Os testes deram positivo. Segundo as informações passadas por Kujou Sara, aquele corpo pertenceria a Raiden Makoto, vinte e dois anos, irmã mais velha da desaparecida Raiden Maki e irmã gêmea de Raiden Ei. Filha de Raiden Mei e do senador Raiden Ryuuichi. Aquele seria um caso enorme, a investigação teria que ser discreta e tudo precisava ser feito longe dos holofotes, ou poderia acabar se tornando um circo midiático antes da hora. Como poderia um casal que não tivesse nenhuma culpa declarar o desaparecimento de uma filha e não o da outra?
Kokomi também reviu o caso e o passou para seu melhor investigador, Gorou. Gorou e sua equipe iriam até o inferno para prender os culpados por aquele crime, e os primeiros sinais indicavam o senador e sua esposa.
Quando tentaram ligar para a residência deles, entretanto, sob a premissa de que estavam reabrindo o caso sobre o desaparecimento de Maki, Mei fez um estardalhaço dizendo que queriam causar mais dor a ela e à família, que Maki estava morta e eles já tinham aceitado e a polícia deveria fazer o mesmo. Por mais que a mulher quisesse isso, entretanto, não era ela quem decidia e sim a polícia e a promotoria, e sem que ela soubesse o caso tinha sido reaberto, mas não porque estavam procurando a criança e sim porque tinham encontrado o garoto desaparecido.
Se a mulher não queria responder às perguntas, tudo bem, perguntariam a outras pessoas.
Ei estava em pânico, a perna não parava quieta e ela parecia suar frio. Não sabia porque tinha sido levada à delegacia e estava morrendo de medo de ser por causa do uso de drogas na faculdade. Não tinha feito aquilo muitas vezes, só uma ou duas! A sala de interrogatório era tão assustadora! Estava morrendo de medo, queria ir pra casa.
— Senhorita Raiden, perdoe-me por pedir que a senhora viesse até aqui, mas estamos reabrindo o caso do desaparecimento da sua irmã e precisamos que a senhorita responda algumas perguntas, tudo bem? Nada que a senhorita não saiba que seus pais já responderam antes, na época da primeira investigação. — Gorou informou com um sorriso gentil em seu rosto, sentando-se na cadeira à frente da mulher com uma pasta de documentos em suas mãos.
— Sim, claro, sem problemas. — ela soltou o ar que não percebeu que estava prendendo. — Então é sobre Maki... Isso foi há tantos anos...
— Nove anos e três meses desde a abertura do boletim de ocorrência. Mudamos a equipe da delegacia e nossa nova capitã não queria que esse caso completasse dez anos sem solução. Imagino que a senhorita também gostaria de algumas respostas, não é mesmo?
— Sim, sim, senhor policial. Eu sinto falta das minhas irmãs... — ela disse sem pensar, suspirando.
Gorou olhou para o espelho na direção onde sabia que Kokomi estava assistindo e voltou o olhar para a jovem.
— Maki desapareceu na noite de dezessete de abril, nove anos e três meses atrás, confere? — a mulher afirmou com a cabeça. — Lembra o que estava fazendo no momento do desaparecimento?
— Eu estava dormindo. Cada uma de nós tinha um quarto, o de Maki ficava do lado direito do corredor, virado para a frente da casa, o meu e o de Makoto ficavam do lado esquerdo, virados para o quintal dos fundos. Meu quarto ficava imediatamente na frente do da Maki.
Gorou afirmou com a cabeça, apoiando as mãos sobre a mesa e continuando a conversa.
— E não ouviu nada de estranho durante a madrugada? Digo, ela pulando da janela deve ter feito algum barulho, não é?
— Sim, eu penso que sim, mas não ouvi nenhum barulho. Na verdade nem sei se serei de grande ajuda, meu sono estava muito pesado naquele dia. Dormi até quase o meio dia do dia seguinte, nem fui na escola, nem acompanhei a investigação por isso. Na verdade acordei com os policiais em casa. — ela respondeu. Tinha muitas lembranças do dia, mas não pensava que seriam úteis para a polícia, pois tinha dormido durante a fuga.
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Not how we wanted, but the best we can get. (Xiaoven/ Cynonari/ Heikazuscara)
FanfictionPor trás de cada sorriso naquela casa há uma história. Histórias de luta, de dor, de abuso, mas também de superação, de garra, de força de vontade e desejo de viver. Quem vê aquelas pessoas apenas vivendo seus cotidianos, aprendendo a lidar consigo...