Capítulo 2

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No dia seguinte acordo bem maltratada. Outra noite em que passei chorando.  Porra foram 5 anos, não 5 dias, tento me convencer de que é normal.
Me arrumo e outra vez faço uma maquiagem pesada pra disfarçar e saio do quarto como se nada tivesse acontecido,  bem plena seguindo a 
rotina de quem é forte o tempo todo.
Eu trabalho num supermercado onde vende quase tudo. E hoje me escalaram pra área de ferramentas. 
Oi Maya, Claire me dá um sorriso acolhedor. Oi bom dia, digo sorrindo de volta. Você tá bem? Quer sair pra beber? Ela pergunta.  Tô bem e eu não bebo esqueceu ? Reviro os olhos. Ah mais você pode começar a ser minha amiga das baladas. Aliás tem uma mega festa hoje você tem que ir, ela diz. Não obrigada,  eu tô cansada demais pra isso, minto porque eu tô é triste pra caralho.
Tá bom deixa eu ir pro meu setor, ela diz quando vê o Smith nosso chefe passar.
Peter você viu a maleta de ferramentas  que ... eu me interrompo quando me levanto de trás do balcão e dou de cara com o Cameron.  Oi amor, ele diz. Meu nome é Maya, digo mostrando o meu crachá. Desculpa é força do hábito,  ele diz.
O que você precisa senhor, o trato como qualquer cliente da loja.
Maya a gente se conhece a anos, vamos esquecer isso? Eu te amo, ele diz.   O senhor precisa de um facão? Esse aqui é ótimo pra cortar qualquer coisa, digo pegando um pedaço fino de madeira e dando uma facãozada partindo a madeira em dois, e vejo Camerom se contorcer e colocar a mão no rumo dos seus países baixos.
Hã Maya, ele continua e eu interrompo.
Ah mais se você precisa de uma chave de fenda, ela também tem várias utilidades olha só, bato a chave de fenda na tábua com tanta força que ela fica grudada.
Cara na boa, eu tô tentando, ele tenta e eu interrompo. ... Senhor eu tenho o melhor serrote de todos. Olha pra essa peça única,  começo a mostrar e então a serrar uma madeira  e então o encaro. Você quer que eu te mostre mais alguma coisa,  digo entre dentes e o Smith chega. Bom dia, tudo certo por aqui? Ele segura o serrote da minha mão.
Tudo sim eu só tava dando uma olhada, mais não tem nada do que eu preciso aqui, Cameron diz e eu sorrio.
Sinto muito e volte sempre, digo e fico de costas arrumando uma prateleira. 
Maya você tá bem? Smith pergunta.  Tô sim, tudo certo pode ir, minto porque tô destruída mais não vou dar essa moral pra eles não. 
De acordo os dias foram passando eu ainda estava muito magoada. Mais eu não me lembrava vou frequência como antes.
E um dia eu resolvi sair com o pessoal do trabalho. 
Estávamos num bar e todos rindo e bebendo e eu só no suco.
Maya Maya amiga? Claire chega segurando o meu braço quando saio do banheiro.  Que isso garota? Me assusto. Você viu que o chefinho tá de olhando a noite toda né? Ela diz.
O que você bebeu? Você tá bem? Pergunto e ela revira os olhos.
Você sabe que  você não pode ficar chorando pelo Camerom a vida toda né? Ela diz áspera.  Eu nem me lembro  daquele idiota, digo o que é um pouco verdade já que fazem alguns meses desde o nosso término.  Ele tentou contato várias vezes mais eu não vou voltar pra algo que me feriu e provavelmente vai voltar a me ferir.
Amigaaaa ... já fazem 8 meses, eu sei que doeu mais você precisa seguir a sua vida, ela diz e eu sorrio. Dramática e intrometida como sempre, brinco. Aí eu desisto. Enquanto você fica aí chorando, ele deve tá seguindo a vida escuta só, ela diz voltando a beber o copo enorme de shop.
Eu sei que eu preciso superar e eu até já superei mais .... Que porra é essa? Me pergunto ao ver o Cameron no canto do bar quase transando  com uma qualquer. Eu me enojo porque eu o amava, mais olhando pra ele agora como eu não vi que tipo de pessoa ele era? Penso.  Aquilo me dá nos nervos e eu volto pra mesa tão pita mais tão puta que pego minhas coisas e vou embora. Espera Maya eu levo você,  ouço Smith me chamar.
No caminho até o carro dele nós trombamos com o imbecil outra vez e antes de ele me chamar ou fazer qualquer gracinha, eu empurro Smith contra o carro e dou o maior beijão nele. Maya? Eu ouço mais ignoro.
As mãos de Smith apertam a minha cintura e vão descendo pra minha bunda eu deixo por um momento pois camerom ainda está ali. Mais quando percebo que ele se foi eu me afasto.
Chefe desculpa, solto sem pensar.
Uau que beijo foi esse? Ele diz se aproximando.   Hã é foi legal mais é quero ir pra casa, rola uma carona? Digo sorrindo. Pra minha casa ou pra sua?  Ele pergunta malicioso.  Hum pra minha casa, e eu vou sozinha haha, desconverso.
Claro eu te levo, ele diz e abre a porta pra mim.
Durante o percurso,  sinto que suas mãos não param quietas e ele parece querer me tocar mais eu não dou muita abertura.  Como eu fui beijar o meu chefe? Penso envergonhada.
