Barbara Passos

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Esperei Carol volta da cozinha e fiquei repassando mentalmente os possíveis jeitos de contar para ela que iria ficar seis semanas lá. Sem vê-la, eu sabia quão ruim seria para nós duas.

Em pouco tempo ela voltou radiante, com um enorme sorriso orgulhoso no rosto, trazendo consigo duas taças e uma garrafa de champanhe. Eu logo reconheci a garrafa da Cattier, era uma das preferidas dela, e ela só abria uma dessas quando era algo muito importante para se comemorar.

Ela colocou o líquido nas duas taças e me entregou a minha. Sorriu e levantou seu copo em minha direção em sinal de brinde.

— Ao seu sucesso.

Falou animada e eu assenti.

Bebemos a garrafa quase toda e cada vez mais eu enrolava para contar a ela sobre a viagem.

Ela já parecia um pouco alterada, ria de tudo. Estava deitada com a cabeça em meu colo e brincava com a ponta dos meus cabelos, enquanto nós lembravamos de algumas histórias antigas.

— Car... preciso falar com você.

— Diga, Baaaaabi.

Pronunciou meu apelido arrastadamente e eu ri. Ela realmente estava alterada.

— Eu vou ter que viajar para o Canadá.

Falei tudo uma vez e ela ficou me olhando com os olhos semicerrados, como se estivesse tentando entender o que eu disse.

— Viajar?

O sorriso de seu rosto morreu e ela sentou no sofá, me fitando inexpressiva.

— É Car... viajar. Sabe, para resolver tudo...

Expliquei e ela assentiu ainda sem demonstrar nenhum sentimento, negativo ou positivo.

— Quanto tempo?

Engolir em seco e respirei fundo. Se eu falar tudo de uma vez ela não vai surta.

—Vouterquepassarseissemanasresolvendoascoisas.

Falei tudo junto e tão rapidamente que fiquei sem ar, o que causou uma risada em Carolina. com certeza que ela não entendeu.

—  Você disse o quê?

Fez uma careta e continuou rindo. Respirei fundo, vamos lá. Encorajei a mim mesma.

—  Seis.

Disse simples e ela fez uma expressão confusa.

— Seis o que?

— Seis semanas, Carol

Ela arregalou os olhos, fitando-me apavorada.

ok. e agora que ela vai surta... 3.2.1...

— O QUE?!

Gritou e eu respirei fundo. Não disse que ela iria surta?

— Carol, calma... são só seis semanas, passa rápido.

— Seis semanas, Barbara? Você está de sacanagem? Que passa rápido o quê, seis semanas é muito tempo. Você não vai.

Decretou seria e eu bufei. Lá vem o drama...

— Carolina, você sabe que eu vou ter que ir...

Tentei soar o mais carinhosa possível e ela fez aquela maldita carinha triste, chantagista.

— Não quero. Não quero que vá.

Pediu quase que suplicando e enfiou sua cabeça no meio das minhas pernas. Birrenta.

— Meu amor, não faz assim. Vai passar rápido.

Fiz carinho em sua conta e ela agarrou com força minha cintura. Quase soltei um gemido involuntário quando sua cabeça pressionou minha intimidade devido a movimentação.

A MELHOR AMIGA DA NOIVAOnde histórias criam vida. Descubra agora