— O que está fazendo? Você tem um dever a fazer aqui e está deixando eles irem embora. — aponta para uma mulher ao meu lado.
Ela precisa encontrar um cara que vai sair daqui a uns cinco minutos, entretanto estou vidrada em outra coisa, alguém em específico.
Uma humana fofa, de saia, suéter, boina e botina em paletas de bege.
— Hirai Momo, eu estou falando com você. — ela aumenta o tom no pé do meu ouvido. — Ela acabou de ir embora.
— Droga. — suspiro vendo o homem sair e corro atrás dele, tentando atrasar o seu caminho a todo custo, pegando sua maleta e o fazendo achar que a esqueceu no museu. Levo-o de encontro a mulher, qual se esbarra nele e logo devolvo sua maleta, me afastando para observa-los de longe.
A humana fofa sumiu, porém ela vai estar em alguma cafeteria, lanchonete – não sei bem – no dia seguinte. Ela pega a linha 4 da estação de metrô para ir a faculdade, depois um ônibus para trabalhar e na volta para a casa, pega a linha 2 do metrô.
A conheci quando fiz um amigo dela se apaixonar na semana retrasada. Facilmente, um dos humanos mais lindos que já vi, além do jeito meigo e divertido, carismática, ela tem algo único que não sei explicar.
Me sentia cansada de sair pelo mundo juntando casais, pois por algum motivo, eles não podiam fazer isso por si só. Não tenho vontade de continuar soltando flechas por muito tempo, mesmo que isso vá quase completamente contra minha existência, queria que pudesse haver outro jeito de fazer isso, como num estralar de dedos.
Ok, que há meus irmãos, todavia nem todos são cúpidos e juntam casais, Hirai Mina junta, porém Hirai Sana é o contrário, ela separa, causa conflitos e cabe a mim e alguns outros tentar resolver. Não que minha irmã seja malvada, esse é o motivo dela, a razão por qual ela existe, nasceu para isso.
No dia seguinte, eu estava na cafeteria, a olhando bem de perto, ela não pode me ver de qualquer maneira. Adiantei alguns casais de madrugada para poder vê-la pela manhã e tentando despistar Minari de todos os jeitos possíveis; só poderia me achar se eu estivesse usando o colar dos deuses e bom... ele está numa espécie de cova agora.
Talvez eu estivesse obcecada por ela, negligenciar minha existência desse jeito, meu trabalho, minhas flechas, minha mãe. Contudo eu não conseguia parar, sempre a seguindo de perto, ela não iria saber de forma nenhuma, por mais que eu quisesse que ela me enxergasse, não sei como faria isso.
— De algum jeito, eu te amo, só não sei o porquê. — acaricio o seu rosto e percebo o calafrio que sentira, os pelinhos dos braços estão todos arrepiados. — Vou dar um jeito de te mostrar que estou aqui, só preciso de tempo, enquanto isso espero que não se importe de te bloquear de sentir paixão.
Vejo o olhar cintilar e sei que ela não me enxerga, porém está mantendo contato visual comigo, mesmo que ela não saiba para o que está olhando, ela está.
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— Só pode estar ficando louca?! — exclama enquanto olho para o próximo futuro casal. Estamos na Argentina agora, no alto de algum prédio em Buenos Aires.
— É só por um tempo, Minari, eu volto logo. — sorri para desviando o olhar por um segundo do casal, aproveitando para pegar minhas flechas. — Vou resolver algo e ainda vou juntar casais, só irei sair um pouquinho dos olhos de vocês, sem ofensas.
Durante a semana, descobri um jeito da garota me enxergar, do jeito que eu sou, ela não vai saber o que eu sou ou quem eu sou, porém vai me conhecer e é o suficiente.
— Não vai me contar para o que é? — olho-a de relance, deixando claro a minha resposta para sua pergunta.
— Não é que eu não confie em você, se eu não confiasse, não estaria te passando essa mensagem importante sobre meu repentino sumiço. — chego perto de minha irmã, que se encontra com uma carinha emburrada e braços cruzados. — Você não é muito boa em guardar segredos de Sana e nem da mamãe.
— Elas são bem convincentes quando querem, hum?! — faz um bico e ergue o rosto. É muito orgulhosa quando quer. — Todavia de qualquer forma, boa sorte no seu plano maléfico, qual seja ele.
