Tea, love and Nice

Capítulo dois - Junho

Junho

Mason levantou preguiçosamente da cama, ouvindo seu celular berrar de algum lugar no quarto, ignorou qualquer coisa no momento, indo tomar um banho quente. Vestiu uma calça jeans escura e uma camisa de flanela vermelha sob uma camiseta da cor preta, ainda sonolento - o banho não havia ajudado muito nisso. Depois de colocar os calçados e tomar chá - por mais estranho que fosse, detestava café - pegou o celular para conferir o que já sabia: Três chamadas perdidas. A primeira de Samantha, sua secretária (percebeu então que estava mais atrasado do que esperava). A segunda de sua mãe, que ele preferiu ignorar. Por último, uma chamada de Mia, sua irmã. Não conseguiu conter um sorriso ao pensar na garota e tão logo começou a procurar seu nome nos contatos, o celular voltou a tocar - deve ser essas coisas de ligação entre gêmeos.

- Posso preparar o seu enterro? - Ela perguntou assim que ele atendeu, fazendo-o rir.

- Não foi dessa vez que você ficou com toda herança, maninha - Ele sabia que a irmã reviraria os olhos e assim ela fez. - Como está Cancún?

- Quente - Ela disse divertida - Morra de inveja. -Usou um tom infantil, como sempre, quando conversava com o irmão.

- Mais fácil morrer de frio - Mason reclamou, arrancando uma risada da gêmea. Eles se falavam todos os dias, mesmo com o oceano de distancia. Mia era, como ele costumava dizer, a melhor parte de si. A garota era cinco minutos mais velha e trinta anos mais sábia, capaz de conquistar qualquer pessoa com um sorriso espontâneo e com o melhor abraço do mundo. Era uma pessoa incrível, com um coração enorme e acolhedor, colecionando admiradores. Ele queria ser um pouco mais como a irmã e talvez, por isso, estivesse noivo de uma garota que mal conhecia. Era mentira, para ser sincero, Mason conhecia Ella há anos, desde que Mia passou as férias e Madrid e encontrou uma nova melhor amiga, filha da presidente da sede D.E. Italiana. Logo elas se tornaram inseparáveis e Mia sofria toda vez que a amiga lhe contava sobre o passado, de como o pai lhe machucava e era abusivo, então desabafava com o irmão. Ela queria poder fazer algo para mudar essa realidade e encontrou a solução em Mason. Ella sempre fora apaixonada por Mason e os dois chegaram a ter um relacionamento curto, o que causou alvoroço nas famílias. Anos depois, Ella já havia saído de casa, mas ainda sofria pressão psicológica dos pais para um bom casamento e as lembranças de ser obrigada a conviver com o pai a atordoavam. Mason, entretanto, precisava de alguém que o tirasse da vida boemia e sabia que não encontraria isso em qualquer garota. Ele queria assumir os negócios do pai, mas não sentia que precisava deixar sua vida para aderir à postura de um homem sério e poderia muito bem sem uma mulher ao seu lado, todavia seus pais insistiam tanto que ele prometeu procurar alguém, foi então que Mia apareceu com a ideia perfeita: Casar as duas pessoas que mais amava. Mason relutou, mas sabia que não encontraria alguém melhor que Ella e, dizem que, ser altruísta às vezes faz bem, talvez pudesse até ser considerado tão bom quanto à irmã.

- Ei, você tá me ouvindo, Mané? - A menina chamou-o irritada, odiava ser ignorada, mas Mason tinha essa mania de ficar viajando e esquecer-se do telefone.

- Estou, estou... - Afirmou, balançando a cabeça para espantar qualquer pensamento.

- Então, o que eu dizia? - Ela fez a clássica pergunta, deixando o garoto sem resposta, riu em seguida, pois sabia que isso aconteceria. Ela o conhecia tão bem.

- Mia, acho que estou atrasado, você sabe como é... - Desconversou, mesmo que soubesse que a irmã não acreditaria em uma palavra sequer, independente se fosse verdade.

- Você é um idiota, Mason Dewes - Retrucou, desligando o telefone em seguida. Mason riu, com o humor mil vezes melhor, como sempre acontecia quando conversava com sua gêmea. Pegou o elevador sorridente, cantarolando alguma melodia desconhecida - como sentia falta de compor em seu tempo livre. Desceu até a garagem entrando em seu carro e acelerou pelas ruas, usando o computador de bordo para avisar Samantha que estava chegando.