Capítulo 5

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Eu estou em choque. Todos nós estamos aqui porque fizemos por merecer este lugar para nos tornamos heróis, para realizarmos nossos sonhos. Por que o professor tinha falado aquelas coisas? Por que ele apagou a quirk do Midoriya? Ele só estava tentando dar o seu melhor na prova. O dever do professor é educar o aluno, não diminuí-lo. Eu não posso deixar as coisas assim.

- Professor, não querendo lhe faltar respeito, mas...quem o senhor pensa que é para falar dessa forma com seu aluno, intimidando ele? E ainda mais, sendo aluno novo. - Alguns colegas se espantam com a minha fala.

- Como é o seu nome mesmo, aluna? - Diz o professor.

- Saito Aime.

- Então, senhorita Saito...a forma como eu educo não é de sua responsabilidade. - Sua resposta é curta e grossa.

- Eu sei que o mundo dos heróis não é fácil, mas não há nenhuma necessidade de envergonhar ele na frente dos demais. - Digo quase engasgando. Estou nervosa. Nunca tinha contestado ninguém daquele jeito.

Quando o professor está prestes a me responder, outra voz se fez presente.

- Não precisa disso, Saito. - Midoryia fala de cabeixa baixa com uma expressão frustrada. - O professor Aizawa está certo.

- Mas-

- Agora, se eu puder, quero continuar a minha aula, posso? - O professor pergunta olhando para mim. - Posso?

- Sim...me perdoe pela minha intromissão.

Eu não devia ter falado com o professor daquele jeito, na verdade, nem devia ter falado. Ele é a autoridade da sala, eu errei com ele. Também eu errei com o Midoriya, fiz parecer que ele era fraco e que não conseguiria suportar a lição do professor. Estou me sentindo mal agora.

- Devolvi a sua individualidade. Tem outra chance de arremesso. Acabe logo com isso.

Novamente, Midoriya se posiciona. Vejo pelo seu olhar que ele está duvidoso, mas também determinado. Dessa vez, ele irá mostrar para o professor que tem potencial para se tornar o herói que ele almeja ser. E eu não duvido nada disso. Sei bem o quanto é lutar para conseguir algo que você deseja desde cedo. É quando noto que seu olhar está tomado totalmente pela determinação agora.

- Smash! - Grita Midoriya convicto, criando uma rajada de vento depois de lançar a bola com o dedo para longe. Todos ficam impressionados, inclusive o professor. - Professor! Ainda consigo me mexer!

- Boa Midoriya! Nunca duvidei de você! Você arrasou! - Grito alegre.

- Finalmente, um recorde de herói! - Fala a de cabelos castanhos, fazendo um high five comigo.

- O que significa isso? - Diz Bakugo correndo na direção do Midoriya com suas explosões. - Diga o que está acontecendo, Deku, seu filho da mãe!

Antes que alcançasse o Midoriya, o professor agarra o Bakugo com suas fitas.

- O que? Esses panos são muito duros.

- São armas para captura de fibra de carbono, costuradas com fio de metal feito de liga especial. Caramba. Não me obrigue a usar minha individualidade tantas vezes. Meus olhos estão secos!

- É um desperdício, a individualidade dele é tão incrível! - Falam os alunos em uníssono.

- Estamos perdendo tempo. Vamos para o próximo teste.

- O seu dedo melhorou? - Pergunta cabelos castanhos quando Midoriya se aproxima de nós.

- Ah, sim.

- Minha nossa, tem certeza? Está muito roxo, igual como aconteceu no exame. - Digo.

- Está tudo bem, dá para continuar.

- 'Tá certo então...Ah, sim Midoriya, me perdoe. Eu não deveria ter interrompido seu teste. Fiz parecer que você fosse fraco. Me desculpe mesmo. - Abaixo minha cabeça.

- O que? Fraco? Claro que não, percebi que você apenas estava tentando me ajudar. Está tudo bem. - Responde com um sorriso caloroso.

- Sério? - Meus olhos quase marejam, ele é muito gentil. - Obrigada mesmo! Então vamos para o próximo teste e arrasar! - Sorrio.

- Vamos! - Responde o casal.

- O que foi Bakugo? Vamos. Meu tempo não é para ficar esperando você não. - Digo depois de notar que ele ainda está parado com raiva do que aconteceu mais cedo.

- Você hoje está com coragem de me estressar, não é? - Começa a soltar faíscas pelas mãos.

- Ferrou. Vamos sair daqui! - Pego a mão dos dois, corro e nos teletransporto para perto do professor. - Agora ele não pode nos pegar.

- Você é louca Saito. - Riu o casal.

Depois de quase morrer, ainda faltam três testes para fazer. Primeiro, tem as abdominais que não me saio muito bem porque eu não tenho uma resistência muito boa. Depois é a corrida de longa distância em que apenas me teletransporto igual no primeiro teste. E, por último, o teste de alcançar os dedos dos pés no qual eu me sai até que bem porque eu tenho uma flexibilidade aceitável.

- Ainda bem que acabou. Não aguento mais fazer exercício. - Suspiro. - Mas acho que você é o que está mais acabado, não é Midoriya? - Digo após vê-lo deitar no chão tentando recuperar o fôlego.

- É, a dor do meu dedo me impediu de fazer melhor os outros testes...

- O que? Eu sabia que não estava nada bem. Mas vamos, o professor vai falar os resultados. Depois vemos seu dedo. - Estendo a mão para ajudá-lo a se levantar.

- Rapidamente, vou informar os resultados. O total é a soma das notas que vocês tiraram em cada teste. É perda de tempo explicar verbalmente, vou mostrar os resultados de uma vez.

Após falar, o professor clica no celular e mostra os resultados em um holograma. Eu estou muito ansiosa, apesar de saber que eu me dei bem na maioria, outros alunos foram bem em todas, pelo o que eu pude observar.

- Cadê, cadê...aqui! Eu fiquei em 11ª lugar!

Estou muito feliz com o resultado. O meu esforço tinha valido a pena, não só o do teste, mas também de todo o meu tempo que usei estudando e treinando para chegar até aqui. Agora eu posso continuar estudando para me tornar uma heroína. Meu sonho não acabou por aqui.

- E você, Midoriya? - Quando o olho, ele está de cabeça baixa. - Ei, o que houve? Sei que entre os primeiros você não está, eu também não fiquei, mas tenho certeza que você se saiu muito bem, olha.

Quando analiso melhor todo o resultado, não acredito no que estou vendo. O Midoriya tinha ficado no...último lugar? Como assim?! Sei que ele não foi bem em todas, mas ele deu tudo de si, no lançamento da bola ele foi incrível. Mas agora ele vai ser expulso? Não, não pode ser. Ele merece estar aqui.

- Olha Midoriya, pode ter sido um engano. Talvez tenha somado os pontos errados, talvez tenha trocado os nomes. Às vezes a tecnologia sofre alguns defeitos. - Digo sem saber quais palavras usar.

- A propósito, eu menti sobre a expulsão. Foi uma fraude racional para estabelecer limites máximos de suas individualidades. - Explana o professor sorrindo feito um psicopata.

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