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Sul não fez questão de pegar no celular tão cedo depois que chegou em sua casa. Tomou um banho, preparou o mais simples jantar de uma pessoa que conseguiu: macarronada no dia anterior, requentada no micro-ondas. Enquanto seu refinado jantar não ficava pronto, o gaúcho encostou no balcão da cozinha, completamente distraído em seus pensamentos.
Como uma pessoa só conseguia ser tão estúpida? Como ele SOZINHO conseguiu fazer tanta burrice? Queria apenas ter a chance de se dividir em dois para poder bater na sua própria cara.
Toda a situação que ele mesmo criou estava caindo como um dominó e a última peça estava pronta para cair em sua cabeça a qualquer momento.
Não tinha o menor direito de ficar ouvindo a conversa do paranaense com a capital da amiga capixaba, mas assim que ouviu "namoro" seus ouvidos ignoraram completamente o som que estava ao seu redor e se focaram naquele diálogo.
Com o aplicativo já rodando em seu celular ele havia feito um "plano". Iria fingir que estava lá sem nenhum motivo aparentemente e confrontar o moreno em forma de provocações e piadas em relação a seu perfil no site. E o que aconteceu? Assim que Paraná apareceu na tela ele entrou em desespero e o curtiu. Então BOOM, um match na sua cara.
Fim do plano A
Depois de longos minutos surtando, socando sua almofada e bebendo quantidades não humanas de chimarrão para acalmar os gritos de seu cérebro, Sul formulou mais um plano. Ele fingiria que estava no app a muito tempo e que curtiu o guri para poder rir, afinal, existe outra forma de flertar além de rir da cara da pessoa? Não para Rio Grande do Sul.
E o que aconteceu? Simples, ele esqueceu de seu plano assim que Paraná enviou a primeira mensagem, respondendo as mensagens como se os dois estivessem se conhecendo agora. Fim do plano B.
Sul estava vivendo sob as consequências de suas ações e, honestamente? Estava odiando. Todos os dias acordava pensando "hoje eu vou falar a verdade para aquele guri, de hoje não passa!", e nisso se passou mais de um mês. Precisava de ajuda mas não tinha a coragem nem sabia pra quem pedir, afinal, não é todo mundo que consegue a proeza de se colocar em um triângulo amoroso com você mesmo.
Sul finalmente foi puxado de seus pensamentos pelo barulho, não só do micro-ondas, mas de seu celular tocando no outro cômodo. Desligou o eletrodoméstico e foi em direção ao aparelho para ver quem estaria ligando para ele nesse horário.
-Catarina? - Olhou a tela por alguns segundos, achando que havia lido errado. Não era comum a colega ligar após o trabalho a não ser que ela ou o paranaense estivessem completamente nocauteados em alguma festa do amigo fluminense após o trabalho. -Fala, guria
-VOCÊ TÁ COMENDO MERDA? - O grito da catarinense quase fez com que Sul largasse o celular. Tinha certeza que o grito ficaria ecoando na sua cabeça por dias, ou até meses.
-... Desculpa?
-É BOM VOCÊ PEDIR DESCULPA MESMO! ME PEDIR PERDÃO! QUE IDEIA DE BOSTA FOI ESSA? - Nesse ponto, RS já mantinha o celular longe da orelha e com o viva-voz desligado, mas ainda ouvia a voz de Catarina perfeitamente
-’Tarina, pelo amor de Deus, do que você tá falando, criatura?
-Do que eu estou falando, Rio Grande do Sul? DO SEU PERFILZINHO EM SITE DE NAMORO PRA FICAR PAQUERANDO O PIÁ, RIO GRANDE DO SUL! É DISSO QUE EU TO FALANDO, GAÚCHO DO DJANHO! - Sul ficou estático, ouvindo a respiração pesada e os diversos xingamentos que a loira falava ao vento
-... Como… C-como você-
-Ah, me poupe, Sul. Cê acha mesmo que eu nunca ia descobrir desse circo que você armou, SEU PALHAÇO? Pelo amor de Naná, SUUUUUUUUUL! Como que você me faz uma merda dessas??
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RomanceParaná tinha baixas expectativas quando baixou o app de namoro que a amiga capixaba tanto falou, até um match aleatório em uma madrugada solitária de sábado trás à tona novos e velhos sentimentos do moreno [Todos os créditos dos personagens são da d...