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Alyssa decidiu que sua noite tinha terminado ali, então a levei até a casa dela e, em seguida, fui para a minha, deixando Liya na dela.

Cheguei em casa, tranquei a porta e deixei as chaves no balcão. Logo me joguei no sofá, sem fazer esforço para ligar a luz central da casa. Estava pensativa, um sentimento ruim dilacerava meu peito. Estava confusa com algo que eu também não sabia o que era.

Respirei fundo, me levantei, liguei a luz e fui até a geladeira. Peguei uma garrafa de água e bebi, sentindo o álcool lentamente deixar meu corpo.

Ainda com a roupa da festa, me joguei na cama confortável em meu quarto e não percebi quando a escuridão tomou conta de mim.

Acordei no dia seguinte com uma leve dor de cabeça me incomodando, então decidi tomar um analgésico. Mas assim que sai do quarto, ouvi uma notificação vindo do meu celular. Procurei minha bolsa pela sala e depois de alguns minutos a achei embaixo do sofá, peguei o celular de dentro e vi um número anônimo.

"Ainda não acabou. – S."

Senti um calafrio percorrer cada centímetro de mim e não percebi que deixei o celular escorregar da minha mão, apenas ouvi o impacto. Respirei fundo, me segurando para não ter uma crise de pânico bem ali, no meio da minha sala.

Talvez fosse só alguém querendo brincar comigo, me sacanear talvez. Era o que eu me forçava a acreditar.

Saí do meu transe ao ouvir a campainha. Curiosa, franzi as sobrancelhas  e fui até a porta, dando de cara com uma cabeleira loira.

– Liya? – pronunciei surpresa, e ela riu, entrando em casa.

– Surpresa! Vim encher o saco da minha vadia preferida – disse, e eu dei uma risada leve, revirando os olhos, enquanto observava ela se jogar no meu sofá.

– Fala a verdade. Está sem nada para fazer? – incitei, e ela emburrou a cara.

Acertei!

– O homem que eu ia sair me deixou na mão – resmungou e jogou o rosto contra minha almofada.

Balancei a cabeça em negação e fui até a minha cozinha, rindo levemente.

– Qual dos mil homens? – perguntei irônica, e Liya me mostrou o dedo do meio. Mostrei a língua de volta e ela repetiu o meu movimento.

– Idiota – murmura baixinho. – O Bruno, aquele da BMW.

– Oh pena, não irá andar de BMW dessa vez, Liya – falo rindo, e a mesma ri levemente.

– Faz parte.

●▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬●

Depois de um tempo, Liya disse que queria ir visitar Alyssa para ver como ela estava. Era domingo, não queria incomodar ninguém mas, Liya insistiu tanto, que cedi e fomos até o endereço de Alyssa.

Quando chegamos, o porteiro logo liberou nossa entrada ao nos reconhecer. Já vínhamos tanto no apartamento dela, que ele já nem interfonava mais para liberar nosso acesso.

Subimos até o 13° andar e penúltimo, cujo era o de Alyssa. Batemos na porta, minutos se passaram, e nada de resposta.

– Será que ela não está em casa? – Liya fala e eu a encaro com as sobrancelhas erguidas.

– É de lei, Alyssa nunca sai aos domingos – digo pensativa. – Vamos entrar.

Abrimos a porta lentamente e vimos a luz apagada, estranhei na mesma hora.

– A porta aberta e ninguém em casa? – Liya lê meus pensamentos e eu a olho, apreensiva.

– Será que ela está dormindo? – pergunto e me aproximo até onde é o quarto dela. Barulhos da cama balançando se fazem presente e na mesma hora que Liya ia até lá, um instinto automático me faz pará-lá. – Não.

Faço um sinal com a mão para que ela se mantenha em silêncio. Ela franze a testa para mim mas me afasto, indo até o taco de beisebol que Alyssa tinha guardado em um quartinho do apartamento, onde ela deixava suas coisas de esportes.

– Está louca? O que você está fazendo com esse taco na mão? – Liya perguntou, ainda susurrando e me olhando como se eu fosse louca.

– Calada, agora vamos. – determino, me aproximando novamente da porta.

Liya me olha feio mas me acompanha.

Abro a porta lentamente e dou de cara com costas largas na cama. Meu queixo quase cai no chão quando noto Nevam, por cima de Alyssa. Que aparentemente, estava inconsciente. Ele a fodia violentamente, e uma raiva súbita me alcançou.

Olho para Liya, eu tinha certeza que ela também sentia o mesmo que eu. Nesse momento, compartilhamos do mesmo sentimento.

Mas Liya não esperava pelo meu próximo passo.

Corra, cupido! [EM HIATUS]Onde histórias criam vida. Descubra agora