A Chegada

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  Sonhei que havia sido teletransportada de meu planeta para outro parecido. Era um sonho estranho, tinha a sensação de estar caindo de um lugar alto.

  Felizmente acordo e a sensação de queda se foi. Tentei ficar deitada por mais tempo, mas minha cama estava ligeiramente desconfortável e me pinicava. Finalmente abri os olhos e ó céus... Não era sonho. Eu realmente caí num planeta aleatório extremamente parecido com a Terra e não só eu, mas seis pessoas, ou melhor, cinco e meio. Visto que tem uma criança.

  — Finalmente acordou. — disse um cara de cabelo metade platinado, metade castanho.

  — Cala a boca, Felipe. Tu também demorou uma eternidade para acordar. — gritou uma garota de cabelos negros. — ótimo, só falta a criança acordar.
 
  Tenho tantas questões. Por que estou aqui? Como vim parar aqui? O que está acontecendo? Por que todo mundo é meio estranho? Será que é um sonho dentro de outro?

  Comecemos pelo simples:

  — Quem são vocês? — perguntei enquanto sentava.

  A garota começou a falar então:

  — Eu me chamo Lilith, e estou com minha irmã, Morgana. Somos de Cancri, um planeta incomum que possui pouquíssimos habitantes. Somos as bruxas de lá e devemos sempre servir as pessoas doentes... — numa linguagem atual ela deve ser uma enfermeira mágica ou algo do tipo.

  Procuro pela tal Morgana e percebo que elas são gêmeas idênticas, mas uma tem o cabelo mais avermelhado apesar de ser bem preto também.

  — E eu sou Brenda. Consigo ter controle do fogo e da terra e meu cabelo muda de cor conforme uso meu poder. Por exemplo, agora ele está verde porque estava drenando água da terra.
 
  — Fascinante. — Digo assustada. — E você? — perguntei ao garoto que Lilith disse ser o Felipe.

  — Felipe, ex-guarda real condenado a morte por ter tirado a inocência da princesa e graças a Deus estou aqui vivinho. Salvo pelo gongo. —  A história de Felipe me enoja e minha expressão deixou isso claro porque logo ele se explica. — Mas é claro que ela quis transar comigo e ela é da minha idade.

  — Porra! A criança Felipe, a criança. — gritou Lilith.

  — Ela está dormindo. — ele devolveu em mesmo tom.

  — Já que todos se apresentaram, é minha vez. Sou a Amanda, princesa do reino da França.

  — Planeta terra? — perguntei  exasperada.
 
  — Sim, de lá mesmo. Conhece?

  Balancei a cabeça em concordância. Ia falar algo mas a criança acordou.

  — Por que estou aqui? — disse ela.

  — Lá vamos nós de novo. — bufou Lilith. — Seguinte neném, ao que parece abriu um portal no espaço tempo de alguns planetas e curiosamente aparecemos aqui. Eu sou Lilith e aquela é Morgana...

  — Não fala,  conheço vocês. — a criança falou com certa naturalidade.

  — Como assim conhece quem somos? — falou Morgana pela primeira vez desde que acordei.

  Me arrepiei com a gravidade de sua voz. As palavras dela tem certo peso ao serem ditas.

  — Tá bem. Eu vejo dentro da cabeça.

  Ver dentro da cabeça? Como assim?

  Ela vira para mim imediatamente e diz:

  — Mamãe disse que sou um negócio que tem nome difícil, por isso vejo dentro da cabeça.

  Pareceu até que leu meus pensamentos. É isso! Ela ler mentes.

  — Então você é telepática?

  — Sim. Tepelática. Mamãe disse que isso é bom.

  — Como é seu nome, garotinha? Ou quantos anos você têm? — perguntou Felipe enquanto agachava na raiz de uma árvore.

  — Eu sou Sarah e eu tenho isso aqui de idade. — Ela apontou seis dedos para ele.

  Crianças são um pouco complicadas, mas também divertidas. Porém são indesejadas quando o assunto é vida ou morte.

  Me lembrei de quando era mais nova e pesquisava sobre esses tipos de teletransportes para setealém e achava graça dos relatos. Pensava que era tudo invenção para ganhar fama, mas parece que não é bem assim. Pelo menos aqui não parece ser setealém, a floresta é bonita demais para ser tal lugar.

  — Esse lugar só existe nas histórias do seu mundo. — a criança disparou e eu cai com o susto. Fiquei sentido meu peito subir e descer a medida que me acalmava. — Desculpa. Não queria te assustar.

  — Juntado dois mais dois, invadimos um planeta estranho acidentalmente. É isso que aconteceu e se o planeta for miúdo, assim que nos virem vão querer nos pegar e talvez matar ou sermos escravos. — disse Morgana enquanto descia a árvore. — Precisamos de um plano antes.

  — Podemos fazer um mapeamento. — Brenda completou ao levantar — Por exemplo, Felipe vai a frente comigo como babá da pequena.

  — Por que eu? —ele exclamou.

  — Porque tu é ex-guarda real e eu me dou bem com o fogo ou terra. Ela pode ler qualquer pensamento e nos alertar, e em troca a protegemos. O que as irmãs aí são capazes?

  — Morgana e eu conjuramos feitiços tanto para cura como confusão. Temos bons sentidos e ach-o... — Lilith foi interrompida por Morgana.

  — Podemos voar e servir como alertas também.

  — Ótimo. E você, princesa? Vai lutar de espartilhos? — me inseri no assunto.

  — Para a informação de vossas senhorias, saibam que sou boa corredora e luto bem.

  Deixei claro que não fiquei surpresa com tal informação.  Como se já quisesse arrancar isso dela.

  Escutei uma árvore quebrar.

  — Fogo. — gritei o mais alto que pude e começamos a correr.

  — Corram em direção ao fogo. — gritou Brenda.

  Confesso que só fiz o que ela pediu porque vi a criança fazendo e sinto que devo protegê-la com minha vida. O cabelo de Brenda começou a ficar vermelho meio laranja vibrante e então começo a entender. Ela nos deu a chance de sobreviver controlando o fogo e evitando que fôssemos a uma armadilha.

  Flechas de fogo e mais flechas continuaram sendo e enviadas e então cessou, assim como o fogo. Então num passe de mágica aparece uma mulher no céu e a mesma atinge Morgana no peito, onde cai terra abaixo.

Primeiro capítulo se foi

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Primeiro capítulo se foi. O mais difícil acho que nem é começar e sim continuar. Mas acredito que foi um capítulo bom. Eu amei a Sarah e o Felipe❤️.

Sonhos de AscensãoOnde histórias criam vida. Descubra agora