𝟑𝟐

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Lizzie Martinez

Já faz uma semana que Vini está em coma. Coração e cabeça sempre a mil, nunca há paz nesses dois. Acho que estão competindo pra ver quem fala mais alto. Meus pensamentos e coisas do passado que ainda me assombram são o que mais fazem as minhas lágrimas se misturarem com o sangue do meu corpo. Não quero perder ele, quero ele aqui comigo.

Todos os dias eu tenho acordado cedo para ir visitá-lo no hospital, passo o máximo de tempo perto dele. Hoje não seria diferente, acordei cedo e fui até o hospital.
Vin ainda estava no mesmo quarto.

– Oi, meu amor, bom dia – falo assim que entro na sala. Sei que talvez ele não esteja me ouvindo, mas eu não ligo – está sendo difícil pra eu encarar tudo isso, mas eu não vou desistir, tá? Mesmo quando parecer que minhas forças acabaram, eu vou estar aqui mostrando que vale a pena nunca desistir, pois dias ruins são necessários para os bons valerem a pena.

Eu acredito que essa é apenas uma fase, uma fase ruim, mas muito em breve ela passará. Eu vou tirar disso uma lição, e que eu fique mais forte com cada obstáculo da vida, algo bem melhor está reservado para nós, e situações assim são boas para me mostrar que algo lá na frente valerá muito a pena.

– Estou orando pra que Deus me dê forças, e que isso passe logo – paro de falar quando sinto a mão dele apertar a minha.

Lentamente, os olhos dele se abrem. Uma felicidade enorme invade meu corpo, agora eu posso dormir em paz.
Aperto um botão para chamar o médico.

– O que aconteceu? Por que eu tô no hospital? – ela fica confuso.

– Oi, meu amor – ele me olha e abre um sorriso – você sofreu um acidente.

Vini me puxa para um abraço com o braço que ainda está bom. Eu o abraço com um certo receio de machucá-lo.

– Eu não me lembro do que aconteceu, mas acho que estou bem, principalmente porque agora você está aqui – ele sorri e me dá um selinho.

– Me chamaram? – o médico entra no quarto – Olha só, você acordou! Que ótimo.

O médico explica tudo que aconteceu para ele, o mesmo fica chocado e disse que só se lembra de alguns flashbacks do acidente. Agora vou precisar sair da sala porquê ele vai fazer alguns exames para saber se está tudo bem.

Volto para a recepção e ligo para a mãe de Vini o mais rápido possível, aviso ela que ele acordou. A alegria dela era contagiante, ela disse que já estava vindo para o hospital.

Vinícius Júnior

Eu não estava sentindo nenhuma dor, mas ainda precisava fazer alguns exames para saber se eu poderia receber alta.

– Essa garota te ama mesmo, viu? – o médico disse assim que Liz sai da sala – ela vem aqui bem cedinho todos os dias, desde quando você foi internado, e eu via que ela estava bem cansada.

– Ela é minha namorada, eu tenho muita sorte de ter ela ao meu lado – falo para o médico.

– E você também ama ela, pelo visto – ele diz e eu fico confuso – seus olhos brilhavam enquanto falava dela.

– Eu a amo, e muito – respondo.

Eu poderia ficar horas falando de cada qualidade da minha namorada, esse é meu passatempo favorito depois de jogar bola.

Também imagino o quanto deve ter sido difícil para minha mãe me ver assim, não deve ter sido nada fácil. Minha mãe sempre se preocupou muito comigo, todos os dias ela me liga para saber como eu estou. Provavelmente ela deve estar vindo para me ver.

Estou pensando em levar Liz para jantar lá em casa, faz muito tempo que nós não nos reunimos. Se bem que ela deve ido lá pra casa enquanto eu estava em coma, mas esse motivo é ruim, quero que ela se reúna com nós por um bom motivo. E agora vai ter, já que eu estou bem e logo logo volto para casa.

O exame foi tranquilo, hoje mesmo já posso voltar para casa, mas ainda vou ficar com o braço enfaixado.

Vou pedir para minha mãe fazer a comida favorita de Liz, strogonoff com um arroz bem soltinho, batata palha e uma coca bem gelada. Vou admitir que esse é o meu prato favorito também, e minha mãe vai fazer isso do jeitinho abrasileirado dela.

– Filho! – minha mãe entra no quarto – que bom que você acordou, meu amor.

– Oi, mãe – a mais velha beija minha bochecha – eu vou poder voltar para casa hoje mesmo.

– Que bom, né? – ela diz sorrindo e eu assinto.

– Mãe, quando eu sair daqui podemos levar Liz para jantar lá em casa? – peço.

– Claro, vai ser ótimo receber ela lá em casa novamente.

– Eu queria que você fizesse strogonoff, é a comida favorita dela – falo e a mais velha sorri assentindo.

Agora eu vou falar com Liz para ver se ela quer ir, se ela topar eu vou ficar muito feliz. Vamos relembrar os velhos tempos.

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9k de leituraaaas, estamos crescendo mto rápido. Obrigada meus amores ❤️

𝐂𝐇𝐀𝐌𝐏𝐈𝐎𝐍𝐒 - 𝐕𝐈𝐍𝐈 𝐉𝐑Onde histórias criam vida. Descubra agora