Frágil - AkaRen

Enquanto você dorme

Kyojuro estava deitado em seu futon, pensando em como foi seu dia, resumindo-se em: Cansativo.

Tinha feito três missões em um dia e tudo muito rápido para poder ver seu irmão mais novo, mas tudo valeu a pena depois de ver o lindo e genuíno sorriso de Senjuro.

Como ele havia adiantado duas missões, conseguiu um dia de folga, só de lembrar disso fazia um pequeno sorriso surgir em seus lábios, iria aproveitar muito bem esse dia.

Assim que o Rengoku fechou os olhos e virou-se em direção contrária ao quintal um barulho foi escutado.

O loiro rapidamente ficou atento, olhando ao redor procurando sua nichirin, se xingando internamente por deixá-la próxima á janela.

Pelo quarto ecoou o barulho da janela abrindo, a madeira rangendo a cada passo que aquele intruso nada silencioso dava, parecia ser proposital. Ele queria que Kyojuro soubesse que tinha alguém presente.

Com receio, o caçador se vira lentamente em direção ao barulho e seus olhos se arregalaram com a figura em sua frente.

Era um homem de uma estatura mais alta que a sua, pele branca cheia de tatuagens, olhos que pareciam duas lanternas, sendo a única coisa que dava pra ver com clareza, seus olhos amarelos com a esclera azul, em suas pupilas estavam escritos os kanjis "lua superior 3". Uma aura intimidadora.

Reconheceu de imediato o ser, Akaza, um oni que havia lutado e quase saiu morto, com muito trabalho de Shinobu e seus ajudantes ele conseguiu sobreviver, ainda tinha sequelas, exemplo, seu olho esquerdo, não conseguia abrir ele direito e a chances de ter perdido a visão eram gigantescas.

O tatuado olhou diretamente para Rengoku, o qual estremeceu ao perceber que o olhar dele era... De preocupação? Kyojuro não conseguia entender.

Akaza - Você está acordando, certo?

Kyojuro - ... - Manteve-se calado, olhando fixamente para o oni - O que você procura? Por acaso quer terminar no serviço?

O mais velho sorriu, um sorriso triunfante, o que fez o loiro ficar mais confuso.

Akaza - Apenas te ver, não quero arrumar confusão.

Kyojuro - Me ver?

Akaza - Sim.

Akaza riu quando viu o semblante do contrário confuso, provavelmente havia percebido as palavras genuínas do rosado, não tinha falado nada além da verdade, só queria saber como estava o loiro.

Kyojuro - Você quase me matou... Então por quê?

O mais alto ruborizou um pouco, desde aquela luta o Rengoku havia o fascinado, desde a sua aparência até sua personalidade forte, havia ficado uns dias observando o loiro de longe, assim que soube dessa folga achou a oportunidade perfeita para ver o caçador.

Akaza - É complicado... - Suspira - Mas resumindo, algo dentro de mim diz que eu preciso estar com você e saber mais sobre você.

Kyojuro - Então você não vai me atacar ou atacar ninguém daqui?

Akaza - Não está nos meus planos.

Kyojuro - Você veio apenas... Conversar?

Akaza - Aparentemente sim.

O mais novo fica calado por um tempo, pensando no que fazer ou falar, tinha medo das palavras do outro serem mentiras, mesmo ele sentindo total sinceridade em cada frase dita.

Passos foram escutados novamente e assim que o loiro voltou a realidade viu o oni, sentado ao seu lado, observando o rosto do jovem hashira.

Kyojuro - O-O que foi?

Akaza - Nada - sorri simples - Estou apenas te observando.

Kyojuro - Você vai ficar ai... Até amanhecer?

Akaza - Talvez sim, se não houver imprevistos.

Kyojuro - Por que?

Akaza - Sim.

O menor rio baixinho com a resposta do tatuado, ele parecia uma criança curiosa, Akaza acabou rindo de leve junto ao loiro, havia falado sem pensar, uma das primeiras vez que fazia.

Kyojuro - Não sabia que onis tinham senso de humor.

Akaza - Não sabia que humanos poderiam ser tão bipolares.

Kyojuro - Fica quieto! - Disse rindo e dando um tapa de leve no maior que olhava meio abobado para o caçador.

A noite se extendeu assim, conversas bobas e paralelas, agindo como se eles fossem dois amigos, conhecidos a muito tempo, Akaza chegou a se surpreender com a facilidade que era falar com o Rengoku. Claro, haviam tirado um tempo para conversar, apesar de terem falado o básico, coisas que gostavam ou não, um pouco sobre cada, independente da qualidade ou defeito.

Assim que o céu começou a clarear os olhos de Akaza se encheram de uma leve tristeza, adoraria passar mais um tempo com o loiro.

Kyojuro - Você já tem que ir? - Diz meio sem graça, tirando o tatuado de seus pensamentos.

Akaza - Sim, não posso ficar aqui, né? Alguém pode me ver. - Ele se levanta do chão e vai em direção á janela - Mas não se preocupe loirinho, eu volto, assim como em todas as noites.

Kyojuro - O quê? - o menor arregala os olhos levemente assustado

Akaza - Segredo.

Ele sai pela janela rapidamente e some em meio ao bosque, deixando um Kyojuro confuso sobre o que acabara que acontecer.

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Espero que tenham gostado! :3

Já tô escrevendo o segundo capítulo e mil perdões pelos erros de português!