2- Mar de sangue

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Estávamos dentro da suv com o chefe de segurança na frente como o motorista. 

Luna estava deitada dormindo em meu colo, ela dormia como se nada pudesse à machucar. 

Penso que o dever da irmã mais velha é proteger a irmã mais nova, será que era assim que ele se sentia comigo?. 

Enquanto fazia carinho em seus cabelos minha mãe fala baixo, para não acordá-la. 

— Ela ficou a noite toda acordada fazendo o cartaz, ela te admira muito.  — Não posso controlar o grande sorriso que apareceu em meu rosto ao ouvir aquelas palavras. 

— Eu prometo ser a melhor irmã para você — falo deixando um selar em sua testa fazendo a pequena se aconchegar ainda mais em meus braços. 

[…]  

Assim que chegamos a casa de meus pais pedi aos meus seguranças levarem minhas bagagens para o hotel. 

Mesmo que eu quisesse ficar com minha família, eu vim a trabalho e não podia me distrair. 

Não posso cometer nenhum erro, não cheguei tão longe para relaxar agora. 

Ainda não sabia como dar notícia que não iria ficar nem três meses aqui depois de cinco anos longe.

Até que saio de meus pensamentos ao ouvir meu pai me chamando. 

— Querida venha aqui! — O homem mais velho me chama de algum cômodo e  logo eu me dirijo a ele 

Quando vejo o que era meu coração aperta. 

— Veja, organizamos tudo para você se sentir confortável, eu até comprei coxas novas para combinar com quarto.

E agora?! Como vou dizer na cara de pau que não vou dormir com eles depois disso. 

Eu estava muito nervosa ao ponto de minha voz não sair pela minha boca. 

— O que foi querida? não gostou da cor? eu falei para comprar azul ao invéis de branco e bege seu idiota!  — Minha mãe fala gritando com papai que se reprimia no canto com Luna com medo de sua esposa. 

— Não é isso, é que...eu ...não vou poder dormir com vocês.  — Falo suando frio, parecia que um nó estava se formando em minha garganta.

As expressões que eles fizeram de tristeza, acho que nunca poderei tirá-las de minhas memórias.

— Não gostou meu bem? Eu sei que não entendo muito de moda que nem você, mas a gente se esforçou tanto para te agradar, se quiser eu posso ir comprar outras coisas. 

— Não é isso papai, é que vim aqui a trabalho, vai ter um desfile daqui a três meses, e eu vim antes para ver vocês, mas houve um problema na administração e infelizmente vou ter que trabalhar o dobro nesses dias. 

Eu não podia, não podia ter prometido ser mais presente para minha irmãzinha e ter decepcionado meus pais logo após não os vê-los por cinco anos. 

— Mas… penso que posso abrir minha agenda um pouco para ficar hoje!.

De repente a cara de tristeza de todos ali presentes passou para uma de felicidade, sendo seguida por um grito de comemoração e uma onda de abraços apertados.

—  A, e pai, mesmo não entendendo de moda o quarto ficou lindo, acho que vou pedir para reformar minha casa.

— Tá vendo. — Falou dando língua para minha mãe que mostrou os punhos cerrados e como um cachorrinho medroso meu pai se esconde atrás de mim, não pude esconder minhas risadas com aquelas ações. 

Sonhos de sangueOnde histórias criam vida. Descubra agora