Assim, do nada mesmo, me peguei pensando nele, isso mesmo, no infeliz do Guy, não por que nem quando que ele entrou na minha cabeça, mas to vendo que ele já esta abusando de espaço, me levanto da cama, já que é sábado e graças a Deus não tem aula e estou sozinha em casa, e me sento no parapeito da janela e fico observando o parque, e de novo me vem na cabeça aqueles pensamentos.
Porque ele quer tanto falar comigo? Será que ele não sabe que sou uma assassina? Deve ser só uma aposta com os amigos para ver se ele consegue a aluna nova...
- Para Willow! Você não tem que ficar pensando nisso, ele não é pro seu bico! - digo em voz alta para ver se minha cabeça me obedece.
Continuo assistindo as pessoas no parque, o dia esta tão bonito, nublado, mas não aparenta que irá chover, gosto de dias assim, também está meio frio, perfeito para um cappuccino bem quente, e no meio desses pensamentos vejo que tem alguém me encarando lá de baixo, poxa pra que isso? Não podia ser outra pessoa não? Pois bem, se vocês pensaram em Guy, estão certos, lá estava ele encarando minha janela.
Me levanto e fecho a cortina, ponho a música a todo volume, como sempre minha banda favorita, Nightwish, fico ouvindo a melodia de The Crow, The Owl and The Dove e cantarolando, ouço a campainha mas tento ignorar, mais a pessoa não desiste, saio do quarto cantando, e pra me ajudar a porta não tem olho mágico para mim poder ver quem é, então abro a porta e dou de cara com o infeliz me olhando com aquele sorrisinho de canto, arg, infeliz, idiota, burro... e todos os outros xingamentos possíveis imagináveis e inimagináveis para que eu possa o xingar em pensamento.
Já estou batendo a porta na cara dele quando o mesmo põe o pé e eu não consigo fecha-la.
- O que você quer infeliz? - digo já quase gritando com ele de tanta raiva.
- Nossa que recepção, como estão seus braços? - pergunta sorrindo.
- Melhores do que como você vai ficar se não disse logo o que quer cretino, olha, até que combina com você! - dou uma risadinha no fim.
- Ah para Willow só vim ver se você quer sair, ir ao parque, tomar um café talvez?
- Hum, ta bom aceito o café, mais você paga.
- OK.
Subo ao meu quarto e pego um casaco leve pois não esta tão frio assim também, já estava na metade da escada quando lembrei que deixei a música ligada, e lá vou eu voltar todo o caminho até o quarto e desligar.
Estávamos indo para o café, como sempre eu em silêncio ou murmurando xingamentos para ele, e ele não calando a boca para ajudar, chegamos ao café que para a sorte dele era o meu preferido, a garçonete nos entrega os cardápios e eu recuso o meu, já sei o que irei pedir.
- Um cappuccino grande e um pedaço da torta de morango.
- E você? - pergunta a garçonete.
- O mesmo que ela. - responde Guy sorrindo.
Fico olhando pela janela do local vendo o vai e vem tranquilo de pessoas, eu gostava desse café por isso, era na parte mais tranquila do bairro e ainda não era movimentado de mais, o suficiente para não ter muito barulho e um não atrapalhar a conversa do outro, fico observando até que alguém me chama, viro e vejo Guy, tinha ate me esquecido que ele estava junto.
- Oi? Que foi? - digo meio perdida.
- Como eu imaginei você não estava prestando atenção, eu perguntei se você estava bem, você estava perdida em seu mundinho.
-Eu só estava pensando. - respondo meio tímida.
- hum, e seus cortes? Como estão? - Perguntou arqueando uma sobrancelha.
- Estão bem, olha. - levanto a manga mostrando as cicatrizes de aparência saudável.
- É parecem bons.
Nisso chega a garçonete entregando os pedidos, ponho um pouquinho de açúcar no meu cappuccino e tomo para ver se esta bom, continuo meu café tranquilamente observando as pessoas ao meu redor novamente, até que vejo que Guy esta me observando, o encaro e abaixo a cabeça, não gosto que façam isso.
Terminamos o café e vamos para o parque, me sento de baixo de uma árvore mais afastada de onde as pessoas estão, fecho os olhos e me concentro nos sons ao meu redor, gosto de ouvir o som das folhas chacoalharem ao vento, as risadas baixas de crianças ao longe, são sons bons, me tranquilizam.
Sinto Guy se escorar em mim e abro os olhos, vejo que ele também fechou os dele, mas isso não me faz relaxar mais, fico mais tensa ate, tento relaxar de novo mais é em vão, com ele escorado em mim não vou conseguir.
Vou mais para o lado para ter um pouco de espaço e Guy fica me olhado como se não entendesse nada.
- O que foi? - pergunta ele de modo até que inocente.
- Não gosto de pessoas muito perto de mim, me sinto sufocada.
- Ata.
-Bom Guy o café foi ótimo, obrigada, mas eu tenho que ir.
- Tudo bem, eu te acompanho. - diz ele já se levantando.
- Não precisa, eu vou sozinha, afinal é só atravessar a rua.
- Ok então, tchau Willow.
- Tchau Guy.
Saio andando meio atordoada, não sei por que mais lágrimas começam a correr por meus olhos e eu começo a correr, entro no apartamento e vou direto ao meu quarto, ao meu porto seguro, a minha lâmina de paz. Pego ela e a aperto contra minha pele, sinto a dor chegando e aos poucos as lágrimas cessando, como é bom, é tranquilizante,sentir a dor da lâmina contra minha pele pálida. A dor que me acalma, que me deixa viva, a dor que me da paz e sossego.
Acabo meu trabalho com a mesma e vou ao banheiro higienizar os cortes e aproveito para já tomar um banho. Saio de lá e já ponho um pijama, não pretendo sair mais hoje, ligo minha música e vou deitar na cama, estou tão cansada que não percebo quando adormeço.
Acordo e já passou da hora do almoço, então vou na cozinha preparo um prato e ponho no micro ondas, ligo a televisão e esta passando o noticiário, não me importo muito com isso, só liguei para não ficar no silêncio, o micro apita e eu pego meu prato e vou comer, quando termino já limpo o que sujei, pego algumas barras de chocolate e suo para o quarto, sim assumo sou chocólatra, então me sento no parapeito de novo e fico sentindo o sol que se abriu na minha pele, a sensação é boa então em instantes já detono com uma barra de chocolate, a musica estava mas calma agitada agora, isso me inspirou e eu abri todas as cortinas e as janelas também, peguei uma tela em branco e coloquei no suporte, peguei as tintas e comecei a pintar, quando vi já estava no fim do quadro com uma bela moça sentada em um parapeito com uma xícara de café.
Deixei o quadro secando e limpei a bagunça, fazia tempo que não me inspirava assim, pelo menos sem ter Isabelle ou Cathy por perto, depois de limpar tudo fiquei observando a tela secando, quando já estava seca peguei uma lata com um verniz de semi brilho e passei pelo desenho, não precisava ficar opaco daquele jeito, com brilho de leve fica melhor. Admirei mais um pouco meu trabalho enquanto comia mais uma barra de chocolate,fechei as janelas pois já estava escurecendo e me deitei na cama, novamente não vi quando cai no sono, só sei que dormi a noite toda, a primeira vez sem pesadelos.
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O renascer da Fênix!
RomanceInfeliz, era como ela chamava ele! Porque ele tentar tudo isso? Porque a vida lhe pregar uma peça? Porque? Hey, para tudo ai, ela quer descer do mundo, ir pra Marte ou qualquer outro planeta, acho que não vai dar meu bem. Após receber uma segunda ch...