capitulo 05

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Sua gravata é prateada, e a camisa, branquíssima. A ausência de cor realça ainda mais seus incríveis olhos.

Vê-lo parado ali, com o paletó aberto e as mãos casualmente enfiadas nos bolsos da calça, é como dar de cara com uma parede cuja existência eu desconheço.

Detenho meu passo de repente, com os olhos grudados no homem, que parece ainda mais impressionante do que eu me lembro.

Nunca tinha visto cabelos tão perfeitamente negros. São brilhantes e um pouquinho compridos, com as pontas da franja roçando no nariz. Parece um indício de vitória do jovem impulsivo sobre o homem de negócios bem-sucedido, uma pitada de chantilly em um sorvete com calda quente.

Como diria minha mãe, aqueles cabelos longos é sinal de juízo curto.

Minhas mãos têm que lutar contra a vontade de tocá-los, sentir se são tão sedosos quanto parecem.

A porta começa a se fechar. Ele dá um passo à frente e aperta o botão para mantê-la aberta.

---Tem espaço de sobra pra nós dois aqui, Park Jimin.

O som implacável de sua voz me tira do estado de inconsciência momentânea.

Como é que ele sabe meu nome?

É quando lembro que ele havia apanhado o crachá que eu tinha derrubado no chão do saguão.

Por um instante, penso em dizer a ele que estou esperando alguém e pegarei o elevador seguinte, mas meu cérebro logo volta a funcionar como deve.

Que diabos eu estou tentando fazer? Ele trabalha no Jeon's, sem sombra de dúvidas.

Eu não vou conseguir evitá-lo todas as vezes que o vir, e por que faria isso? Para poder admirar sua beleza sem me sentir abalado, preciso vê-lo o bastante para me acostumar com sua presença, como se ele fosse apenas uma peça decorativa.

Rá! Como se isso fosse possível.

Entro no elevador.

---Obrigado.

Ele solta o botão e dá um passo para trás.

As portas se fecham e começamos a descer.

Não demora muito para que eu me arrependa de pegar o mesmo elevador que ele.

Eu sinto sua presença na pele. Sua energia poderosa se amplifica no ambiente pequeno e fechado, irradiando uma força palpável e um magnetismo sexual que me deixam inquieto.

Minha respiração e meus batimentos cardíacos ficam caóticos.

Sinto de novo a atração inexplicável em sua direção, como se ele exalasse uma ordem silenciosa à qual eu me sinto instintivamente inclinado a obedecer.

---Gostou do seu primeiro dia?---Ele pergunta, despertando-me do meu devaneio.

Sua voz ressoa, flui pelo meu corpo em um ritmo sedutor. Como é que ele sabe que é meu primeiro dia?

---Gostei, sim.---Respondo tranquilamente.---E o seu, como foi?

Sinto seu olhar percorrer minha silhueta, mas mantenho minha atenção concentrada na porta de alumínio polido do elevador.

Meu coração dispara e meu estômago dá voltas e mais voltas.

Me sinto confuso e inseguro.

---Bom...não foi meu primeiro dia.---Ele responde num tom divertido.---Mas foi produtivo. E tem tudo pra ficar ainda melhor.

Aceno com a cabeça e esboço um sorriso, sem saber direito o que significa.

O elevador para no décimo segundo andar e entram três pessoas, que conversam animadamente.

Todo seu • Jikook •Onde histórias criam vida. Descubra agora