Capítulo 22

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Estrela Quebrada voltou a falar, com a voz áspera em tom arrogante e forte depois da rendição de Estrela Torta.

Estrela Quebrada: Também trago notícias importantes para a segurança de seus filhotes. Uma gata do Clã das Sombras foi desonesta e quebrou o código dos guerreiros. Nós a expulsamos do acampamento, mas não sabemos onde está agora. É uma velha criatura esquálida, mas com uma mordida digna do Clã dos Tigres.

O pelo de Pata de Fogo se eriçou. Será que ele se referia a Presa Amarela?
Esticou as orelhas, curioso para ouvir mais.

Estrela Quebrada: Estou avisando que é perigosa. Não lhe deem abrigo. Enquanto não for apanhada e morta, aconselho-os a vigiarem seus filhotes bem de perto.

Grunhidos nervosos que brotaram da garganta dos gatos do Clã do Trovão, Pata de Fogo percebeu que também tinham pensado em Presa Amarela. A gata corajosa nada fizera para agradar a seus anfitriões relutantes, e o aprendiz imaginava que não ia demorar muito para se criar um sentimento de ódio contra ela. As palavras de um inimigo detestável como Estrela Quebrada já seriam suficientes.

Os guerreiros do Clã das Sombras começaram a se retirar. Estrela Partida desceu da Pedra Grande e foi logo rodeado por seus guerreiros, que o escoltaram na saída das Quatro Árvores, de volta ao seu território. Os demais guerreiros do Clã das
Sombras logo os seguiram.

Mas olhando para os aprendizes do Clã das Sombras, que todos tinham uma aparência diminuta e desnutrida, mais parecendo filhotes de três ou quatro luas do que aprendizes já criados.

Pata Cinzenta: – o que você acha disso tudo? – miou, baixinho, Pata Cinzenta.

Pata de Corvo: pulou antes que Pata de Fogo pudesse responder. – o que vai acontecer agora? – miou, com o pelo eriçado em sinal de alarme e os olhos mais esbugalhados do que nunca.

Pata de Fogo não respondeu. Tentava ouvir o que diziam os anciãos do Clã do Trovão reunidos ali perto.

Pata Florida: ele devia estar falando de Presa Amarela – observou.

Cauda Sarapintada: ela realmente atacou o filhote mais novo de Flor Dourada no outro dia – murmurou, lúgubre, Cauda Sarapintada. Era a mais velha rainha do berçário e protegia bravamente todos os filhotes.

Caolha: – e nós a deixamos lá, com o acampamento praticamente sem proteção – grunhiu que, pela primeira vez, pareceu não ter nenhum problema para ouvir tudo o que se dizia.

Risca de Carvão: tentei avisar que ela era um perigo para nós. Estrela Azul precisa dar ouvidos à razão agora e se livrar de Presa Amarela antes que ela machuque alguma de nossas crianças.

Garra de Tigre: foi até o grupo. – Precisamos voltar imediatamente ao acampamento e resolver a situação com essa vilã! – exclamou.

Pata de Fogo não parou para ouvir mais. Sua cabeça girava. Leal como era ao clã, simplesmente não podia acreditar que
Presa Amarela era um perigo para as crianças. Temendo pelo destino da gata, queimando com perguntas que somente ela
poderia responder, o aprendiz se afastou do grupo sem nada falar. Subiu pela encosta e se embrenhou na floresta.

Subiu pela encosta e se embrenhou na floresta. Mesmo que se metesse em algum tipo de problema, precisava saber dela a verdade antes que os outros gatos voltassem ao acampamento.

Brisa Flamejante, com o pouco tempo que conviveu junto a Presa Amarela, não acreditava nas Palavras de Estrela Quebrada. Sendo assim. Descidiou seguir seu filho. 

O Destino Da Família Do Fogo (Gatos Guerreiros Rescrito)Onde histórias criam vida. Descubra agora