eu já te escrevia muito antes de te conhecer. eu já sentia seu amor chegando com a brisa leve do vento, enquanto a cidade queimava sob o sol de mil anos e meu peito rugia com a ideia de você. eu sinto que já sabia. já temia. já falhava o sorriso e as batidas com o som da sua voz e a doce curva do seu rosto. eu já te conhecia. eu já te dizia bobagens e amargava em dor sozinha, sonhava com sua melodia e suas manias. assim que te olhei pela primeira vez, com o sorriso no rosto, alto como se estivesse em um pedestal e luzes noturnas te iluminando, a multidão ao seu redor enquanto só havia você. eu já sabia. desde o seu primeiro olá e o vento que balançava meus cabelos enquanto eu ainda não entendia. negava. fingia. amor, eu já sabia. quando nos sentamos para falar da vida, e o imenso prédio de concreto e árvores nos cobria. eu já sabia. quando perdi a noção do tempo escutando suas histórias, quando fingi que não sabia o que era relógio para saber mais sobre você. te conhecer. eu deveria entender que já sabia. que te amaria. adoraria. me encantaria. e todas as minhas palavras anteriores, tudo que proferi sobre amor e sobre a beleza da vida, todas as coisas que eu sentia, era você vindo até mim. hoje eu vejo, meu bem. eu já sabia.
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esqueça-me, por favor.
Poetrycada pedaço de mim irá queimar em suas memórias, até que sobre apenas cinzas.