Mina some e eu desativo o colar dos deuses para que ninguém possa me achar facilmente. Eu retorno à Seul, a essa hora, ela está no metrô voltando para a casa dela. Antes disso, resolvo problemas de relacionamento de outro casal.
A vida seria mais fácil se eles soubessem dialogar normalmente e não explodirem na primeira oportunidade, descontando todos seus estresses diários em terceiros.
Esbarro – por querer – na humana que pede mil perdões, faço questão de mostrar que ela "quebrou" algo meu. Ela tem um coração grande, provavelmente compraria uma garrafa nova para mim mesmo que eu falasse que não precisa.
— Ai, me desculpa, foi sem querer. De verdade, me desculpa mesmo. — não reajo de primeira, apenas lanço um sorriso para ela que tem uma expressão confusa de imediato. — Ei, eu te conheço de algum lugar? Você não me parece estranha.
— Não sei, talvez você conheça.
— Olha eu sinto muito pela garrafa, mas... uhmm.. me dá seu número, lhe comprarei outra, tudo bem? — seus olhos estão cintilando novamente. Ao invés de dar o meu número, qual eu não tenho, peço o dela. — Eu tenho que ir agora, tchau e me desculpa novamente. É.. tchau.
Abre um sorriso tímido e acaba se batendo em outros passageiros antes de entrar no metrô, acenando para mim e então, parte.
Ok, agora eu preciso de um celular e um número.
Assim que eu consigo um pela madrugada e não, eu não roubei de uma loja no shopping, apenas peguei emprestado para sempre, é diferente.
Isso não é algo peculiar, morar no apartamento abandonado do andar de cima do dela, talvez seja. É que eu não tenho casa aqui, ok?Só preciso aprender a mexer nessa bugiganga mandadora de mensagens. Há algo famoso que sempre vejo dizerem nessa atualidade, algo como "olha no google" e dei todo meu suor para procurar essa ferramenta de pesquisa incomum, até que achei.
A língua dos humanos não é difícil, mesmo que eles possuam várias, eu sou inteligente e expert quando o assunto é entender mensagens de códigos – como se eu não tivesse lutando contra uma máquina nesse exato momento. Os humanos são difíceis e complexos, burros numa boa parte do tempo, entretanto há aqueles que se destacam por sua inteligência. A garota é um deles, isso é motivo o suficiente para perceber que vale muito a pena gostar de alguns humanos. Ela é boa, alma doce, genuína, obviamente ninguém é santo, todos pecam algumas vezes na vida e nem sempre é por mal. Contudo há aqueles ruins também, de má fé, coração ruim, espero que ela nunca trombe com nenhum dos ridículos.
— Ah! Descobri?! — comemoro com um sorriso no rosto, agora sei adicionar números e enviar mensagens. — Olá se... nho... ri... ta, hum... não, não, é melhor botar olá que... ri... da. — digito conforme construo uma linha de raciocínio. Como que se chega em alguém? Nunca fui a pessoa que flertava e sim a que colocava os humanos para flertarem.
"Olá querida, aqui é a garota da estação, você não me disse o seu nome." — apenas envio, logo após soltando um longo suspiro. Como se eu não soubesse o nome dela. Momoring, você é muito cara de pau.
"Oie, eu sou Dahyun e por mais que seja estranho, você quer tomar um café comigo amanhã? Te passo endereço e tudo."
Como se eu não soubesse onde é, bobinha.
Aceito o pedido dela, como não poderia? Não estava precisando nem usar as flechas para isso. Você estava errada mamãe, cúpidos também podem amar.//💘\\
pra quem viu o mv sabe o final, porém vou fzr um pouquinho diferente do newjeans, vejam só 🤓☝️
votem pra fzr uma vagabunda sorrir
beijinhos da andy <3
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Um amor esquecível • dahmo
Romansa( 𝘧𝘪𝘯𝘢𝘭𝘪𝘻𝘢𝘥𝘢 ) Cansada de fazer o mesmo de sempre por toda sua vida, o cúpido decide se rebelar contra o dever de sua existência, quebrando uma regra sagrada de sua mãe e deixando com que seus irmãos sozinhos cuidem do amor entre casais no...