Ele estava certo

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Se esconde, eles te observam pela noite
Os seus gritos ecoam de longe
Nossa saída está distante
Meu pequeno pesadelo e dele eu não posso acordar

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A delegacia a qual estava esperando pacientemente assentado era idêntica às que via nos filmes e séries policiais pela tv.

Os homens e mulheres fardados causavam uma sensação esquisita em Naruto, que o tempo todo se mantinha atento, mais em estado de admiração com uma pontada de receio. Parecia que a qualquer sinal pífio eles poderiam prendê-lo sem sequer precisarem de um mandado.

Fascinante e apavorante ao mesmo tempo.

Seus olhos azuis percorriam por todos os lados, sem conseguir se conter. Olhava para o relógio de pulso de vez enquanto, contendo a ansiedade com os passar dos minutos. A verdade seria admitir que não estava confortável naquele lugar, ao menos, não deveria nem estar ali. Se todos os seus problemas foram supostamente resolvidos, o mais sensato seria manter distância.

Mas não, Naruto parecia gostar de atrair o problema para si, ou melhor, indivíduos faziam questão de querer manter o substantivo perto o suficiente de sua vida, evitando que pudesse voltar a ser uma pessoa livre.

Um riso fraco escapou de seus lábios, afinal havia tanta ironia na sua atual condição que seria até mesmo deselegante se impedir de tal ato.

Uma porta no fundo de um dos corredores foi aberta, dali sai um homem cujo corpo alto e postura demonstrava bastante poder. Os cabelos pretos e rebeldes estavam presos num rabo de cavalo alto, havia um cigarro em seus lábios. O risco na sobrancelha, Naruto sabia que não era proposital, pois se tratava de uma cicatriz – sua língua grande proferiu a pergunta antes que se desse conta, tendo a resposta no mesmo instante.

A passos contidos, observava atentamente alguns papéis em mãos enquanto soltava fumaça pela boca. Os olhos pretos analíticos não desviaram o foco do objeto em mãos até que parou a poucos metros do loiro. E parecendo sentir a presença dele, ergueu seu rosto.

Havia agora um sorriso despretensioso nos seus lábios, além de uma pequena sombra de seriedade. Fechou a pasta, focando no Uzumaki.

— Sendo bem sincero, achei mesmo que fosse se atrasar – sentou-se ao lado dele no banco vago.

— Pois é, Nara. Eu realmente tenho compromisso com as coisas – entrou na suposta brincadeira, quando na verdade é obrigatório seu comparecimento ali tendo em vista que já estava há alguns dias na cidade.

— Que bom, Uzumaki, assim não teremos problemas e poderemos resolver todas as pendências de uma vez – o outro homem entregou a pasta para um dos policiais que estava passando naquele momento. Ordenou que fosse guardado pois em breve iria voltar a analisar o conteúdo – Finalmente colocaremos o papo em dia, estou animado.

Naruto riu forçadamente.

— Com certeza está – suas palavras continham uma dose extra de ironia – Estou ansioso pra isso acabar logo – soou sincero.

— Ah, disso eu não tenho dúvidas – mirou o cigarro no lixo, acertando fatalmente. Mais fumaça saiu da sua boca – Mas eu tenho algumas perguntas sinceras pra você, às vezes consigo ser bem curioso, então uma hora ou outra vou acabar te perguntando. Afinal, não é todo dia que pego um caso transferido como o seu. Me entende?

A sobrancelha erguida do detetive fez causar um rebuliço no interior de Naruto. Curiosidade. Ele mesmo tinha as próprias cotas, mas quando era o alvo, tudo mudava, então passava a detestar aquela palavra.

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