capitulo 14

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Não conseguia dormir, não conseguia ficar em paz sabendo o quanto essas pessoas estavam sofrendo, o quando Belly estava sofrendo, o quanto Conrad estava sofrendo e quanto Steven estava sofrendo.

A única coisa que me confortava era cama de Steven, ele deve ter dormido com Belly no quarto del porque já eram mais de 2 horas da manhã e ele não tinha aperecido, rolo a cama tentar pregar os olhos mas uma batida na porta me desperta, lego rapidamente me preparando paa consolar o garoto, mas quando abro a porta dou de cara com Conrad, com o rosto inchado de chorar e o terno nas mãos. Ele não falava nada e nem precisava.

-Pode ficar comigo hoje? Por favor- Pede ele com a voz baixa e embargada, o cheiro do alcool exalava de seu corpo, ele devia estar bebendo a algum tempo. Concordo com a cabeça e o puxo para fora do quarto de Steven.

O guio até seu próprio quarto, deixo seu terno em cima da cama e sem soltar sua mão o leve até a porta do banheiro, o empurro carinhosamente para dentro e abro botão por botão,sem pressa. Ligo o chuveiro enquanto o deixava tirar a própria calça e assim que o mesmo fica apenas em suas boxers, o ajudo a entrar no chuveiro sem soltar sua mão em momento nenhum,a barra de meu vestido começou a molhar mas não poderia deixa-lo sozinho, até porque agora quem não me soltava era ele.

Abro o vestido com a mão livre e dixo o mesmo cair no chão, entro no chuveiro com Conrad e o abraço com força enquanto a água quente caía sobre nós dois, fecho os olhos suspirando baixo até sentir que havia algo gelado no meio da água quente. Conrad estava chorando de novo. Abro os olhos e passo as mãos molhadas pelo rosto do moreno, eu sabia que aquilo não adiantaria muito (afinal estávamos no chuveiro).

-Connie..- murmuro baixo continuando o carinho em seu rosto.

-Desculpe Gabi... Desculpe por tudo..- disse ele com a voz embargada.-Eu não conseguia lidar com isso, mentir pro Jere e agir como se fosse o melhor verão da minha vida na frente da minha mãe.

-Ta tudo bem, Connie- respondo o abraçando com mais força.- Eu já sabia.

O burburinho do choro de Conrad se cessou quase imediatamente. Seu olhar já foi de triste para preocupado, e agora era um olhar confuso.

-Eu..eu ouvi elas conversando no primeiro dia, foi sem querer. Susannah disse pra Laurel que não queria que vocês soubessem, e quem sou eu para me meter. - digo sentindo minha voz falhar.-Eu sinto muito.

Conrad fecho os olhos, passos os braços ao redor de meu corpo e deixou um beijo demorado em minha testa. Entendi aquilo como um "tudo bem". Ele não estava bem, mas já estava menos bêbado, ou no minimo bem menos fedorento.

Desligo a torneira com certa dificuldade já que a parede Fisher estava na minha frente e por sinal completamente apoiado em mim, abro a cortina do box e puxo a toalha da parede, enrolo a mesma ao redor dos ombros do garoto e pego a reserva pra mim. O ajudo a sair do chuveiro e o empurro pelas costas até sua cama, Conrad se jogou na mesma e se encolheu em posição fetal, agora era ele quem parecia uma criança indefesa. E era isso que ele era mesmo, uma criança indefesa.

Meu coração apertou tanto que eu podia senti-lo esfriar e congelar, ver o garoto nessa situação me abalou mais do que eu imagina. Pego uma blusa de futebol do moreno e a visto para usar como pijama, ficava grande em mim então serviria como camisola. Penteio o cabelo com sua escova de cabelo e me direciono pra cama, puxo o cobertor o jogando por cima do menino e me enfio debaixo do mesmo. Conrad que antes estava de costas, agora ficou de frente pra mim de olhos bem abertos.

Seus dedos passaram por meu cabelo da raiz as pontas, eu não queria falar nada acho que não tinha nem oque ser falado nesse momento. Levo a mão livre ate seu rosto e o puxo pra perto depositando um beijo carinhoso no canto de seus lábios, os braços de Conrad rapidamente circularam meu corpo e me puxaram pra perto. Encostei a cabeça em seu peito e deixei que adormecesse assim.









A luz do sol entrava pelas brechas das cortinas brancas do quarto, acordei sentindo a mesma queimando delicadamente minhas pálpebras, sabia que Conrad ainda dormia porque o peso de seu corpo sob o meu era nitido. Coço os olhos  com as costas das mãos e abro os mesmos, deixo meus olhos encontrarem o menino e rio baixo com a cena.

Conrad havia rolado enquanto dormia e me puxado junto, pois agora ele estava esticado na cama com os dois braços me abraçando e eu estava completamente deitada em cima do garoto com a cabeça em seu peito. Conrad era tão grande e alto que eu conseguia deitar completamente em cima dele. Seu rosto não estava mais inchado, seus olhos não pareciam mais vermelhos e não havia mais nenhum cheiro de álcool. Deixei meu polegar passear delicadamente por sua bochecha com medo de acorda-lo, deveria ser cedo porque a casa inteira estava em silêncio. Mas isso era bom, a algum tempo eu imaginava como Conrad seria acordando, nunca achei que fosse ter a oportunidade de ver como era.

E isso so me lembrou ainda mais de que em breve, eu voltaria pra casa.

Endgame and shitOnde histórias criam vida. Descubra agora