfictionQuem era ela? No meio de uma multidão comum, a mulher estranha que andava atenta a todos os detalhes ao seu redor. Seus gestos contidos denunciavam a estranheza de conviver em meio a uma sociedade supérflua e rasa, os olhos analíticos, nunca ficava...