Como eu vou largar desse trem?

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Demorei? A autora estava um pouco ocupada.

Divirtam-se e não me matem com esse capítulo. 

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CAPÍTULO 5

Fernando Mocó point of view 

Eu não conseguia dormir.  A festa já tinha acabado. Todo mundo tinha ido embora e eu estava deitado na cama olhando pro teto. Talvez, se eu contasse carneirinho, eu conseguiria dormir. Isso era um conselho da minha avó.  Toda vez que eu ficava rolando na cama sem conseguir dormir, ela mandava eu fechar os olhos e imaginar carneirinhos pulando a cerca. Eu precisava contar quantos carneirinhos estavam pulando. E, dessa forma, eu adormecia. Lembrei desse conselho e fui tentar fazer, mas, quando eu fechava os olhos, só me vinha a Maraisa na cabeça.  

 De repente, a Maraisa estava sentada no meu colo, deitada em meu ombro. Eu levantei sua cabeça, segurei no seu queixo e olhei dentro dos meus olhos. Nossas bocas estavam próximas. O olhar dela era de interrogação. Eu comecei a olhar para a boca dela e passar o dedo nos seus lábios… 

Era só essa cena que vinha na minha cabeça quando eu fechava os olhos. Fui covarde. O que eu queria mesmo era ter puxado ela pela nuca e tascado um  beijo gostoso. Não tive coragem.  Ela percebeu o que estava pra acontecer, levantou rapidamente e me ofereceu uma bebida. 

— Trouxa! Trouxa! Eu sou muito trouxa.Era óbvio que ela não ia querer nada comigo de novo. ERa loucura esse sentimento.  

O pai dela havia me convidado para jantar com eles na próxima semana, na casa dela!!! Será que o namorado dela ia estar junto? Será que meu coração iria suportar ver os dois de mãos dadas ou até mesmo se beijando? Cogitei a possibilidade de inventar uma desculpa e cancelar essa loucura. 

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No dia seguinte, segunda-feira, fui para a empresa, adiantei umas pendências.  Eu viajaria na terça para Goiânia. Queria deixar tudo organizado com o setor financeiro e operacional para que nada desse errado na minha ausência.  

Estava na minha sala analisando umas planilhas e delegando algumas funções,  quando bateram na porta. 

— Pode entrar. 

A porta se abriu. O que ela tava fazendo ali?

— Fernanda? O que você tá fazendo aqui?

— Eu quero conversar com você. 

— A gente já falou tudo o que tinha para falar. Você não pode chegar assim na empresa, sem avisar, para tratar de assuntos pessoais. 

— Eu sempre vim aqui sem avisar. 

— Mas agora é diferente. Fala logo que eu tô ocupado. Preciso adiantar as coisas para a viagem. 

— Que viagem?

— Ai! Eu vou viajar a trabalho. Fico três dias fora. 

— Pra onde?

— Pra Goiânia.

Eu sei que não precisava dar satisfação da minha vida pra ela, mas tínhamos tido um longo relacionamento que acabou faz menos de uma semana. Não era justo eu ser grosso ou mal educado. 

— Ah… Vai encontrar a Maraisa, né?

— Fernanda, por Deus. A Maraisa é minha amiga. Eu estou indo a trabalho. Você nem é mais minha namorada e está com ciúmes sem sentido. 

— Eu quero voltar pra você... Volta pra mim, Fernando, por favor. Eu te amo. — ela falou, se aproximando.  

— Não dá.  Eu tenho muito carinho por você,  mas acabou. 

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