["Cercado pela escuridão e capaz de pressentir a morte, Jeongguk era filho de Hades. Olhar tão escuro como as próprias trevas, cabelo tão negro que se mistura com sua pele clara e carregada de intensas tatuagens; ele era a próprio pecado infernal. E...
Olá meus amores. Como vocês estão? Demorei um pouquinho para atualizar essa história, mas espero que deem ainda uma chance para essa escritora fracassa que eu me tornei. Fiz com muito carinho. Espero que gostem! Boa leitura meus amores ❤️
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Só consigo vê-lo. Meu corpo está em chamas. Seu olhar negro confortar-me.
Taehyung corria apressado entre as pessoas do campus de sua faculdade. Estava atrasado naquela manhã. Sua primeira aula havia começado a cerca de dez minutos, caso não chegasse nos próximos minutos em sala, provavelmente seu professor lhe lançaria falta sem grande rodeio. Sr Han era um verdadeiro carrasco quando queria, o Kim sabia muito bem disso.
— Licença, licença ! — pedia, passando entre as pessoas com os fios castanhos desarrumados que balançavam conforme corria.
Na última semana tornou-se rotineiro acordar atrasado, o que antigamente não será de seus hábitos. Contudo, sua mente naqueles últimos dias estava uma completa desordem, mal conseguia pregar os olhos quando deitava-se em sua cama. O olhar negro via sempre em suas memórias, como flashbacks.
— Desculpe-me — pedia sem jeito, após ir ao chão ao ir de encontro com uma garota, entre vinte anos — Não vi você — informou, se levantando e pegando os livros que haviam caído. Olhou de relance o horário em seu relógio, constatando que seu atraso era ainda maior do que pensou. — Droga! — xingou a si mesmo em pensamento. — Desculpe pelo esbarram — disse a garota, voltando a correr apressado.
O ar já faltava em seus pulmões, sentiu ainda mais quando subia os dois lances de escada que levava até sua turma. Naquela manhã, havia concluído que chegar a sua sala era algo angustiante e distante, e que, a cada dia que passava parecia que o caminho era mais longe.
— Licença professor — disse, enquanto abria a porta e colocava a cabeça para dentro, observando o homem que escrevia ao quadro e seus colegas de classe que lhe olhavam. Provavelmente deveria ser pelos fios desarrumados, que Taehyung mal se importou em ter que penteá-los naquela manhã. — Posso entrar ? — questionou esperançoso.
— Pelo visto se tornou comum seus atrasos, senhor Kim — o homem disse de forma séria. — Mas uma vez lhe darei uma chance — disse. — Pode entrar na minha sala de aula, mas lembre-se — ele lhe olhou de cima a baixo, analisando. — É a última vez que tolero seu atraso. Estamos entendidos? — falou. — Na próxima você não entra.
— Muito obrigado senhor Han — agradeceu, sorrindo largo.
Avisto de longe a cabeleira loira de seu amigo, Park Jimin. Ele sorria para si, acessando para que se apressasse e sentasse ao seu lado, como de costume. Passou entre seus colegas de classe, até alcançar a quinta fileira onde o Park encontrava-se.
— Devo dizer que o professor está sendo bem generoso com você — disse, quando o castanho se jogava na cadeira ao seu lado. — Nas duas vezes que cheguei atrasado, ele nem me deixou entrar por essa porta — disse pensativo, recordando-se daquele dia em questão.
— Óbvio — disse. — Você chegou aqui quando já tinha mais de uma hora de início de aula — informou. — Ele nunca deixaria alguém entrar nessa hora — disse, abrindo seu material sobre a mesa e rindo do bico que o amigo havia feito.
— O que aconteceu de novo? — perguntou, desinteressado no que o professor escrevia no enorme quadro branco. — Havia lhe chamado antes de sair cedo do dormitório para ir na academia — disse. — Teve aquele problema para dormir de novo? — perguntou, sabendo das incansáveis noites que ouvia os gritos e palavras desconexas que o amigo falava no quarto ao lado.
