Capítulo 2

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Antes dos portões abrirem, os examinandos começam a comentar sobre o centro de batalha ser grande. E realmente, grande é só um apelido, o lugar parece uma cidade.

Aproveito e me alongo, fazendo uma corrida parada para juntar energia cinética. Enquanto isso, estou cogitando a ideia de ir falar com o casal depois, para nos conhecermos, mas meus pensamentos são interrompidos.

- Certo, começar!

Eu e os outros olhamos confusos para cima.

- Qual o problema? Não há contagem em lutas de verdade! Corram, corram! O dado já foi rolado! - Mic grita em cima de uma contrução.

Depois dessa fala, todos começam a correr para entrar na "cidade". Como eu fiquei meio surpresa com a atitude do Mic, fui uma das últimas a entrar. Enquanto estou correndo, um dos falsos vilões aparece na minha frente. É o "um ponto". No mesmo instante, continuo correndo para tentar me aproximar dele, mas ele começa a atacar por todos os lugares que eu tento passar. Consigo me esquivar, mas não estou conseguindo chagar até ele. Então um plano surge. Decido me teletransportar perto dos "pés" dele para poder teletransportá-lo. Quando alcanço seus "pés", noto que o falso vilão fica confuso e não percebe que eu estou aqui, e, nessa hora, encosto minha mão nele, uso o nível 3 e nos levo à um lugar no céu onde fosse suficiente para destruí-lo ao cair.

- Boa viagem. - Digo e depois volto para o chão, ouvindo o barulho do "um ponto" explodindo.

- Seis minutos e dois segundos restando!

Droga! Passou quatro minutos e só tinha encontrado um, e ainda mais o que valia um ponto. Preciso correr.

Depois de correr procurando os falsos vilões, eu entro em uma rua onde tem nove deles: quatro de três pontos, três de dois pontos e dois de um ponto. Apesar de eu ter usado um nível que exigisse mais energia cinética na primeira luta, eu estou correndo e me esquivando dos "vilões" para eu conseguir acumular mais energia. Assim que consigo o suficiente, opto pela mesma estratégia que usei contra o anterior. Como tem mais deles, acabo me cansando muito, mas consigo derrotá-los.
Regulo minha respiração e volto a procurar por mais.

Após um tempo, derroto mais falsos vilões e obtenho 54 pontos. Quando estou prestes a destruir outro "vilão", de repente o chão começa a tremer. É o "zero pontos". Ao me virar em sua direção, vi que ele é enorme. Assustados, observo que todos começaram a correr, fugindo.

- Menos de dois minutos restando!

Eu estou um pouco longe de onde o "zero pontos" se encontra, mas pude ver que a menina de cabelos castanhos está com suas pernas soterradas sob os escombros. Quando eu corro para ajudá-la, vejo que o menino de cabelos verdes pula e dá um grande soco no "vilão", o destruindo.

Quem diria que aquela vergonha toda escondesse um poder tão grande como aquele. Fico ao mesmo tempo surpresa pelo garoto e aliviada pela garota. Porém, vejo que ele começa a cair em queda livre e, sem pensar duas vezes, corro o mais perto possível de onde está. Quando chego, me teletransporto perto dele no ar, pegando-o e voltando para o chão rolando. Assim que me levanto, vejo que a menina não está mais presa e me viro para ver como o menino está.

- Você está bem? - Pergunto a ele, preocupada.

- Sim, es-estou. Muito o-obrigado! Você me salvou. - Diz ele com um pouco de dificuldade.

O garoto está se arrastando não sei para onde, quando noto que seu braço está todo roxo.

- Tem certeza que está bem? Seu braço est-

- Acabou...o tempo!

Começa a tocar uma sirene muito alta que incomoda meus ouvidos, mas logo volto minha atenção para o garoto, vendo o mesmo desmaiar.

Ao ver ele daquele jeito, começo a ficar desesperada. Os outros participantes começam a se aproximar e a ficar só observando e fazendo comentários. Como querem ser heróis agindo dessa forma? Várias coisas passam pela minha cabeça, mas nenhuma ideia do que eu possa fazer. Nunca passei por uma situação dessas.

