um

1.6K 98 14
                                    

Minho amava Chris, e isso era inegável.

Ele não aguentava mais ter encontros com pessoas estranhas. Nunca passava do primeiro encontro, e era sempre uma decepção. A sensação de solidão e o ciclo interminável de desilusões estavam acabando com ele. Em mais um momento de frustração, Minho desabafou com Jisung, seu amigo de longa data, enquanto mexia distraidamente na comida.

- Ji, eu não aguento mais! Só queria um chameguinho pra ficar comigo, assistir filmes ou fazer coisas bregas. É pedir demais? - reclamou, com um bico enorme e a voz carregada de manha.

Jisung, que nunca perdia a oportunidade de provocar, riu ao ouvir o desabafo.
- Pedir demais, não. Mas olha as pessoas com quem você sai! Parece que tem um ímã pra gente problemática, nunca vi isso. - Ele balançou a cabeça e completou, divertido: - Você devia parar de procurar igual um desesperado. Assim, só aceita qualquer coisa.

Minho bufou alto em resposta, mas não retrucou. No fundo, ele sabia que Jisung estava certo. As palavras do amigo ecoavam em sua mente, deixando-o inquieto. Ele começou a questionar suas escolhas passadas, lembrando-se dos relacionamentos conturbados que colecionou ao longo dos anos. Sempre acabava se moldando ao que os outros esperavam, apenas para ver tudo desmoronar no final.

Havia um conflito dentro dele. Por um lado, ansiava por um relacionamento estável, alguém para compartilhar os pequenos prazeres da vida. Por outro, o medo de repetir os mesmos erros e se machucar novamente o impedia de seguir em frente. Talvez Jisung tivesse razão. Talvez fosse hora de parar de procurar tão ativamente e, quem sabe, focar em si mesmo.

Essa decisão, porém, começou a ser colocada à prova em um almoço casual com Jisung. Quando chegou ao restaurante, notou que a mesa estava mais cheia do que de costume, com rostos novos ocupando os lugares ao redor. Assim que seus olhos pousaram em uma das pessoas, tudo pareceu parar.

Era como uma cena de filme clichê. O coração de Minho disparou, e ele quase podia jurar que pequenos corações flutuavam ao redor de sua cabeça. Seus olhos, incrédulos, quase saltaram das órbitas. Ele mal conseguia acreditar que aquela perfeição estava sentada ali, bem à sua frente, ao lado de Jisung.

- Minho! Vai ficar aí plantado ou vai vir cumprimentar a gente? - chamou Jisung, com um sorriso travesso, percebendo o estado do amigo.

O chamado o tirou do transe. Minho caminhou até a mesa, tentando se recompor, mas cada passo o fazia ainda mais consciente do homem que havia capturado sua atenção. Cada detalhe parecia surreal: o nariz grande e bem desenhado, os lábios carnudos que combinavam perfeitamente com o sorriso luminoso, e o corpo que parecia esculpido com precisão.

Quando finalmente se aproximou, sentiu o próprio coração quase sair pela boca. O estranho se virou para ele, e seus olhares se cruzaram. O sorriso do homem, fácil e caloroso, parecia capaz de dissipar qualquer sombra de tristeza.

Minho tentou parecer casual, mas, por dentro, sabia que algo havia mudado. Talvez fosse a resposta para seus anseios ou, quem sabe, o início de algo que ele sequer ousava sonhar.

Mas o Minho tinha um defeito: ele era tímido. Não tinha coragem de se aproximar de ninguém, mas flertava descaradamente com todo mundo e tinha o péssimo hábito de levar tudo na brincadeira. Essa combinação o colocava em situações complicadas. Assim, ele começou a sofrer por um amor não correspondido e foi chorar para seu melhor amigo, que, como sempre, ouvia pacientemente toda e qualquer ladainha que o ruivo despejava sobre o moreno que ocupava seus pensamentos.

- Por que você não toma vergonha na cara e vai falar com ele? - perguntou Jisung, sem nem tirar os olhos do trabalho da faculdade que estava finalizando, cansado de ouvir sobre como Bang Chan era o sonho de qualquer pessoa.

Ily - minchanOnde histórias criam vida. Descubra agora