Capítulo III

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É assim que acontece
Escrita por Kali
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Eu te olhava e me perguntava:
Será o amor da minha vida,
Ou a dor mais forte que já senti na vida
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E você foi os dois
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- Eu não acredito que você está de castigo de novo!

Por um momento Sakura sentiu suas bochechas queimarem em total vergonha, diante do olhar reprovador de Sasuke.

Ora, o que ela podia fazer? Não havia sido sua culpa. Simplesmente esquecera de tirar o branquinho de suas unhas antes de chegar em casa. E quando chegou... Bom, os olhos de Mebuki caíram sobre as mãos da menina. Naquele dia Sakura pensou que se sua mãe não a matou antes, aquele era o momento.

- Como você não percebeu que as unhas estavam pintadas de branquinho? - Uma sobrancelha negra foi arqueada. - Branquinho, Sakura!

- Eu não prestei atenção, tá legal.

Revirando os olhos em frustração, ela se ajeitou na cadeira, pois de repente o acento lhe pareceu duro demais, e abaixou sua cabeça de encontro à mesa. Xingou-se mentalmente. A vontade que tinha era bater com a cabeça naquela madeira até explodir.

Os olhos de Águia de Sasuke percorreu toda a pele exposta de menina, procurando qualquer pequeno sinal de hematoma. Mas o vestido de noiva dificultava sua observação.

- Pelo menos dessa vez ela não te bateu. - Quando não houve uma resposta, ele arregalou os olhos cheios de preocupação. - Bateu?

- Não! Mas me fez tirar o branquinho com os dentes, e não posso sair de casa por um mês. Então esquece a sessão pipoca na sua casa.

- Tia Mebuki te fez tirar o branquinho com os dentes? - Aquilo era demais para ele. - Eu não sei quem é mais louca. Sua mãe, por fazer esse tipo de coisa com você; ou você, por ser estúpida o suficiente para não conhecer a mãe que tem.

Sakura fez um barulho parecido com um choro infantil.

Mas, pensou Sasuke, ainda observando a menina, ela estava inteira. E um calafrio percorreu a espinha quando mirou a amiga diante de si, tão pequena e delicada.

Ele se lembrava da última vez que a tia havia castigado Sakura, e a revolta que sentiu quando ela lhe mostrou as pernas marcadas com vergões roxos. Era tanta marca na pele branca, que o garoto teve a impressão que todas as veias haviam estourado.

E ela ainda chorava muito enquanto relatava o que havia acontecido. E ele a abraçava forte e protetor.

Toda aquela agressão sem sentido deixou os irmãos Uchiha indignados. Como uma mãe podia deixar um filho naquele estado por um motivo tão banal, eles não entendiam, pois por mais desentendimentos que tinham, Mikoto e Fugaku nunca haviam levantando um dedo para os meninos. E nessa parte ele não poderia reclamar.

Era de seu conhecimento as coisas que Sakura passava com a mãe. Não só porque a menina contava tudo a ele, mas Mebuki também gostava de se gabar por ser extremamente rígida com a única filha, detalhando para Mikoto, e quem quisesse ouvir, as atrocidades que ela fazia.

- Se você sobreviveu ao último castigo, sobrevive a qualquer coisa.

- Eu ainda sinto dores nas pernas. Nunca mais vou usar uma calça na minha vida! Nunca mais!

Sasuke sorriu e deixou seus dedos deslizar pelos cabelos de Sakura.

Ele não era do tipo de demonstrações de carinho em público. Fosse com Sakura ou com sua família. Odiava chamar atenção, e para ele já lhe bastava a atenção excessiva que recebia das pessoas da igreja - principalmente as meninas. Mas olhando para Sakura, ela parecia tão sensível e chateada, que ele não viu problema em dar um tipo de conforto à amiga. E ele também gostava do contato de seus dedos com os fios rosados da garota. Eram tão macios e cheirosos.

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