One Last Time¹

5- minha Lyra.

Capítulo 5

Minha Lyra.

Você já sentiu culpa?
Um dos piores sentimentos, é eu sinto culpa desde os meus 17 anos, que foi quando eu me tornei uma assassina.

Atlanta -1999

-Star- me chamou o velho chato do meu vizinho.
-Como posso ajudar senhor Will?- pergunto tentando ser educada, papai me xingou muito a última vez que fui mal educada com esse velho escroto.
-Sabe minha querida, a muitas coisas que você pode fazer por esse velho- falou dando uma risada de velho pedófilo, clássico.- Mas enfim meu amorzinho, seu pai me ligou porque disse que você está sem telefone, ele falou que volta só quarta-estamos na quinta- se você precisar de algo as portas da minha casa estão abertas pra ti mon amour.- falou o velho tentando encostar em mim mas eu me afastei.
-Obrigada pelo convite senhor mas prefiro ficar em casa- fecho a porta e a tranco logo após, tenho medo desse coisa.

Eu estava a horas no meu computador ouvindo música e lendo um artigo sobre estrelas que a minha mãe escreveu, o sonho da minha mãe era trabalhar como astrônomo, mas ela não teve a chance. Pouco depois do parto a doença que ela tinha só se agravou, e ela morreu quando eu completei 1 ano. Ela não teve tempo de realizar seu sonho...

Papai nunca está em casa, ele trabalha na prefeitura, não sei com o que, ele nunca me disse. Mas sempre o vejo na TV, do lado do prefeito e até algumas vezes ao lado do presidente.

Mas ele nunca está do meu lado.

Eu quase não ouvi as batidas na porta, com o fone altíssimo tocando nirvana.

-Star, sou eu.
-Papai?- vou rápido até a porta e a abro.
-Oi queridinha- não era meu pai. Eu tentei correr pra dentro e trancar a porta mas o homem foi mais rápido e me pegou, chutei ele e o gravador com a voz do meu pai me chamando tocou. Eu gritei antes dele colocar um pano no meu rosto com um cheiro muito ruim, e depois eu não vi mais nada.

Eu acordei em uma sala, toda branca, estava deitada em uma maca, tinham cilindros com gelo dentro e parecia que tinham pessoas lá, eu olhei melhor e me vi. Em um espelho quebrado vi o meu reflexo e eu estava mais velha, meu cabelo estava maior, até que um cara entrou na sala e começou a conversar comigo.

-Olá Star. Como se sente?- perguntou em um tom doce e educado.
-Quem é você? Onde eu tô- perguntei quase desesperada tentando me levantar mas tinha algo me prendendo naquela maca.
-Tá tudo bem querida, aconteceu um acidente com você em um de suas missões, você se lembra? -Avião? Presidente? China?- perguntou me olhando com olhos preocupados.
-Não, não me lembro- eu estava desesperada e muito assustada até que as memórias chegaram na minha cabeça.

Garota ruiva, branca, de 1,60, está sendo procurada
Pela polícia após assassinar cerca de 178 pessoas nos últimos 3 anos e tentantiva de assassinato ao presidente da china, a jovem de 19 anos deve ser encaminhada a uma prisão especial, as forças armadas e o exército espera ligações para qualquer denúncia, se ver a garota ligue 4002...

-Mais que merda- olhei assustada para o homem, com as falas do jornal em mandarim na minha cabeça.
-Pelo visto você se lembrou-disse e levantou, ligando uma câmera que estava em uma mesa ao lado da maca que eu estava- hoje é dia 18 de janeiro de 2001, vamos começar a preparar a garota para o estágio na Rússia.

Em março de 2002 eu havia terminado meu serviço na Rússia, mas digamos que todos estavam bravos comigo, eu matei um dos sócios do programa que me fez ser uma assassina, atirei 3 vezes em  Jackson Moore, eu me senti bem no momento, até descobrir que Jackson tinha duas filhas, que agora estão sozinhas. E se fosse eu no lugar dele? Com uma família me esperando voltar pra casa? Eu queria morrer para acabar com a sensação de culpa no meu coração.