Uns minutos depois o carro para.
Bom chegamos, ele diz.  Olha Smith sério,  me desculpa.  Eu não sei o que me deu, foi tudo muito rápido  e eu não pensei nas consequências, digo. Calma Maya tá tudo certo. Foi só um beijo. Aliás,  amanhã depois do trabalho você quer sair pra beber? Ele pergunta.  Eu não bebo, digo. Verdade você tinha dito. Mais sei lá, cinema? Ele insiste. Não sei eu provavelmente vou estar cansada, tento sair fora. Qual é Maya? Um cinema, depois se você quiser eu trago você pra casa, ele diz e eu resolvo ceder.  Se o filha da puta do camerom tá seguindo a vida, porque eu não vou seguir a minha? Penso. Tá bom amanhã a gente pega um cinema,  dou um sorriso e ele vem beijar o meu rosto mais me rouba um selinho. Eu fico sem graça mais acabo relevando.
No dia seguinte,  passamos o dia todo trocando mensagens.  Parecia mesmo aqueles adolescentes quando vão aprontar hahaha. Então você e o chefinho vão ao cinema? Claire se aproxima me cutucando. Ah droga que susto, digo quase deixando o celular cair.  Tá bom eu resolvi dar uma chance, quem sabe dá certo? Digo e ela fica empolgada.  Garota você vai ser minha chefe, ela zoa. Não me estressa Claire é só um cinema, reviro os olhos. Ah tá bom, mais uma vez ela me zoa.
A noite, como combinado eu me arrumei e avisei a minha mãe que eu ia sair com o Smith.  Mostrei a foto do meliante porque eu sei lá o que ele vai fazer né hahaha.
Então ele buzinou e eu fui.
No cinema assistimos a um filme de ação muito bom por sinal.
Ele tentou me segurar as mãos o filme todo. Tadinho tão fofo, então na saída do cinema eu segurei a mão dele.
Entramos no carro e ele começou  a me beijar. E putz eu não esperava tão rápido assim.  Eu retribui o beijo o que tava muito bom. Smith é alto, cabelo liso caindo no rosto, branquinho e forte. Um charme ele.
A gente continuou se beijando ferozmente quando ele tentou enfiar a mão por baixo da minha saia e eu segurei a sua mão.  O que foi? Ele diz ofegante.  Desse jeito não.  Ainda não.  Vamos devagar, digo. Como é que é? Maya olha como eu tô aqui, você acha mesmo que dá pra esperar? Ele diz irritado. 
Desculpa mais eu não tô a vontade pra fazer isso agora, digo. É por causa do carro? A gente pode ir pra um motel, ele insiste. Caralho o que acontece com os homens quando a gente diz NÃO? Me pergunto. 
Eu não tô afim agora, vamos continuar saindo, se conhecer mais, não é assim que funciona,  digo.
Porra Maya, eu vou te levar pra casa. Coloca o cinto, ele diz e eu sei que ele tá muito puto.
Fomos o caminho todo em silêncio.  E quando ele parou o carro só me deu um beijo no rosto. Saiu cantando pneu e eu entrei.
Mãe cheguei, digo.
Deixei a janta pra você no micro-ondas. Como foi o encontro? Ela pergunta.  Ah foi legal, me limito a não dizer os detalhes.  Tô subindo boa noite,  digo pegando meu prato de lasanha e uma garrafinha de coca indo pro meu quarto.
Termino de comer e tomo um banho rápido e me deito. Acabo dormindo pensando na reação do Smith.
Quando chego no trabalho , dou uma olhada na escala de hoje e eu estou no setor  de utensílios de cozinha.
Garota o que você tá fazendo aqui? Claire vem correndo curiosa.  E aí como foi o encontro? Me enche de perguntas.
Foi normal mais depois ele quis transar e eu não.  E ele ficou irritado comigo por isso. Eu não pensei que ele fosse esse tipo de cara, digo. Filho da puta, era o primeiro encontro de vocês, ele podia esperar pelo menos,  ela diz. Tá tudo bem, digo. Aí amiga desculpa eu que fiquei te enchendo pra sair com ele, ela diz preocupada.  Amiga relaxa eu tô bem. E foi bom que eu conheci o tipo dele, tranquilizo ela.
Bom dia,  Claire você tá escalada pra esse setor? Smith se aproxima.  Hã desculpa eu já tô indo, ela diz saindo.
Olha sobre ontem, tento dizer ... Chegou cliente você pode atender? Ele mostra e continua a suas anotações.
Caramba como ele pode ser tão criança assim? Penso.
No final do expediente,  eu tô no banheiro me trocando quando chega uma mensagem. 

_  Maya você é incrível  mais é melhor a gente ser só amigos mesmo.

Eu leio aquela porra e ... quando foi que eu quis algo a mais com ele mesmo? Ele insistiu pra gente sair e agora quer sair por cima, penso.
Calma Maya não vale a pena, deixa isso pra lá,  falo pra mim mesma.
Pego a minha mochila e vou pro ponto de ônibus quando me deparo com ninguém mais ninguém menos que o próprio Smith. Sim ele me mandou aquela porra de mensagem e já partiu pra outra, pois ele tá com uma garota do RH. Que filho da puta, digo.
Mais tudo bem, deixa isso pra lá, é  o melhor que eu posso fazer  .

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