Capítulo II

9.3K 524 91
                                    

A menina voltou correndo e bateu a porta, ofegante e com os olhos arregalados, ativou o sistema de segurança da casa e voltou para o quarto. Assim que chegou, ouviu o toque de seu celular e se virou para ele assustada

"Número desconhecido"

Ela atendeu e colocou o aparelho no ouvido esperando que alguém dissesse alguma coisa

-Por que ainda não ligou pra polícia?

-Me deixe em paz.

-Mas que chatice, onde está aquela mulher corajosa que me atendeu antes?

-O que quer? Vai me matar ou apenas ficar com isso pelo resto da noite?

-Bom, você escolheu travessura, não escolheu?

-Vá se foder. -Ela voltou para a porta para ter certeza de que estava tudo certo.

-Não vou te machucar. Não agora.

Wendy riu


-Isso é ridículo.

-Nao fale assim comigo, vai me deixar chateado.

-Oh me desculpe, a última coisa q eu queria era magoar um estranho anônimo que está me dizendo coisas estranhas pelo telefone.

O homem riu


-Mas como você é legal! Por que não sentamos juntos e tomamos um café? -Ele diz em tom sarcástico.

-Café? Não, já está tarde pra isso. -A mulher abre a geladeira e pega uma garrafa de vinho e assim serve na taça.

-O que é isso? Não vai me servir também?

Wendy parou o que estava fazendo e olhou a seu redor, sentiu seu coração falhar ao notar que as cortinas estavam fechadas. O homem provavelmente havia escutado o barulho do vidro pelo telefone


-Te servir?

-Sim. Ou quer que eu vá até aí e faça sozinho?

-Cale a boca.

Ele riu outra vez

-O que foi? Qual é o problema agora?

-O jeito que fala como se soubesse o que estou fazendo me dá raiva.

-Como se soubesse? Eu sei o que está fazendo.

-Então pode me ver?

-Talvez.

-E o que acha da minha fantasia nova? -Wendy deu uma voltinha com a taça em mãos.

-Se eu não tivesse outros planos pra você...

-O que? Não estou acreditando...-Ela riu.

-Está perdendo o medo.

-Não ache que confio em você.

-Já disse que não vou te machucar.

-Não agora, foi o que disse.

-É a primeira pessoa que tem uma conversa tão longa comigo, sabia?

-E daí? Ta apaixonado?

-Admito que você não é nada mal, pelo contrário.

-Por acaso isso foi um elogio?

-Essa fantasia de fada tá mexendo com a minha cabeça.

-Pervertido.

-Não pode falar de mim.

-Não?

-Acha que não sei nada sobre você? Não escolho uma vítima aleatoriamente sem propósito algum. Estou aqui pra fazer você se arrepender as coisas que diz.

-Que coisas?

-Ultimamente suas redes sociais se resumem em você dizendo o quão estava ansiosa para o halloween, em especial ver as fantasias de Ghostface. O que vai fazer agora que seu grande ídolo está bem aqui?

-Eu obviamente disse brincando!

-Você não passa de uma pervertida.

-Eu nunca disse nada demais.

-Não se faça de desentendida, Wendy, já disse que sei muito sobre você. Sei que não chamou a polícia até agora porque o frio na barriga que sente ao estar correndo perigo é excitante pra você.

SINNERS (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora