31 de outubro, uma data por alguns comemorada e por outros abominada. Para Wendy não mais só um dia de festa e sim esperança de que sua doce travessura do ano anterior retornasse
O frio na barriga e inquietação foram dois fatores que acompanham a jovem o dia todo. Procurava fantasias mas no fundo sabia que seria uma fada novamente e por um motivo específico, usaria como um tipo de isca.
Aquele ano não seria fácil, já que um novo filme da franquia do slasher "Scream" havia sido lançado recente e obviamente a rua estaria lotada de máscaras do Ghostface como uma infestação de insetos
Não foi diferente do que ela imaginava. Assim que trancou a porta se deparou com variações do personagem, alguns montados de forma tradicional e outros de maneira provocativa
Wendy não entendia como um filme era capaz de juntar um número tão grande de pessoas com a mesma caracterização no mesmo lugar, até porque não era muito fã da obra, sabe-se bem que o motivo dela acompanhar a franquia era outro
Não era normal sentir o que sentia em situações como aquela, a menina sentia um tanto de vergonha mas como suas confissões eram compartilhadas em forma de piada ninguém levara a sério. Pelo menos não até o ano anterior
Como sempre começou pedindo doces e conseguiu poucos, parte dos adultos da cidade achavam uma idiotice distribuir doces por aí, a não ser que fosse para crianças. Eles sabiam que os doces entregues aos jovens eram destinados a acabar em um copo cheio de energético ou algum drink alcoólico
Era divertido observar as decorações detalhadas, as pessoas fantasiadas, mas Wendy andou rápido até a casa dos amigos onde uma festa a esperava.
A música era alta e a casa estava cheia, bem mais do que imaginara. Enquanto seguia andando pelo lugar sentiu alguém segurar seu braço
-Trouxe pó mágico?
-Não uso esse tipo de magia. -Ela riu depois de um leve susto.
-Mas que tipo de fada é essa? Qual é, deve ter alguma coisa boa aí.
O Homem a puxou para perto sorrindo
-Já disse que não tenho nada. -Ela se afastou.
-E um beijo mágico?
-Foi mal zumbi, a fadinha aqui prefere os assassinos.
Wendy mexeu o braço de forma brusca e se livrou daquele aperto. Aquele cara já estava bêbado e não seria boa ideia mantê-lo por perto mas não foi tão fácil fazer ele desistir. Foi seguida por alguns minutos até que alguém a abraçou por trás
-Te encontrei, meu amor. Não suma assim outra vez.
Um sorriso de alívio tomou conta de seu rosto ao ouvir aquela voz e perceber que o estranho se retirou
-Danny! Meu Deus! -Ela abraçou o colega da faculdade.
-Por que não pediu ajuda?
-Não vi que estava aqui! Muito obrigada!
-Vi de longe ele tentando chegar até você no meio do pessoal. Ninguém fez nada.
-Conheço no máximo cinco pessoas que estão aqui.
-Precisa tomar cuidado, não é sempre que um falso namorado vai salvar sua vida. -Ele sorriu.
-Tem razão, meu amor. - Disse em tom sarcástico.
-Mesma fantasia do ano passado?
-Eu tenho meus motivos.
-Bom, estou de encanador.
-Nossa, estou bem desatualizada. Quando foi que encanadores começaram a usar facas de cozinha como ferramenta de trabalho?
-Eu seria o Michael Myers, se não tivesse esquecido minha máscara em casa.

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RomansaO medo para a maioria é desesperador e aterrorizante, para outros, ele pode ser excitante e lascivo