4. Mateus 7:1,2

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Olá!!!

Esse capítulo é o mais longo que já escrevi, prestem atenção nos diálogos, espero que não esteja cansativo. Mas precisei construir dessa forma para passar algumas informações importantes pra vocês. 

⚠️ Não é um spoiler, mas um aviso. Em determinado momento do capítulo terá um conteúdo sensível de caráter homofóbico. Tentei pegar leve, mas se vocês não se sentem bem, por favor pulem. 

Não desistam do capítulo, valerá a pena 🔥

Boa leitura! 

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Sam

Tinha deixado tudo preparado para o jantar com Heng e Nop, estava particularmente feliz por eles finalmente terem encontrado um tempinho e aceitado meu convite. Considerava uma ocasião especial, pois eu mesma preparei o jantar, aproveitando o prazer de cozinhar que normalmente reservava para os finais de semana. Amava alimentar as pessoas e observar a felicidade que elas sentiam à medida que provavam e devoravam a comida, acredito ter herdado esse hábito da minha mãe.

Ela me amava nos detalhes, e cozinhar os meus pratos preferidos sempre foi sua forma de demonstrar carinho e preocupação por mim. Durante o tempo que compartilhamos juntas, trocamos poucas palavras de "eu te amo." Hoje, olhando para trás, reconheço que poderia ter dito mais vezes o quanto a amava. No entanto, assim como ela, eu também procurava expressar meus sentimentos através de gestos. Essa troca de afeto sutil era a essência do nosso amor. Cada prato preparado com dedicação, cada pequeno cuidado e atenção falavam mais do que mil palavras, pois nossas ações e olhares já transmitiam todo o amor que sentíamos uma pela outra. Carrego comigo a saudade dos momentos que vivemos juntas e aprendi a valorizar ainda mais a importância de expressar os sentimentos abertamente.

Como naquela sexta-feira não tínhamos culto, cheguei mais cedo em casa para organizar todos os detalhes. O prato escolhido para a ocasião foi um delicioso nhoque de ricota ao molho de ervas, nunca havia feito essa receita, mas estava confiante que podia executá-la bem. Para acompanhar o jantar, separei um vinho especialmente para Nop, enquanto eu e Heng ficaríamos com uma refrescante limonada suíça. 

Orion estava especialmente agitado hoje, como se pressentisse a chegada dos seus tios. Ele era um cachorro da raça samoieda, muito carinhoso e extremamente educado. Essa última parte me custou bastante e grande foi a quantidade de vídeos que precisei assistir para aprender a adestrar o meu menino.

A amizade que Orion desenvolveu com Heng e Nop era linda, meu coração se enche de gratidão por termos pessoas tão especiais em nossas vidas e capazes de cuidar tão bem dele. A animação desse encontro foi como prevista, muitos abraços, lambeijos e correrias pelo apartamento, até que finalmente nos sentamos para comer.

     -  E quando vai sair esse casamento mesmo? Heng? - fiz essa pergunta diretamente para o meu amigo, apoiei os cotovelos na mesa e segurei meu rosto com uma das mãos demonstrando que ele tinha toda a minha atenção agora.

     -  Eu só preciso que o Nop pare de me enrolar... - Heng respondeu desviando o olhar para o seu até então noivo.

     -  Nop? - agora meu olhar repousava sobre o outro homem - planos?

     -  Tudo no tempo de Deus, não é assim que vocês dizem? - ele respondeu deixando escapar um sorrisinho - precisamos organizar nossas vidas, estabelecer onde vamos morar depois do casamento...

     -  Vocês praticamente moram juntos - interrompi a sua fala.

     -  Eu sei, mas morar junto mesmo mesmo é diferente, um passo por vez, certo meu amor? - Nop buscou a confirmação de Heng com um selinho para em seguida tomar um gole do seu vinho. Por um breve momento senti que aquela conversa havia incomodado ele.

Aos teus pésOnde histórias criam vida. Descubra agora