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Já fazia mais de um mês que a trilha sonora do escritório da equipe do sul eram as incontáveis notificações que não paravam de chegar no celular do Paranaense. No começo o barulho incessante chegou a incomodar além de sua região, resultado no Rio de Janeiro vir mais de uma vez em sua mesa para perguntar se estava devendo dinheiro pra agiota, coisa que fez Paraná abaixar bastante o som de seu celular.
Durantes esses quarenta dias, Paraná vivia com um sorriso no rosto e suspirando pelos cantos, Rio Grande do Sul basicamente não falava e Santa Catarina estava pronta para cometer um crime se ninguém lhe explicasse o que estava acontecendo.
-Vem aqui, meu amor- Catarina aproveitou que ficou sozinha com Paraná no final do dia, após o gaúcho ter ido pra casa, e se apoiou na frente da mesa do moreno- Vai me contar ou não?
-... Hum? Contar o que, Catarina?- Paraná demorou alguns segundos para responder pois não tirava os olhos do celular
-Que você é o Batman- Paraná ergueu uma sobrancelha, tendo certeza que se perdeu com o rumo da conversa- Com quem você está conversando, piá!
E assim, com essa única frase, Catarina causou um silêncio jamais visto no escritório. Podia ouvir os grilos quase gritando em sua orelha. Tão silêncio que tinha certeza que ouvia com clareza as conversas que aconteciam na sala da equipe do Norte, basicamente do outro lado do andar.
Enquanto Paraná organizava frases em sua mente e abria e fechava sua boca várias vezes sem falar uma letra, seu celular novamente avisou sobre que uma notificação havia chegado. Catarina abaixou os olhos o mais rápido que podia, vendo apenas o nome do contato salvo com três corações.
-Você... VOCÊ TÁ SAINDO COM ALGUÉM?- A loira gritou com todo o ar nos pulmões, fazendo o paranaense abraçar o celular contra o peito e se jogar pra trás em sua cadeira
-N-não! Não é nada disso!-As palavras saíram corridas, mas aparentemente não conseguiram chegar aos ouvidos da amiga que juntava as mãos e encarava o teto
-Obrigada, qualquer entidade que tiver me escutado. Eu não sei se foi minha macumba, oração ou pacto, mas obrigado por ter desencalhado meu querido amigo
-Você já tá exagerando aí, neh?-o paranaense coçou a nuca e guardou o celular na mochila, se preparando para correr pra casa o mais rápido possível
-Exagerando? - Catarina arqueou uma sobrancelha, quase ofendida - "Exagerando" nada! Eu achei que esse momento nunca chegaria... De novo. Meu bebê, meu neném, finalmente namorando!
-Fala baixo! Shiu! - Correu para o outro lado da mesa, cobrindo a boca da catarinense - Não! Não estou namorando ninguém, Catarina. Se eu estivesse, já tinha te contado. E fala baixo, que se isso chegar no repórter aqui do lado - Paraná apontou pra parede que separava o escritório do sul do sudeste - Essa história rapidinho chega nas capitais, no Brasil, do chefe vai pra Argentina, e do nada minha vida virou assunto internacional
Santa Catarina olhou para o teto pensativa, lembrando do dia que o colega fluminense descobriu totalmente por acaso sobre a relação que Minas e Mato Grosso do Sul mantinham desde a festa da colega baiana. Em menos de dez minutos todo o prédio já sabia e em mais cinco minutos o sul mato-grossense já perseguia Rio pelo andar, enquanto o repórter responsável por espalhar a fofoca corria como se sua vida dependesse daquilo, e dependia.
-Ohoy- a loira falou antes de abaixar os olhos novamente e tirar as mãos do amigo de sua boca - Okay, então... Quando pretendia me contar sobre o seu "não namorado"?
-Quando... Eu conhecesse ele?- Paraná sorriu e piscou os olhos repetidamente, na esperança de sua amiga não colocar os pingos nos "i's". O que, é claro, não aconteceu
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RomansaParaná tinha baixas expectativas quando baixou o app de namoro que a amiga capixaba tanto falou, até um match aleatório em uma madrugada solitária de sábado trás à tona novos e velhos sentimentos do moreno [Todos os créditos dos personagens são da d...