"Vamos brincar de indio, mas sem mocinho pra me pegar..." Quem nunca ouviu essa canção e se deliciou dançando xuxa na infância? Cantando e dançando alegremente, sem perceber a mensagem obscura que essa simples estrofe nos dizia.
Hoje em 2040 , essa música se tornou um canto simples de um povo esquecido, um hino de reflexão para nos perguntarmos: até que ponto chegamos por nossa ganância?
Após anos de guerra entre indígenas e empresários por posse de terras, perseguição religiosa, e desamparo total do estado com relação a esta população todos os indígenas foram dizimados , restando apenas alguns poucos que viveram escondidos , tornando suas existências simples lendas, e caso encontrados, tendo a escolha de ou converte-se ao novo mundo ou ser queimado vivo. Porém, mais do que nunca a humanidade precisaria resgatar suas raízes para livrar-se do mal que estava por vir.
Era dia trinta de junho, ocorria no Amazonas o festival comemorativo de Parintis realizado no dia Nacional do boi-bumbá ou como é conhecido em outras regiões bumba meu boi, comemorado anualmente na região desde 1965. O bumba meu boi foi considerado como patrimônio histórico do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) desde 2012, devido a beleza de sua arte , afinal inclui danças, músicas, desfiles e representação teatral. Assim, as cores se misturam em um ambiente festivo, alegórico e popular.
Segundo a lenda A história que envolve a dança do bumba meu boi está ligada à lenda de um casal de escravizados, chamados Pai Francisco e Mãe Catirina (ou Catarina).
Catirina estava grávida e começou a ter desejos por língua de boi. Seu marido, para atender o desejo da esposa gestante, matou o boi mais bonito de seu senhor. Quando o dono da fazenda notou a morte do animal, convocou curandeiros e pajés para ressuscitá-lo. O boi voltou à vida, e toda comunidade o celebrou com uma grande festa. Francisco e Catirina receberam o perdão do dono do boi.
Apesar da noite fria, amazonenses não deixaram de comparecer ao festival , afinal era uma festa que acontecia anualmente desde 1965 na região. Entre eles estava jade , uma jovem de vinte e seis anos, com pele morena e cabelos lisos escuros como a noite,que morava com sua avó Jussara desde pequena, afinal nunca conheceu sua verdadeira mãe nem seu pai.
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Raízes- Um conto indianista
FantasyNum cenário sombrio, a devastação implacável reduz a população indígena do Brasil a quase nada. Os sobreviventes, obrigados a se esconder para evitar uma morte incendiária, veem um guerreiro indígena rebelde emergir, decidido a vingar as iniquidades...