「 COLETÂNEA DE CONTOS 」
Nesta edição especial, encontrará contos envolvendo Settrigh, ou simplesmente Sett, um meio-vastayês robusto e carismático e Ahri, a vastaya raposa de nove caudas cheia de charme.
Visitante, embarque na Estação Settahri e se...
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ATO 3 – Meia-noite cai, o Dragão e a Raposa se apaixonam
Principiou-se a alvorada, os primeiros raios solares atingem o castelo com seu véu luminoso, tentando atravessar as cortinas das janelas dos aposentos de consorte. Um fio brilhante perpassa por uma brecha entre os tecidos vermelhos pendurados, atingindo os olhos de Ahri, para o azar da mulher-raposa ainda sonolenta, que não pôde ignorar o feixe solar aquecendo suas pálpebras. Remexeu-se no leito, indolente, apertando com mais força aquilo que pensava ser um dos travesseiros da sua cama enorme, porém, estranhou quando sentiu a superfície do suposto objeto ser menos fofa e molenga como de costume. Reparou que o "travesseiro" além de ser mais duro, estava mais quente e parecia se mover sozinho. Abriu os olhos com dificuldade e piscou, tentando se acostumar com a claridade e, enfim, acordar para a realidade.
A realidade é que não dormiu abraçada a um travesseiro, como supôs em sua sonolência, mas sim, agarrada ao torso de seu marido, que estava neste exato minuto de olhos bem abertos, observando em silêncio seu despertar. Ahri leva um susto e se ergue num ímpeto, afastando-se do abdômen parcialmente coberto do moreno, constrangida com o fato de que ele a viu praticamente babando em cima do seu peito, descabelada e numa posição estranha.
— Bom dia, raposinha. — o maior solta um riso discreto ao fim do cumprimento, vendo-a desesperada para ajustar sua aparência, embora não achasse tal ação necessária.
— B-bom dia. — murmurou num fio de voz, limpando os resquícios de saliva com as costas da mão — Pensei que teria ido embora antes de eu despertar...
— Até pensei em fazer isso, mas não há tantos compromissos para esta parte da manhã e estava me sentindo bem assistindo-a dormir. — revelou — Agora que acordou, podemos tomar o desjejum juntos.
Ahri piscou, desnorteada. Primeiro, surgiu um leve embaraço por descobrir que estava sendo contemplada enquanto dormia, ela não possuía certeza de seu comportamento quando estava adormecida, se roncava ou coisa parecida – dormir de boca aberta e babar, pelo jeito, era uma mania confirmada –. Segundo, o bom humor apresentado por Sett logo pela manhã era algo que ela não esperava, levando em consideração o desastre anticlimático da noite passada. E é pensando na noite passada que Ahri se dá conta de que haviam cruzado uma linha e que deveria aproveitar, enquanto Settrigh ainda não mencionou esse assunto, para se aproximar dele. Um café da manhã não seria nada de mais, contanto que não toquem no tema do suposto "machucado" inferido pelo draconiano.
— Eu adoraria. — concordou, por fim.
Batidas na porta impedem o moreno de dizer mais alguma coisa, eram as empregadas de Ahri questionando se ela estava desperta e se poderiam entrar para ajudá-la a se vestir, como de costume. A raposa pensou em responder ao chamado das servas, mas recordou-se de que seu marido também estava lá.
— Você não deveria sair e se vestir também? — encarou-o, se retirando do leito com um ar atrapalhado.
— Certo. Encontro-te na sala de jantar. — o dragão se levanta despreocupado, ao contrário de sua esposa, que ainda parecia estranhar aquela situação.
