Capítulo 20

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O sol tinha se levantado três vezes desde que Presa Amarela chegara ao acampamento.

Pata de Fogo acordou cedo e cutucou Pata Cinzenta, que ainda dormia a seu lado, com o nariz enfiado debaixo da cauda espessa.

Pata de Fogo: - acorde - miou - vai acabar se atrasando para o treinamento.

Pata Cinzenta ergueu a cabeça, ainda sonolento, e assentiu com um grunhido relutante.

Pata de Fogo cutucou Pata de Corvo. O gato abriu os olhos imediatamente e deu um pulo.

Pata de Corvo: - o que é? - miou, olhando à volta, alerta.

Pata Pequena, que estava deitado ao lado, se espreguiçou e deu um olhar tranquilizador ao amigo.

Pata Pequena: - calma, garoto. Está quase na hora do treinamento - o tranquilizou.

Pata Florida: se levantou com um pulou alegremente - bom dia!!! Está um lindo dia para treinar.

Pata de Poeira e Pata de Areia também começaram a se mexer em seus ninhos de musgo, do outro lado do refúgio. A gata malhada amarela olhou aborrecida para a gata malhada castanha.

Pata de Areia: - fica quieta! - resmungou - como você consegue acordar tão animada todo dia? - perguntou.

Pata Florida deu de ombros e saiu correndo animadamente da toca.

Pata de Fogo riu e se levantou, abrindo caminho entre as samambaias. A manhã estava quente. Por entre as folhas e galhos que estavam debruçadas sobre o acampamento, Pata de Fogo avistou o céu de um azul profundo. Mas hoje um orvalho pesado fazia brilhar as folhas de samambaias e cintilava na grama. Pata de Fogo farejou o ar. A
estação das folhas verdes estava acabando, e logo o tempo ia começar a esfriar. Ele deitou e rolou na terra ao lado do toco de árvore, esticando as pernas e virando a cabeça para trás para esfregá-la no chão fresco. Então se virou de lado e olhou através da clareira, para ver se Presa Amarela já estava acordada.

Foi destinado à gata um lugar de descanso no extremo da árvore caída onde os anciãos se reuniam para comer. O ninho tinha sido arrumado no tronco cheio de musgo, de onde não se podia escutar os anciãos, mas com vista total para a toca dos
guerreiros do outro lado da clareira.

Pata de Fogo viu apenas um monte de pelo cinza desbotado se levantar e logo cair para tirar uma soneca.

Pata Cinzenta e Pata Florida saíram da toca atrás do amigo, seguido por Pata de Areia e Pata de Poeira. Finalmente chegaram Pata de Corvo e Pata Pequena. Pata de Corvo examinando nervosamente o lugar antes de sair totalmente do abrigo.

Pata Pequena: - está tudo bem cara. Não há nenhum perigo por aqui - disse o tranquilizando.

Pata de Corvo: - tem certeza? - perguntou nervoso.

Pata Pequena assentiu.

Fazia alguns dias que o outro gato preto tinha sido liberado da toca dos curandeiros. Ele tinha voltado muito mais nervoso do que o normal.

Pata de Poeira: - mais um dia tomando conta daquele saco sarnento cheio de pulgas, Pata de Fogo? - provocou - aposto que preferia estar conosco no treinamento.

Pata de Fogo levantou-se e sacudiu o pó do pelo. Não ia ceder à provocação de Pata de Poeira.

Pata Florida: - Não ligue, Pata de Fogo - murmurou - Em breve Estrela Azul vai mandá-lo de volta para o treinamento.

Pata de Areia: - talvez ela pense que é melhor um gatinho de gente ficar no acampamento, cuidando dos doentes - miou, grosseira, com um olhar de deboche. Quando de repente ela sentiu uma lapada atrás da cabeça - hey! Aí! - exclamou.

O Destino Da Família Do Fogo (Gatos Guerreiros Rescrito)Onde histórias criam vida. Descubra agora