Entre Versos e Câmeras | Bella Ramsey

01- A primeira vista

Um belo dia de outono faz no lado de fora da grande janela da sala do apartamento, vejo vários casais, amigos, famílias rindo passeando pelo London eye, enquanto eu e minhas amigas de banda estamos tentando compor algo. Estou com uma enorme vontade de chorar, afinal estamos a mais de um ano só lançando singles, estamos numa crise de criatividade inexplicável, não sabemos o que fazer. Eu faço parte de uma banda desde os 16, atualmente tenho 21, os três primeiros anos da banda foram incríveis, conseguimos lançar três EP's e um álbum quando fixamos nossa terceira membro, porém o último ano foi muito díficil, e eu não sei porque, tudo que eu escrevo não parece suficiente, nenhum dos nossos singles hitou, parece que não é a gente, perdemos nossa essência, e depois que a nossa turnê acabou piorou, parece que estamos morrendo gradativamente.

— Vocês precisam lançar mais um novo álbum, um EP, não sei! — Heitor, meu irmão e nosso empresário explica.

Meu irmão, Heitor tem 27 anos, é nosso assessor e empresário. Eu, a Halina Queiroz, sou a filha mais nova, a integrante mais nova da banda, e também a vocalista e guitarrista. Zahara Johannes, é a nossa integrante mais velha, nossa vocalista e baixista, ela tem 24 anos, e é ex do meu irmão. Kyara Baptista, 22 anos, minha ex-namorada e atual melhor amiga, vocalista e tecladista da banda.

— Heitor, não começa! — Briguei

— Qual foi, Halina, você sabe que ele tem razão! — Kyara diz e eu olho brava.

— Eu sei, mas eu não consigo escrever, e eu também não quero que a nossa banda continue lançando single escritos por outros compositores, eu amo algumas das que compramos, mas mesmo assim, falta algo para ser nosso, para ter nossas vivências lá — Falei — E teve uma péssima recepção do público, vocês sabem que não estamos mais na mesma vibe de dois anos atrás!

— A gente pode dar um tempo na banda, sumir, viajar juntas, descansar a cabeça, afinal fazem mais de 3 anos que não paramos, foram tantos shows — Zahara diz — Halina e Kyara, vocês mataram a adolescência de vocês pela banda, tudo bem a gente dar uma pausa — Zahara era como uma mãe, a mais sábia de nós também.

— A Zá tem razão, semana que vem tem a premiére de Birdy, vocês vão e logo depois dizer que vão dar um tempo para focarem no próximo álbum! — Heitor explica.

Eu e Kyara nos entreolhamos e afirmamos.

Já faz dois meses que nossa última turnê acabou, desde então, supostamente, era para termos cabeça para escrever músicas, ideias da nossa próxima era, mas isso não está acontecendo, vai ser bom um tempo longe de tudo.

— Okay, então vou arrumar as coisas para a pausa de vocês, e também ver se descolo uma última apresentação no evento, pode ser?! — Heitor diz e então as meninas pegam na minha mão como um ato de suporte, e nós afirmamos.

Heitor saí do nosso apartamento e então eu me joguei no chão fitando o teto, Zahara e Kyara me acompanham no ato.

— Vamos sair dessa, né?! — Ouço Kyara quebrar o silêncio.

— Claro! Nunca deixaremos a Tree Afterglow morrer! — Zahara diz e eu sorrio.

Eu me sentia culpada por não conseguir criar nada, por mais que as outras meninas também me ajudem a compor esse é o meu trabalho, mas nem isso eu tenho feito direito.

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Depois daquele dia das decisões de dar um tempo na banda, Heitor conseguiu para que eu e as meninas nos apresentassem no after aberto da première, ficamos muito feliz, montamos nosso setlist, começaríamos com illicit affairs e my tears ricochet versão acapella, nothing new, babe, satanist e por fim Not strong enough . Já estamos em Los Angeles há dois dias.