Is it wrong?

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•Ashley•

Meu corpo encolhido, minhas mãos suando, meus olhos ficando húmidos, minha respiração ofegante, coração acelerado e o medo percorrendo todo meu corpo.
Estava de volta a minha eu de doze anos.

- Lili- Sua voz murmurando ecoou no quarto, fazendo eu sentir meu corpo se arrepiar e meu coração bater mais rápido ainda- Está acordada pequena?- Senti a cama abaixar um pouco, sinalizando que ele estava se sentando ali- Tentámos te dar parabéns ontem, mas você estava dormindo que nem um anjinho, não quisemos te perturbar- Colocou uma mecha de meu cabelo por detrás da orelha, a retirando da frente de meu rosto- Por isso feliz aniversário, docinho, aproveite seus dezoito, ainda mais agora que está finalmente de volta a nossos braços- Pude sentir um sorriso em seu rosto- Porque não para de fingir estar dormindo e levanta?- Riu- Pensa que eu não conheço esse seu truque? O faz desde pequena- Fingi não escutar, o que o fez ficar irritado.

Senti sua mão ir até a parte de trás de meu pescoço, o apertando e levantando meu corpo, para que eu olhasse em seu rosto, já que ele me obrigava.

Novamente via seu olhar, que além de ódio também envolvia desejo, mesmo que seu olhar não estivesse nem em meus olhos, eu conseguia vê lo.

- Bom dia docinho- Deixou um beijo em minha testa, forçando meu rosto a se aproximar dele- Sabe... não é das coisas mais inteligentes a se fazer, lembra da última vez que me viu? Você me desrespeitou, me bateu, negou fazer coisas a meu favor... e ainda pediu ajuda de seu namoradinho incestuoso, tenha vergonha nessa cara- Senti minha bochecha arder assim que ele levantou sua mão- Que covarde da sua parte nem conseguir ao menos se defender sozinha- Disse em um tom de nojo

- Me deixa ir embora, por favor- Pedi, tentando não chorar mais do que já estava

- Te deixar ir? Agora que te recuperámos? Agora que a diversão vai começar?- Seu sorriso malicioso e psicopata me assustava, não tinha qualquer incerteza ou receio em dizer que ele me assustava mais do que o Mindflyer ou qualquer Demodog- Mas por enquanto, te deixarei aqui se acostumando novamente com seu quarto... sentiu falta?- Me soltou, me empurrando na cama- Deixámos tudo intocável, para que não se esquecesse das memórias incríveis que aqui criou- Se levantou da cama e caminhou até à porta, a abrindo e parando ali perto, me encarando e sorrindo- Imagino que tenha sentido saudades, por isso continuámos com a mesma rotina de sempre, sabe? Para não se desacostumar- Forçou um sorriso, me fazendo tomar coragem e correr na direção da porta, que foi fechada e trancada na minha cara e me fez sentir uma cãibra por todo meu pé direito

- VAI SE FODER- Gritei, socando a porta com meus punhos- EU TE ODEIO- Senti as lágrimas escorrendo sem parar- ME DEIXEM IR EMBORA, ME DEIXEM VOLTAR PARA CASA SEUS FILHAS DA PUTA- Joguei meu corpo contra a porta, tentando que ela abrisse- QUANDO EU SAIR DAQUI VOU MATAR VOCÊS, VOCÊS VÃO PAGAR POR TODA DOR E SOFRIMENTO QUE ME FIZERAM PASSAR- Girei a maçaneta várias vezes, batendo com o cotovelo na madeira- ABRAM A PORRA DA PORTA! ME DEIXEM SAIR- Pela última vez joguei meu corpo contra a porta, ao ver que aquilo não funcionaria, deixei meu corpo deslizar pela mesma, me sentando no chão e jogando minha cabeça para trás

- Vocês destruíram minha vida- Disse entre soluços- Eu vos odeio mais que tudo, espero que morram, que seja eu vos matando, enquanto vejo o medo no olhar de vocês, e eu vou estar sorrindo, assim como vocês fazem desde que eu nasci, me torturam e sorriam ao ver meu sofrimento- Solucei- Vão se foder, eu odeio vocês- Falei entre dentes, fechando meus olhos e sentindo um caminho húmido se formar em meu rosto, me fazendo levar minha mão até o colar e fechar a adaga entre meus dedos, eu sentia tanta falta dele, eu só queria que isso tudo fosse um pesadelo e que quando eu abrisse os olhos, eles estariam aqui para me abraçar e dizer que estava tudo bem