Euphemia Whitfield, ainda curando um coração ferido pela traição do amor, reinventa-se como uma casamenteira na tentativa de ajudar sua irmã a encontrar o verdadeiro amor. Pouco ela suspeita que o destino tem seus próprios desígnios intricados guard...
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Nos arredores da charmosa Livraria Nook & Brand, a atmosfera encontrava-se serenamente tranquila, à exceção de uma ou outra carruagem que passava pelas pitorescas construções. Isso parecia se harmonizar perfeitamente com a disposição de Frederick. Após a acalorada discussão que tivera com sua obstinada mãe naquela mesma manhã, ansiava por um momento de paz e tranquilidade. A duquesa insistia implacavelmente na ideia de um casamento, mas Frederick ainda não se sentia pronto para tal compromisso. O simples pensamento de se ver enlaçado a uma mulher lhe causava incerteza.
Uma decepção amorosa anterior bastara para desviá-lo do matrimônio e dos sentimentos profundos, ensinando-lhe uma valiosa lição: confiar o próprio coração a uma mulher era um ato tolo e imprudente. Quando ele refletia sobre seu relacionamento anterior, ficava evidente que os sinais gritantes da traição de Prudence haviam passado despercebidos até ser tarde demais, e ela ter escapado com seu próprio irmão.
O flerte descarado, os encontros frequentes que os colocavam em proximidade íntima e até a incrível habilidade de sempre estarem no mesmo lugar ao mesmo tempo haviam escapado à percepção de Frederick. A verdade de que seu próprio sangue poderia traí-lo com a mulher que ele amara até o ponto da distração era uma realidade difícil de digerir. A experiência lhe dera um entendimento pessoal da máxima: "O sangue da aliança é mais grosso do que a água do útero"
Enquanto passava as páginas do livro entre as mãos, as palavras impressas não faziam muito sentido para Frederick. Suas memórias atormentadoras persistiam, recusando-se a se afastar. Prudence desdenhava da leitura, considerando-a uma ocupação banal. Apesar de sua beleza loira, ela não era conhecida por sua intelectualidade, mas era exatamente isso que Frederick apreciava nela – seu espírito animado e a habilidade de encontrar alegria nas pequenas coisas.
Talvez, ao longo do tempo, essa característica pudesse ter se tornado um incômodo, especialmente quando confrontada com desafios. Contudo, na época, Frederick a considerava adorável, sendo cegamente apaixonado por Prudence. Se o destino tivesse sido gentil, e os dois ainda estivessem juntos, ela o teria acompanhado para onde quer que a emoção estivesse, deixando-o livre para se perder nas páginas dos livros.
Prudence, por sua vez, teria optado pela High Street, onde as lojas de luxo se alinhavam como joias cintilantes, ou talvez teria desfrutado das águas revitalizantes de um dos poços termais de Cheltenham, enquanto trocava fofocas com suas amigas. Inicialmente, Frederick havia pensado em visitar a elegante Sala de Bombas de Pittville naquele dia, até que sua mãe mencionara o plano de encontrar uma amiga lá, alguém que buscava alívio para suas persistentes dores estomacais.
A Lady Pembrooke vinha consumindo essas supostas águas curativas por meses a fio, sem sinais tangíveis de melhora. No entanto, ela mantinha uma esperança teimosa de que sua saúde um dia se restabeleceria. Provavelmente, as questões estomacais dela derivavam de suas escolhas de estilo de vida, mas as pessoas frequentemente preferiam atribuir esses males a outras causas, em vez de confrontar a realidade de seus próprios hábitos.