- Certo, bom trabalho! Bom trabalho, bom trabalho. - Diz uma senhorinha baixinha, aparecendo de repente. - Aqui, umas gomas. Coma umas gomas. - Fala, as entregando para um menino.

- Obrigado. - Responde ele.

- Sim, sim, você também. - Fala entregando para outro.

- A mademoiselle é o apoio da U.A. - Diz um garoto loiro meio afeminado.

Apoio da U.A.?

- Minha nossa, você se machucou tanto com sua própria individualidade? - Fala a senhorinha enquanto se aproximava do garoto desmaiado. - Beijo! - Diz agachada dando um beijo na cabeça do garoto.

- O que...foi isso? - Pergunto ao léu preocupada.

- A enfermeira licenciada do Colégio U.A....a Heroína Jovem, Recovery Girl! - Responde o garoto afeminado. - A individualidade é a super ativação de habilidade de cura. A U.A. só pode ter uma prova de admissão como essa por causa dela.

Após o beijo da senhorinha, uma luz verde começa a brilhar nos locais onde o garoto está machucado. Noto que seu braço não está mais roxo, então suspiro de alívio. Este poder é incrivelmente impressionante.

- Ele vai ficar bem? - Falo receosa.

- Não se preocupe, garotinha. Ele está no melhor lugar que se pode imaginar. Posso lhe assegurar isso, viu?

- Está bem. Muito obrigada.

- Por nada querida. Então, vamos terminar logo. Tem mais alguém machucado? - Pergunta Recovery Girl.

Depois dos machucados serem tratados, fomos liberados para voltar para casa. Confesso que fiquei muito cansada - afinal, quem não ficaria? - Mas o que estou mais sentindo é medo, medo de não ter sido o suficiente, de que eu não conseguirei entrar. Sei que obtive muitos pontos, mas e se outras pessoas fizeram muito mais do que eu? No fim das contas, muitos que eu observei são talentosos e estavam se dando super bem. Além de tudo isso, tem a prova escrita que está me deixando ainda mais apreensiva.

Quando chego em casa, falo rapidamente com a minha mãe que está na sala assistindo TV e vou direto para o quarto tomar um banho, na intenção de tentar afastar todos aqueles pensamentos. Me visto e vou para a cozinha comer alguma coisa, estou morrendo de fome.

- E aí, filha? Como foi a prova?

- Não vou dizer que foi bom, mas também não vou dizer que foi ruim. Eu consegui responder todas as questões da prova escrita e também consegui obter muitos pontos na prática. Mas ainda não sei se foi o suficiente...

- Aime, se não foi o suficiente foi porque você não estudou.

- Mãe, mas é claro que eu estudei. Você não viu eu no quarto o dia inteiro com os livros nas mãos estudando? Não viu eu treinando lá fora?

- Só vejo você passando mais tempo nesse seu celular.

- A senhora só presta atenção quando eu estou no meu tempo de descanso. Acho incrível isso. A vida não é só de estudos, sabia?

- 'Tá bom, 'tá bom. Vou dormir porque hoje foi um dia muito cansativo no trabalho. - Diz um pouco estressada.

- Tá certo. Boa noite. - Respondo meio seca.

Que raiva. Minha mãe é sempre assim, só enxerga o que ela quer e só sabe me criticar. Não tenho nenhuma lembrança dela me elogiando em algo. Eu já devia estar acostumada com isso. Porém...essas palavras me afetam toda vez porque ela é a minha mãe. E acho que isso nunca irá deixar de me afetar. Talvez o motivo seja que eu ainda tenha esperanças de que ela irá mudar algum dia.

Após comer e organizar a cozinha, vou para o meu quarto. Apesar de ter ido me deitar um pouco cedo, foi um dia extremamente longo, então eu estou exausta e com muito sono.

Demoro um pouco para dormir devido os meus pensamentos ansiosos e minha pequena briga com a minha mãe. Mas eu sei que eu treinei bastante para quando esse dia chegasse. Vou confiar nos meus esforços e acreditarei que vou passar nessa etapa final para entrar na U.A. Como Present Mic mesmo disse:

Plus Ultra!

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