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Sinopse: Após o Natal e o Ano Novo, os quatro filhos de Colin e Penelope se reúnem na casa dos pais para retiradas dos enfeites da decoração como faziam quando eram crianças.

Uma última vez.

▶️ Christmas Tree - V


Londres, 1875.


O Natal acabou e um novo ano começou.

A decoração de Natal permanece intacta até que as crianças cheguem para remover, como faziam desde que Penelope estabeleceu a tradição. Tinham várias tradições. Colin lembrava-se deles e dos quatro filhos em um momento de bagunça e descontração para enfeitar a primeira árvore e as tantas outras que vieram em seguida.

Ele sorriu sentindo falta disso.

Folheou o primeiro livro que Penelope escreveu durante a gravidez de Agatha, com uma dedicatória especial, as folhas estavam amareladas e um pouco amassadas pelo tempo e leituras consecutivas, mas ainda estava em ótimo estado. Mesmo décadas após ter sido publicado.

Adorava aquele livro, o primeiro, "Uma Moça Invisível", e lembrava da felicidade dela escrevendo. Momentos em que Penelope ria do papel ou se divertia com uma cena, esquecendo que ele a observava de longe.

Nenhum dos livros dela teve um final triste, terminavam felizes com suas protagonistas encontrando um amor arrebatador. Quando pegava ela olhando para ele, sabia que estava escrevendo as últimas páginas.

Penelope revisou todos os seus diários de viagem publicados, e todas as dedicatórias de Colin foram direcionadas a ela.

Nunca houve mais ninguém. Ela amava seus quatro filhos, mas se não fosse por aquela mulher, ele nunca teria tido coragem ou acreditado. Penelope era tudo e mais, amá-la o fez conquistar sua maior felicidade, a família que formaram, e com ela cada momento se tornou inesquecível.

Entre as páginas, Colin encontrou uma parte meio rasgada da última coluna de Lady Whistledown, e sorriu novamente.

Ele sempre a amaria, ela era sua casa.

"Pai?"

Colin olhou para cima e encontrou sua filha mais velha, Agatha, sorrindo para ele e tirando as luvas, bem como o chapéu e o casaco, jogando todos sobre a mesa da sala.

Voltavam para a tradição, anos depois dos quatro terem saído de casa. Penelope chamava o dia de "Recolher Os Enfeites", não era muito criativo, seus filhos riram do nome, mas era divertido e fez com que as crianças colaborassem. Ao ponto de se esperar mais aquele dia do que o próprio dia de decorar a casa.

A ideia de voltar pertence à Agatha, após um ano difícil, mas eles estavam se recuperando.

"Oi, Aggie." Agatha sentou-se ao lado dele no sofá e deu-lhe um beijo na bochecha. "Como vai você?" Colin perguntou.

"Estou bem, mas sinto que vou congelar. Não para de chover lá fora", disse ela, aconchegando-se mais ao pai, como fazia quando criança, com a cabeça em seu ombro e Colin envolvendo um braço pelos ombros da filha. Para aquecê-la. "Ah, Andreas te mandou um beijo, ele vem agradecer o presente e tocar piano para você."

"Ele não precisa. Estou feliz por ainda poder agradar meu neto."

Ela riu no ombro dele.

"Porque você é o melhor pai do mundo e um avô ainda melhor. Cadê o George?"

"Com sua mãe", respondeu Colin, virando uma página do livro de Penelope sobre a coxa.

Agatha ficou em silêncio por um breve momento, mas Colin sentiu a cabeça em seu ombro se mover e olhou para ela. Ela sorriu, rugas se formando nos cantos dos olhos, e lembrando a ele que Agatha não era mais sua garotinha. Já não era há algum tempo, embora as lembranças dela pisando em seus pés para aprender a dançar fossem vívidas.

FAMILY LINE: Polin's FamilyOnde histórias criam vida. Descubra agora