CAPÍTULO IV - "Lembraria para sempre"

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❝Nada aconteceu da maneira que eu queria
Cada canto desta casa é assombrado
E eu sei que você disse que não estamos nos falando
Mas sinto sua falta, me desculpe❞

I miss you, I'm sorry, Gracie Abrams

Universidade Clara Sinus
Segunda-feira — 08:30 p.m.
13.03.2022

ANDREW MILLER

Melissa ficou paralisada quando os cumprimentei

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Melissa ficou paralisada quando os cumprimentei. Do mesmo jeito que ficou quando me viu na casa dela. Ela trava totalmente, como se o sistema dela tivesse dado pane.

Ela não me cumprimentou, só ficou me encarando tentando entender o que eu estava fazendo. Acho que as pessoas que estavam encarando incentivaram ela a me dar um aceno de cabeça muito rápido, porque ia ser constrangedor para nós dois se ela me ignorasse.

Os amigos dela nos olhavam fixamente. Principalmente a loira.

A julgar por ela ser a única que estava olhando sem expressão alguma, tenho certeza que isso significa que só ela sabe que Melissa já me conhecia.

Eu não fiquei muito tempo perto deles porque o sinal logo bateu, me obrigando a me afastar. Eu devia ter vido mais cedo. Idiota.

Passei as primeiras aulas inteiras pensando em como Melissa está diferente e igual ao mesmo tempo. É incrível como ela ainda é a mesma que eu me lembro. Ela ainda tem a mesma beleza que eu sempre achei extraordinária, mas agora, no corpo bem desenhado de uma mulher. Era difícil me concentrar quando a única coisa que meus neurônios processavam era como eu ia me aproximar dela de volta. Se ela estava disposta a isso.

Nas únicas duas vezes que estive no mesmo ambiente que ela, a garota não mexeu e não falou mais que o necessário. Eu não a culpo. Eu me culpo. Não é nenhuma reação que eu já não imaginava que ela teria.

Ela se assusta toda vez, como se eu fosse um fantasma.

Isso me faz pensar que, para ela, eu realmente devo ser um. Uma pessoa que morreu para ela e que agora ela vê como se fosse uma assombração, um castigo.

Eu não queria fazer isso com ela. Nunca quis e jamais iria querer.

Eu só... perdi o controle das coisas.

Eu era um garoto idiota quando tudo aconteceu, que estava assustado com como as coisas ao redor estavam ficando agressivas e que simplesmente decidiu que conseguiria esquecer aquela garota e aquela vida que fui obrigado a deixar para trás.

Uma grande idiotice pensar que eu conseguiria esquecer Melissa McCartney. Precisariam tentar alterar minha memória muitas e muitas vezes, e ainda sim, eu lembraria dela. Não consegui esquecê-la em nenhum dia da minha vida.

Honestamente, nunca tentei esquecê-la. Fazia questão de me lembrar dela todos os dias e usá-la como motivação para superar as merdas em que eu estava me afundando.

Os Olhos do OceanoOnde histórias criam vida. Descubra agora