IV | Caos

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O outono continuava seu trabalho de deixar as ruas desertas, e Max fazia o trabalho de andar pelas ruas desertas. Desde que o outono chegou as pessoas não saíam de suas casas ou mantinham as rotinas cotidianas como por exemplo; ir ao parque, cinema, livraria e café. Alguns buscam algum lugar para se esconder do frio. Aqueles em melhores condições mandam seus empregados buscarem o que precisam e os pobres enfrentam o outono e suas consequências para ter o que ter o que necessitam.

Em meio á isso está Max, quem busca ficar o mais longe de casa possível para o próprio bem, andando nas úmidas ruas de Hawkins sem um destino exato apenas existindo em um raio de dez quilômetros de casa. Deixando as melodias das músicas quais ouvia se misturarem com as emoções confusas que a cercava, sentia o vento fresco - quase congelante lavar o seu rosto. Um sorriso surgia, Max fugia de todo o caos no qual vivi, por alguns instantes estava feliz ou ao menos, tranquila.

Se aproximava da cidade. Hawkins dormia, não literalmente, os estabelecimentos estavam vazios, as ruas estavam vazias. As únicas pessoas que virá era um grupo de adolescentes carregando bebidas alcoólicas. Continuava a desbravar a cidade em cima de seu skate velho, passou por frente de um restaurante "Enzo's", ali tinha gente. No supermercado saíam no máximo cinco pessoas.

Avistou Susan conversando com uma mulher dentro do mercado."Joyce!", sugeriu; a garota estranhava a situação já que a mãe não saia de casa á noite, muito menos sem Neil. Parou assim que a viu, procurou pelo carro de Neil sem o achar, seus olhos passeavam no interior do supermercado procurando pelo homem, ele definitivamente não estava junto dela. Segurou o trinco da porta de vidro, encarou a mãe e desistiu logo em seguida. Continuava magoada pela briga do fim de semana.

Seguia seu caminho a pé, era a primeira vez que o fazia. Prestava mais atenção aos detalhes de Hawkins. Uma cidade cheia de árvores, as quais perdiam suas folhas para o outono, Hawkins também é muito iluminada (se isso é realmente um detalhe a se destacar). Não havia grandes prédios por ser uma cidade pequena, os estabelecimentos pareciam ser todos interligados, pelo menos na avenida principal. No final da rua ficava a grande biblioteca pública, Max planejava quando tivesse tempo livre, óbvio, passar por ali. Ela percebeu que não odiava Hawkins de fato, porque não conhecia a cidade.

O céu ficou iluminado pelos raios, e a silenciosa Hawkins se tornava barulhenta com os trovões. Maxine procura onde se refugiar se começasse chover, não acha lugar algum por perto. Apertava seus passos para chegar até a floricultura que ficava trezentos metros de onde estava. Uma garoa fina começou a cair, e seu desespero aumentava, não poderia ficar doente, tinha que trabalhar na tarde seguinte. Cem metros da floricultura. Conseguia ver a pequena cobertura do lugar.

Cinco metros, a garoa fina engrossou. Quando chegou na floricultura o céu desabou em uma chuva violenta. Seu fone já não abafava o som das gotas contra a cobertura. Nessa altura se arrependeu de não ter entrado no mercado com a mãe. Um carro se aproximava, Max forçava sua visão tentando ver se era sua mãe ou não, a garota não sabia diferenciar carros, eles pareciam todos iguais na sua perspectiva.

- Max! Está tudo bem? - uma voz rouca a chamava. A garota se esforçava para ver através da chuva.

- Professora Buckley? - questionou quando finalmente conseguiu ver quem era - Não, eu não consigo voltar para casa - explicou o que estava explícito.

- Quer uma carona? - Max ainda lutava contra a chuva para enxergar - Você deve morar perto da cafeteria, a gente também.

- Eu... - olhou ao seu redor - Eu aceito - guardou o telefone e fone entro da mochila. Segurou o skate e a mochila, saindo de baixo da cobertura.

Adentrou o carro se sentando no banco de trás. Nancy dirigia, como já tinha reparado nas vezes que elas foram na lanchonete, e Robin sentada no banco do caroneiro. A menina fitou as mulheres que estavam na frente sem falar se quer uma palavra. O caminho foi silencioso, silêncio preenchido pelas músicas e notícias que saiam do rádio. Não era um silêncio desagradável que fazia Max querer ser um avestruz e enterrar a cabeça no chão, diferentemente de quando está em silêncio com a mãe. A chuva se acalmou conforme se afastavam da cidade.

Outono | Elmax Onde histórias criam vida. Descubra agora