𝖧𝖾𝗒, 𝖤𝗆𝗈 𝖡𝗈𝗒! | 𝖡𝗂𝗅𝗅 𝖪𝖺𝗎𝗅𝗂𝗍𝗓

032

Dias depois, 4 dias.

Mayla Schmidt

EU ESTOU FICANDO MALUCA com a Nastya! Ela simplesmente não para de falar em um garoto que ela acabou de ver por 2 segundos na fila da cantina.

— Ele era tão lindo, Mayla! – Ela afirmava cada vez mais.

Soltei meus talheres e olhei para ela seriamente de braços cruzados.

— Garota, eu vou seriamente cometer um homicídio, um crime de ódio contra você se você não parar de falar nesse padrãozinho ai! – Eu disse em um tom um pouco elevado, o que fez ela ficar calada.

Anelise espalhou um boato sobre mim e Nastya. Ela mentiu falando que nós nos prostituiamos... Dá pra entender essa garota? Claro que eu e Nastya fomos na diretoria e por causa desse boato falso, Anelise foi suspensa por 1 dia, no caso hoje.

Aproveitando que estou falando na Anelise, vou falar de Tokio Hotel. Vocês lembram daqueles bilhetes do show que Bill me entregou, pois então, nós não fomos. Depois de horas e mais horas pensando, decidi que iria me magoar muito ouvir Bill cantando Automatic na Humanoid City. Atualmente eles já nem estão na escola, eles estão numa tour mundial. A Humanoid City...

Depois de uns minutos em silêncio, Nastya novamente abriu a boca.

— Cara, que silêncio... – Ela comentou.

— Se for silêncio de não ouvirmos a voz fina e irritante de Anelise, eu até dou graças a Deus. – Afirmei.

— Algo de errado não está certo.

— Para de ser paranóica, aliás, você já terminou de comer? – Olhei para o prato dela.

— Já, quer ir embora? – Ela perguntou.

— Sim, sim. Nossas aulas terminaram cedo hoje. Bom pra nós. – Eu disse enquanto me levantava.

Nastya concordou, e então fomos embora para casa.

[...]

Quebra de tempo: Janeiro do ano seguinte.

APROVEITAMOS essas férias e fomos para a Rússia passar o Natal e ano novo, voltamos dia dois e hoje é dia nove. Resumidamente, falta exatamente onze dias para o baile de inverno e nos ainda nem ousamos pisar em uma loja de vestidos.

Claro, já procuramos modelos mas nada muito uau.

Sobre aquele garoto da fila da cantina, Nastya correu o mundo atrás do Instagram dele e hoje em dia eles ficam. Eles são só ficantes por enquanto. Digo isso porquê a maneira que Andrew, o ficante da Nastya, olha pra ela simplesmente me faz sentir super solteira. Cara eles são muito fofos juntos! Ele trata ela como rainha. Eu juro, minha meta de relacionamento. Fica a dica, Bill!

No momento estou na sala, escrevendo novas músicas para meu primeiro álbum solo.

A capa ainda não faço a mínima ideia de qual seja mas as músicas eu já sei. Pretendo que seja um álbum de seis músicas no estilo bad girl para fingir que eu superei o Bill.

Estou sozinha em casa, apenas eu e a cobra de estimação de Nastya. Ela é super amável e dócil, não me preocupo com ela.

… Knock, Knock, Knock!

Olhei para a porta principal e depois para a janela onde eu fiquei pasma por ver quem era.

— Mayla?.. – Uma voz suave pôde ser ouvida, a voz de Bill...

Fiquei calada e mutei o som do computador e da Televisão para que não pudessem fazer barulho sem querer. Ambos aparelhos já estavam sem som, apenas quis ter certeza.

— May, eu sei que você está ai... – Ele disse mais uma vez.

Espera ai! Ele não estava em tour? Ou já acabou? Ai Deus, eu não acompanho o Tokio Hotel em rede social nenhuma. E se eles já acabaram a tour e eu não sabia.

Respirei fundo e me levantei, pousando meu computador ao meu lado e caminhando rumo á porta da frente.

Arrumei meu cabelo e roupa e tirei coragem de não sei onde para abrir aquela porta.

— Hmm? – Me fiz de desentendida. — Boa tarde. O que te trás aqui?

— Tem tempo para conversarmos?.. – Bill perguntou.

— Eu... Eu tô ocupada. É importante? – Perguntei, olhando para ele cautelosamente.

Minha garganta começou a ficar seca e meu coração começou a bater mais rapidamente. Senti minhas bochechas ficarem levemente quentes.

— É um pouco importante, mas eu posso voltar outra hora. – Ele disse cabisbaixo.

Pensei um pouco mais, eu não poderia deixar ele ir assim.

— Não... – Olhei para ele. Segurei a mão dele, esperando que ele olhar para mim.

Ele imediatamente olhou para mim, pude perceber que as bochechas dele ficaram levemente rosadas.

— Vem, entra... – Puxei ele pra dentro e fechei a porta atrás dele.

Assim que entramos e eu soltei a mão dele e ele olhou para mim.

— Resume. – Ordenei em tom calmo.

— Eu tenho saudades suas, Mayla. – Ele resumiu mesmo.

— Eu tenho saudades suas e fico feliz que também tenha minhas, mas você sabe muito bem que já passou quase anos dês daquilo. – Eu disse. Minha voz firme ocultava meu nervosismo.

— Você realmente não sente mais nada? – Ele perguntou, pude sentir ele me encarando, diretamente nos meus olhos.

— Bill, não faça perguntas difíceis de serem respondidas.

— Mayla... Apenas sim ou não. Você ainda sente alguma coisa por mim? – Novamente ele perguntou, mas de outra forma.

— Sinto, mas não vou te dar ao luxo de ter meus sentimentos novamente. – Afirmei. Abaixei imediatamente minha cabeça ao me lembrar das palavras dele naquela entrevista.

— Eu... Desculpa, mesmo... – Por um momento me senti completamente culpada, eu queria chorar ali mesmo. — Podemos pelo menos manter uma amizade?..

— Sem problemas.

— Obrigado, May. – Ele disse, sua voz tremula.

— Uhumm... – Evitei de o olhar nos olhos.

— Eu vou te deixar trabalhar. Boa sorte. – Ele se virou porém parou por segundos como se estivesse se perguntando se ele realmente iria embora dessa maneira.

— Até depois. – Eu disse enquanto o via ir embora.

— Boa tarde. – Ele finalmente colocou os dois pés fora da minha casa enquanto fechava a porta atrás de si.

Assim que se passaram alguns minutos e ele já não estava na minha visão, me sentei contra a parede.

— É sempre a mesma coisa! Você nunca pensa antes de falar! Eu te odeio Mayla, você estragou minha última chance de poder tentar algo com ele novamente. – Senti meus olhos ficarem marejados e não pude evitar as lágrimas de serem derramadas.

Minha vida está tão baralhada que dói! Eu estou exausta...

...