– Pegue seu celular – digo para Liya e mesmo confusa, ela faz. – Irá gravar tudo que eu fizer a seguir, tudo bem?
Ela assente e começa a gravar, primeiro, ela grava a cena que nos deparamos, a de Nevam em cima de Alyssa.
– Vamos! – digo em sussurro, determinada.
Entro no quarto de mansinho, controlando minha respiração para que o mesmo não escute. O que seria difícil, de qualquer forma, afinal ele estava entretido em foder a minha amiga contra seu consentimento. Seguro com as duas mãos o taco de beisebol mais firmemente, respiro fundo e quando chego perto o suficiente, bato contra suas costas com a maior força que consigo.
Ele solta um um urro doloroso e cai no chão, imediatamente ele procura por quem fez isso e se depara com a cena de Liya gravando e eu segurando o taco, mas não o deixo falar nada e novamente o acerto, dessa vez contra sua cabeça, o deixando inconsciente.
– Liya, procure uma corda no armazém de Alyssa. Precisamos amarrar ele e chamar a polícia. – digo e ela, tremula pelo nervoso, assente, saindo e logo voltando com a corda. A passo pelo corpo todo de Nevam e o prendo perto da grade da janela. – Liga pra polícia, vou ajudar Alyssa.
●▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬●
Depois que a polícia chegou juntamente a uma ambulância, levaram minha amiga para o hospital. Nevam acordou minutos depois que a polícia chegou, sendo carregado até a viatura.
– Desgraçada! Isso não nao vai ficar assim! – Nevam grita e tenta lutar enquanto é colocado dentro da viatura.
Reviro os olhos com tanta força que jurei que eles iriam cair da minha cara. É impossível descrever tamanha repulsa que senti ao olhar para ele.
Sigo caminho até meu carro e acelero o máximo possível até o hospital, agora, meu único pensamento estava em minha amiga, que mesmo depois da demora da polícia, permanecia inconsciente.
●▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬●
Quando cheguei ao hospital, Liya disse que o médico já havia dado notícias sobre Alyssa. Basicamente, Nevam usou uma droga muito forte, o que fez com que Alyssa ficasse tanto tempo inconsciente.
Mandei Liya para casa quando sua mãe ligou dizendo estar passando mal e afirmei que ficaria com Alyssa nesta noite, por recomendações médicas. Afinal, Alyssa acaba de ser vítima de um estupro. Ela precisaria de alguém ali para ampará-la.
– Promete que irá me mandando notícias? – Liya pergunta pela décima vez e eu resmungo um sim. – Ótimo, vou indo. Mas não pense duas vezes em me ligar se precisar!
– Tudo bem, Liya. Já entendi! – respondo em um resmungo e ela me abraça, planta um beijo em minha bochecha e se vai.
A mãe de Liya era diabética e tinha problemas com pressão alta, não ia deixá-la ficar aqui mesmo preocupada com nossa amiga, sabendo que a mãe dela está lá doente.
Se eu pudesse pelo menos ter mais um momento com a minha mãe, não hesitaria nem um pouco em ir até o fim do mundo, se preciso.
Volto a consciência quando um médico chama pelo nome da acompanhante de Alyssa.
– Eu sou amiga de Alyssa, aconteceu algo? – pergunto, deixando o desespero ser notado em minha voz.
O médico estranha mas mesmo assim pede para acompanhá-lo.
Entramos no quarto 39 e me deparo com uma Alyssa, com o olhar preso na parede branca do quarto. Me aproximo rapidamente e a abraço, sentindo ela desabar em meu ombro, chorando desesperadamente, e meu peito apertou no mesmo segundo.
Minha melhor amiga estava ali, sofrendo por algo que eu passei também, mas eu não sabia como ajudá-la. Só sabia abraça-la e chorar junto.
Como eu poderia ajudar alguém a lidar com a dor que nem mesmo eu conseguia lidar?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Corra, cupido! [EM HIATUS]
Romance"Prefiro acreditar que o cupido existe. É menos idiota que saber que eu mesmo escolhi as pessoas que gostei." - Autor desconhecido. Antes de toda vadia, há uma história.