O início do fim
JUNE ANDAVA DE UM LADO PARA O OUTRO ANSIOSAMENTE. Havia acabado de contar tudo a Henry — e Pandora que se juntara a eles a meio por ter ouvido gritos vindos dos dormitórios na sala comunal.
Henry estava muito quieto enquanto Pandora acompanhava June a andar de um lado para o outro no dormitório como se dançassem.
— Me desculpa, foi tudo minha culpa. Nunca deveria ter resolvido o enigma. Sou uma idiota. Me perdoe, June. — Pandora, que já tinha até mesmo derramado algumas lágrimas, despejava agora desculpas como se não houvesse amanhã, que eram respondidas na mesma velocidade e ânimo por June.
— Não é sua culpa, quanto muito é minha por ter tido essa ideia de brincar com ele também. Se você não tivesse resolvido o enigma, alguém teria, iria dar ao mesmo. Pelo menos você o ameaçou. Ele é um idiota.
Henry se levantou abruptamente. O seu olhar estava calmo apesar de parecer inquieto. — Pronto, tudo bem. Era só isso? — ele inquiriu, recebendo olhares chocados das duas.
— Só isso? Henry, você não ouviu nada do que eu disse? — exasperada, a gémea mais nova levou as mãos à cabeça.
— Ah, não se perde muito. Vai a ver e, no final de contas, só se adianta aquilo que era inevitável: a loucura dos Black. — ao ver que nenhuma gostou do comentário, se acalmou, perdendo o sorriso nervoso que ostentava segundos antes. — Eu também não gostei nada disso, mas era uma questão de tempo até algo assim acontecer, não há nada a fazer. Podemos falar com Dumbledore, mas duvido que haja algo a mudar nessa situação. É uma profecia, é indestrutível.
— M-mas, Henry... — os pensamentos de June só estavam mais confusos. Ela, para além dessa situação toda da profecia e dos pesadelos, tinha beijado Sirius. E gostado.
— June, não se preocupe, ok? Eu sei que não faz sentido dizer isso mas é verdade. Não há motivo para preocupação. Qual é a melhor coisa que pode acontecer? Black ser atormentado, todas as noites para sempre, com o seu pior pesadelo? E a pior? Ele compartilhar sua alma? Nada demais. — estremeceu com o olhar que as duas garotas lhe deram. — Muito cedo? — graças aos anos de prática a fugir da irmã, Henry conseguiu fugir do estalo que ela tentou lhe dar. Correndo em seguida pelo dormitório com a língua de fora para ela, tentando arrancar um sorriso à garota.
Acabaram deitados na cama com June no meio, sendo abraçada de lado por Henry.
Não havia nada a fazer agora, exceto falar com Sirius — mas isso ia esperar, June não era assim tão corajosa. Por alguma razão não estava na casa dos leões e sim na dos corvos.
.
Sirius estava junto ao lago negro quando James o encontrou. Com a cabeça entre as mãos e os joelhos dobrados contra o peito, James achava que era impossível Sirius parecer mais miserável. Mas corrigiu esse pensamento quando Sirius levantou a cabeça e olhou para ele. Sirius estava mais do que miserável. Parecia louco.
Tinha os olhos bastante arregalados e um sorriso numa mistura entre sonhador e lunático desenhado nos lábios. Os seus cabelos bagunceados e o nó da gravata desfeito.
— Sirius? Tudo bem?
— Eu a beijei, Pontas. Eu a beijei e ela me expulsou do quarto. Será que eu beijo mal? Me beija, Pontas. — Sirius se inclinou para a frente, pronto para beijar o Potter que se tinha baixado para ficar na altura dele. Teria o beijado se não fosse pela mão de James a impedi-lo.
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𝐓𝐇𝐄 𝐁𝐄𝐓, Sirius Black
Fanfic━ 𝐓𝐇𝐄 𝐁𝐄𝐓 (short fic) Era tudo apenas uma brincadeira, até que não foi mais. Duas crianças nasceram sob a última lua cheia do décimo mês do fatídico ano de 1959, mas apenas uma delas é amaldiçoada. June Jones. Os segredos que percorrem as gros...