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"Fala, mas fala olhando na minha cara          Que não se lembra mais da gente            E que não quer recomeçar, fala"

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"Fala, mas fala olhando na minha cara
          Que não se lembra mais da gente
            E que não quer recomeçar, fala"

                     
Não demorou muito e chegamos em frente a casa dos meus pais, Denise já foi abrindo o portão ela leva a sério aquela frase "se sinta em casa", eu entrei logo atrás dela e andei o corredor até a porta que dava entrada pra sala assim que entrei já senti o cheiro da comida pela casa toda e que cheiro bom e fazia um tempo que não sentia viu, Denise tava cumprimentando meu pai que tava em pé em frente ao sofá falando com ela, ele ainda não tinha me visto assim que Denise saiu da frente dele ele me olhou e abriu um sorriso.

Sérgio - minha filha - abriu os braços pedindo um abraço e logo fui até o mesmo, o abraçando e aprofundando meu rosto no pescoço dele - que saudade que eu estava de você minha menina- me apertou -

Valentina- o pai eu tava morrendo de saudades do senhor também - apertei a cintura dele não querendo me soltar do abraço - como o senhor está ?- me soltei dele de leve e afastei nossos corpos mais me mantive perto dele -

Sérgio - se estivesse morrendo de saudades assim teria vindo vê a gente antes né dona Valentina - ele me olhou-

Valentina- eu sei pai, só andei sem tempo me desculpa - sorri sem graça -

Valéria - Sem tempo ela tá pra gente mesmo, agora pra subir pra baile né - ouvi a voz da minha mãe e olhei pra entrada da cozinha ali estava com a cara de brava -

Valentina- o mãezinha me desculpa, eu estava mesmo sem tempo - andei até ela e abracei a mesma  que não retribuiu o abraço - vai ficar assim? agora eu tô aqui -

Valéria - agora né? você nunca vem vê a gente Valentina- falou e me afastei dela -

Denise- tia não fica assim, eu que insisti pra ela ir comigo, ela nem queria - falou olhando pra minha mãe -

Valentina- e vou passar a tarde com vocês - fiz bico- eu prometo que vou tentar vir com mais frequência aqui -

Valéria - olha que levo a sério essa coisa de promessa Valentina- me olhou seria -

Valentina - sim eu sei mãezinha, por isso prometi - a olhei serio- agora me da um abraço??- ela ficou seria por uns segundos e assentiu me abraçando e eu retribui -

Danilo- Tá porra tia que cheiro bom, é o que de rango hoje?- ouvi a voz dele no corredor quase na porta da sala -

Valéria - mas hoje minha casa virou o que? que todo mundo vai entrando assim - falou me soltando e eu me afastei, indo pra trás do sofá - E já te disse pra maneirar nos palavrões né Danilo-

Assim que ela disse isso ele apareceu na porta da sala entrando por ela, eu engoli em seco assim que meus olhos encontraram o dele parece que tudo parou por um momento, meu coração acelerou como se eu tivesse treze anos novamente quando ele estava perto de mim. Eu não via o Danilo desde quando eu me mudei para o asfalto, assim que comecei a ir atrás do meu aos dezesseis anos eu mal via ele por que ele vivia com alguns amigos dele já que a gente tinha se afastado por motivos que não interessam agora e era muito estranho sentir essa sensação ao ver ele de novo...

Sérgio - Que a comida tá com um cheiro bom ninguém pode negar né Leria - disse me tirando do transe e eu sorri sem mostrar os dentes meio nervosa e desviei o olhar pra minha mãe -

Valéria - obrigada meu bem, ficou mudo foi Danilo?- olhou pra ele que tava encostado na porta -

Danilo- É que eu não sabia que você ia receber visita - disse olhando pra ela mais logo desviando o olhar pra mim-

Valéria - minha filha não é visita aqui, é de casa - olhou pra ele -

Valentina-  se eu soubesse que você ia ter visita a gente não teria vindo - olhei pra ela e depois pra Denise que tava sentada no sofá -

Denise - eu sou de casa já, mesmo com visita eu venho- deu de ombros e olhou pro Danilo -

Valéria - como é folgada - olhou pra Denise e negou com a cabeça - Mas agora vamos todos almoçar, comida já tá pronta - sorriu e olhou pra gente -

Denise - sabe que te amo tia - levantou indo pra cozinha com a minha mãe - deixa eu te ajudar a por os pratos na mesa lá fora - ouvi ela falar -

Sérgio - eai vocês vem? ou vão ficar sem comer a comida gostosa da Valéria - olhou pra mim e pro Danilo e saiu pra cozinha -

Mordi o canto da minha boca nervosa e olhei pro Danilo que me olhou, joguei uma parte do meu cabelo pra trás e me virei saindo dali e indo pra cozinha. Eu já sou uma adulta e não tenho razão pra estar me sentindo assim sobre ele, não sou mais uma adolescente idiota.

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