— Sim — disse sem grande animação, afinal aquilo já se tornaram pesadelos estranhos. — Toda noite tem se tornado presente em meus sonhos — comentou, apoiando a cabeça em seus brancos. — Não sei mais o que fazer — choramingou.
Há duas semanas que Taehyung tinha aqueles sonhos. Os fios escuros, o corpo tatuado, o olhar negro e penetrante, e o rosto mal conhecido por si. O homem de terno vermelho que havia visto uma única vez, invadia sua mente desde aquele dia que trocaram algumas palavras no bar, daquele boate, naquela noite de verão.
A queimação por seu corpo, o suor, a lembrança intensa daquele olhar negro ; eram emoções e sensações que desconcertada seu sono, fazendo-o revirar entre os lençóis, dando a sensação que estivesse preso para sempre naquele instante.
"O que devo fazer?" — Taehyung se questionava, desviando sua atenção do professor Han, que descrevia e explicava os efeitos e enquadramentos para conservar a fotografia; mas ele estava tão imerso em seus pensamentos, que não dava a mínima para aquele assunto.
Taehyung era estudante de fotografia, estava em seu segundo ano de faculdade, além de ser considerado uns dos melhores no seu curso. Sentimentalismo, tristeza , detalhes , história, suas fotos descreviam muitas informações. Suas técnicas se destacavam entre os demais, porque ele conseguia passar sentimento em cada fotografia, até fotos em preto e banco possuíam uma descrição longa sobre o que queria passar. Ele era simples perfeito no que fazia – mesmo não se sentindo tão seguro – as pessoas sabiam reconhecer seu talento.
— Já sei! — disse alto, saindo de seus devaneios. Sua voz atraiu a atenção de toda sua sala para si, que lhe analisavam.
— Gostaria de compartilhar conosco, sr Kim? — o professor perguntou, analisando seu comportamento por cima dos óculos redondos que utilizava.
— Ah ?— ele sorriu sem jeito. "Não sabia que isso sairia tão alto", pensava, envergonhado. — Desculpe-me professor, fiquei animado com o que o sr descrevia — mentiu, fingindo inocência.
— E sobre o que eu falava? — interrogou. — Pelo seu silêncio, devo deduzir que não dava a mínima ao que eu dizia — Sr Han informou sério, fazendo Taehyung engolir a saliva presa em sua garganta.
É agora? — pensava. Analisou o quadro branco escrito com a letra quase ilegível de seu professor – se questionava como um professor poderia possuir uma letra como aquela. Apertou o olhar através dos óculos redondos que usava para identificar ao menos alguma palavra chave.
— Conservação fotográfica? — perguntou um tanto indeciso.
— Espero que não volte a atrapalhar minha aula. Já não basta o atraso— informou, voltando sua atenção para o quadro, onde escrevia sobre a matéria daquele módulo.
— Ufa — respirou aliviado, lançando um sorriso para Jimin, que ria baixo. O loiro se questionava como o amigo conseguiu se meter em cada encrenca , apesar disso, conseguia se safar tranquilamente.— Vou precisar de um favor seu — sussurrou.
— Lá vem — ironizou, pegando o celular no bolso, ao qual vibrava.
Kim: Preciso ir naquela boate novamente. Algo me diz que ele estará lá. Eu sei que você vai dizer que é loucura, mas preciso vê-lo novamente.
— É sério? — Jimin sentado atrás de si, perguntou baixo, olhando-o um tanto quanto surpreso.
Park: Você sabe que não vou deixar você ir sozinho. Estou dentro.
Eles sorriam como cumprisses, ficando em silêncio e deixarem suas atenções serem levadas para o professor que fala no centro da sala de aula.
— Nem sei seu nome — o Kim falava consigo mesmo e ria sem graça, se achando um tolo.
