Capitulo 4 - Há algo acontecendo aqui

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️ AVISO!! ⚠

gatilhos de violência nesse capítulo, peço encarecidamente aos que podem ter algum problema com isso, por favor, não leiam e se forem realmente ler tomem cuidado !! Só isso que peço, obrigado.

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POV LAUREN

Me pego pensativa com a fala do senhor, que volta sua atenção para o carro e aperta um parafuso com a ferramenta em sua mão.

- Bom, o senhor está certo. - Dou um sorriso de canto. - Se eu fosse escritora da minha própria história, assim como outros acreditam nisso, com toda certeza te faria meu pai de sangue. - Impulsiono meu corpo para baixo, tendo a ajuda do objeto com rodinhas e saindo de baixo do carro. Meu pai faz o mesmo e senta  no chão. O homem está completamente sujo de graxa, e eu não estou diferente, claro.

- Mas eu sou seu pai de sangue - Aponta o indicador em seu antebraço. - Temos o sangue Jauregui passando em nossas veias! Somos pai e filha, ninguém pode dizer o contrário. - Não consigo conter o sorriso. - Você sabe que pode me contar tudo, não sabe? - Balanço a cabeça concordando. - Ótimo! - Ele levanta e sai após avisar que iria procurar um material que precisa para consertar os cabos do carro.

Eu posso contar tudo mesmo?

Ao cair da noite, meu pai me mandou ir para casa alegando que devo ter tempo para chegar, tomar banho e "estudar". Mas a verdade é que nunca faço nada em casa, a maioria das vezes, ou muita das vezes, Camila é quem faz os meus deveres para que eu não tenha muito com o que me preocupar. Ela já tentou me explicar matemática milhões e milhões de vezes mas nunca compreendi. Para mim quem é de exatas é maluco!

- Oi mãe - Beijo a bochecha da mais velha que sorri ao me ver entrando na cozinha da nossa casa.
- Oi! Como foi lá? Seu tio está bem? - Pergunta enquanto está lavando as vasilhas e volta a cantarolar uma musica que chute ser do cantor Elvis. Sento-me na cadeira que fica na mesa da cozinha e pouso minha mochila em minhas coxas.
- Foi como todos os dias - Dou de ombros enquanto passa a mão pela mochila tirando um pouco da poeira que está nela. - Normal e calmo - Levanto o olhar observando minha mãe. Meus olhos passam pela mesma que está de costas para mim, procurando vestígios de algo de algo que eu tenho a certeza que encontraria aqui. Paro em seus tripés, como eu imaginava, roxos.

- Mãe - Ela para de cantarolar e me olha de canto. - Que horas a senhora foi dormir ontem a noite? - Como uma ótima mentirosa, responde.
- Desde quando você entrou no quarto? Hm... - Finge pensar. - Uns vinte minutos depois, porque meu bem?.

20 minutos depois de ter apanhado, ?

- Ah... por nada - Sinto-me covarde ao levantar e guardar a cadeira no local aonde estava, ignorando esse fato novamente, como faço a exatos dois anos desde que aconteceu pela primeira vez. Sinto meu peito despedaçar em pedaços, meu corpo pesa, sinto facas rasgarem meu coração com tortura. A noite em que passei dormindo foi a noite em que não salvei ela de ser violentada por minha causa, de novo. - Desculpe -  Sussurro sentindo minhas pernas fraquejarem. Cabisbaixa ando pela casa, arrastando comigo a tristeza, a raiva e o rancor.

Covarde, covarde, covarde.
Eu sou uma covarde, covarde!

Como sou tola, como pude esquecer que minhas dívidas das ações de adolescente mimada são pagas com socos e tapas no corpo da única mulher nessa vida que morreria por mim sem pensar duas vezes.

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⏰ Última atualização: Aug 20, 2023 ⏰

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