Acho Melhor Terminar

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CAPÍTULO 2

Uma semana atrás…

Maraísa point of view

— Fabrício, não se faça de desentendido. Já cansei de falar com você que não gosto de me expor.  

— Ah, Maraisa. Para de mimimi. Foi só uma foto. Vai ficar me cozinhando até quando?

— Fabrício, podia ser meia foto! Eu não dei autorização. Eu sou uma pessoa pública e você precisa aprender a respeitar o meu tempo. 

— E o seu tempo vai durar pra sempre? Estamos juntos há meses e parece que você não quer que ninguém saiba. Fica se escondendo, me escondendo.

— Vai durar o tempo que eu achar necessário. Por que você quer tanto mostrar para as pessoas que está comigo? Eu to começando a achar que as pessoas têm razão quando dizem que você quer fama às minhas custas. 

— Ah, Maraisa! Me erra, vai! Você está fazendo uma tempestade num copo d’água. Eu só postei uma foto da gente junto. 

— É difícil pra você entender e respeitar a minha vontade né? Vai embora. Eu quero ficar sozinha. 

Fabrício me deixou tão nervosa que eu me senti enjoada. Corri para o banheiro e vomitei. Voltei para a sala achando que ele já tinha ido embora, mas, para minha surpresa ele ainda estava lá, em pé. 

— O que você ainda está fazendo aqui?

— Amanhã, eu passo aqui às 11h para irmos pro aeroporto. 

— Não. Você não vai. Eu vou sozinha!

Fabrício saiu com raiva sem olhar para trás. Eu estava muito estressada e chateada. Não era só uma foto. Era um desrespeito a minha vontade, aquilo que eu tanto insisti para ele não fazer. Ele não sabia, mas eu ainda estava confusa com meus sentimentos. Estávamos juntos, mas eu não sabia direito o que estava sentindo. Eu não tinha certeza se o amava. Se eu queria seguir com esse relacionamento e essa insistência dele estava me desgastando. Eu só precisava de um espaço. De um tempo para colocar minhas emoções no lugar. 

No dia seguinte, eu tinha um show em Araguaína. Tínhamos combinado de irmos juntos com a minha família também: meu pai, minha mãe e meu irmão. Ir em Araguaína depois de tantos anos estava me deixando ansiosa. Eu queria rever algumas pessoas da família que ainda estavam lá, amigos antigos, os lugares por onde eu minha irmã, Maiara, passamos quando tudo ainda estava bem no começo. Era um final de semana especial e eu não queria que o Fabrício estragasse isso. 

Nós tínhamos somente três shows nesta semana: um Araguaína e os outros dois em cidades próximas. Decidimos que depois do segundo show da semana, íamos voltar pra nossa cidadezinha e passarmos o domingo de folga lá. Eu estava feliz porque ia reviver tanta coisa… Mas o Fabrício tinha que estragar tudo com a sua mania de não respeitar minhas decisões. 

— Droga, droga, droga! — Falei dando um soco no buffet que tinha no canto da parede da sala. 

Maiara estava chegando em casa quando ouviu o barulho do soco no móvel de madeira. 

— O que aconteceu que está com tanta raiva, irmã? 

— Aquele idiota do Fabrício me irritando de novo. Ele não consegue fazer nada certo. 

— Ai, irmã! Eu sinceramente não entendo porque você ainda tenta levar isso pra frente. Você tem certeza de que ainda quer fazer isso? Você não gosta dele. Nem assumir o relacionamento você quis. 

— Eu sei, mas quero tentar fazer dar certo. Acho que eu posso começar a gostar dele. Eu estou tentando. 

— Maraisa, durante todos esses meses que você está com ele, eu, em nenhum momento, te critiquei ou te julguei, até porque comigo ele sempre foi um cara bacana e, como cunhado eu não tenho o que reclamar dele, mas eu não vejo você feliz com ele.

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