7. Incêndio 🔞

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A arena estava cheia naquela tarde

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A arena estava cheia naquela tarde. Isto porque o evento da vez teria como principal atração o retorno do anfitrião como combatente. Settrigh, o meio-vastayês que imperava sobre aquele lugar moribundo, concedeu o desejo dos espectadores e fãs de voltar a socar qualquer maluco ousado que quisesse o desafiar para um duelo, valendo muito dinheiro, é claro. O público se esgoelava nas arquibancadas, chamando pelo seu nome antes mesmo do campeonato dar início, ao passo em que o robusto homem terminava de ajeitar suas manoplas em seus punhos enfaixados.

Sett jogou fora o fiapo de capim em sua boca numa cusparada, ato que seria reprovado por sua preciosa mãe caso ela estivesse presente para testemunhá-lo. De maneira alguma a pobre mulher poderia aparecer naquele lugar, pois esta não fazia a menor ideia de que seu amado filhotinho ganhava a vida socando pessoas numa arena e cobrando dívidas de apostas. O confiante lutador aposentado, agora o chefe de todo esse império do submundo do crime em Navori, termina de se preparar para o princípio dos seus combates que renderia muito ouro ao fim do dia, quando sua atenção foi chamada por uma de suas assistentes, que alegou que as preparações foram cumpridas e ele só precisava dar as caras no centro daquele circo de violência.

Sorrindo com o ego inflado, estufou o peito descoberto e endireitou a postura, marchando até seu grandioso palco sendo ovacionado pelos clientes. Ergueu os braços ao alto como um verdadeiro campeão, mesmo que ainda não tenha vencido ninguém, condecorado como a estrela do dia. Hoje ele com certeza terá muitos lucros a serem contabilizados, talvez já tenha reunido grana o suficiente para importar tecnologia piltovense para a residência de sua mãezinha, que não era mais tão precária graças aos seus esforços.

O primeiro idiota a se manifestar após as explicações do andamento das lutas e apostas se aproximou do centro da arena. Era um cara estrangeiro, decerto. Não possuía nenhum traço ioniano à primeira vista, e Sett não apresentou qualquer temor mesmo que seu adversário tenha duas vezes o seu tamanho – uma façanha impressionante, considerando que o próprio Chefe não é dos mais baixos – e uma feição diabólica. Louco para meter umas porradas naquele alvo enorme, assim que o embate é autorizado pelo juiz e interlocutor, o punho cerrado do mestiço vai de encontro ao abdômen flácido e lhe desfere um poderoso soco. Muitos outros vieram depois do primeiro, mal dando tempo do homem bizarramente gigantesco se acostumar com o padrão de ataque do ruivo. A luta foi finalizada em questão de segundos, o público se impressionou com a derrota em tempo recorde do gigante. Sett não ficou com nenhum arranhão e ainda detinha muita energia para gastar enterrando a cara de mais idiotas no chão daquela arena. Foi naquele momento de comemoração que seus olhos dourados avistaram uma figura conhecida na entrada, oculta por um manto branco. Agitado ao reconhecer a identidade de tal pessoa, o lutador se afasta rapidamente e dá uma desculpa qualquer para seus empregados, que ficaram confusos com a interrupção do evento.

— Oh, você realmente me viu de tão longe? — o sorriso familiar surge em instantes no rosto parcialmente coberto pelo capuz com detalhes dourados.

O híbrido não lhe dirige a palavra, puxando-a mais que depressa pelo braço para longe daquele lugar concentrado de brutalidade, ao som dos resmungos da criatura que se escondia no tecido branco. Quando estavam distantes o bastante do centro de violência, o ruivo puxou para trás o capuz, revelando orelhas pontudas e felpudas, cabelos negros, olhos dourados intensos e uma expressão fechada. Essa era Ahri, a raposa de nove caudas que espreitava aquele local fazia um bom tempo e o visitava em sigilo a pedido do próprio meio-vastaya.

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