Capítulo 2 - Dragão

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— Você deve se lembrar deles, dos gêmeos, pelo menos melhor do que eu. — Aurora conversava com sua serva de companhia enquanto tomava seu banho na banheira.

— Bom, você era muito pequena, devia ter uns três ou quatro anos e eles já eram quase adultos. — Alma respondeu enquanto penteava os fios brancos da princesa. — Não sei muito o que dizer minha princesa, eles podem ter mudado.

— Sim, eu sei, mas me diga sua impressão sobre eles. — mantinha os olhos fechados enquanto tentava se lembrar dos primos distantes, eram tantos cabelos prateados entre os Targaryen e os Velaryon, que era difícil se lembrar dos rostos em si.

— Bom... Daemon era o mais forte, o pai dizia que era porque ele nasceu primeiro. — Aurora soltou uma risadinha. — Ele era mais tranquilo aparentemente, gostava de coisas afiadas e pontiagudas, seguia o pai pra cima e pra baixo... Ah, ele monta um dragão enorme, acho que o maior que eu já vi.

— Maior que Jachs? — abriu os olhos e viu sua serva concordar. — Achei que Jachs era o maior dragão já visto. — murmurou girando na banheira e ficando de frente para Alma. — Ok, e o outro irmão.

— Aemond era um pouco mais magro, porém mais alto, mais agitado também, deu um pouco de trabalho para os guardas reais, sumiu por horas na cidade. — negou levemente com a cabeça, enquanto terminava de banhar a princesa. — Ele não monta, não lembro o motivo. Ah, e tem uma cicatriz no olho, acho que foi um acidente envolvendo um dragão.

— Um Targaryen que não monta? Curioso.

— Eu não devia lhe falar nada, pelo o que eu sei de seu pai, ele quer que tire suas próprias conclusões. — Alma ajudou a princesa a sair da banheira e em seguida a se secar.

— Eu sei... Só estou curiosa, e como são gêmeos, não quero confudi-los. — deixou que sua serva lhe vestisse a camisola e logo caminhou até sua penteadeira. — O que você acha que eles vão achar de mim, quer dizer, eles são mais velhos. Talvez mais sábios, não quero que me achem boba. — ouviu a risada da ruiva e a encarou enquanto ela esvaziava a banheira.

— Minha princesa, você monta a cavalo, monta um dragão, sabe caçar, dançar, arco e flecha, toca instrumentos, fala mais de duas língua... — a loira revirou os olhos e sorriu de canto ao ouvir sobre seus talentos. — Entre outras coisas, você que vai se entediar com eles, homens são muito... Como posso dizer? Básicos?

— Acha isso do seu marido? — pegou o pente passando pelos fios prateados e se encarando no espelho.

— Muito do homem que meu marido é hoje, é graças a mim. Então sim. — Alma se aproximou da princesa e a abraçou pelos ombros. — Não se esqueça, eles quem tem que impressionar você e não o contrário. — sorriu antes de deixar a garota sozinha.

Aurora nunca se sentiu insegura, pelo contrário, sua mãe e pai sempre a colocaram em um pedestal, a garantindo que ela poderia ser e fazer o que quisesse e quer ser mulher era apenas um detalhe.
Mas a real preocupação sobre os gêmeos não era para si, e sim para o reino, seja lá quem escolhesse se tornaria rei e governaria ao seu lado, e era importante pra si que ele fosse tão forte e verdadeiro como seu pai e tão bondoso e astuto quanto sua mãe.

Após terminar de arrumar os cabelos caminhou em direção a sua cama, mas um rugido alto lhe chamou a atenção.

— Meitre. — correu em direção a porta do quarto e saiu pela mesma, pode ouvir o Sir Bryen chamar por si mas o ignorou correndo em direção aos portões do palácio. — Que não seja Meitre, por favor, por favor. — murmurava a si mesmo enquanto corria descalça pelo palácio.

Ao chegar nos portões viu os guardas agrupados encarando os céus, passou a olhar também e viu uma sombra de um dragão pelo menos três vezes maior que Meitre passar por sua cabeça.

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